
Os culpados pelo novo rebate comp�em um trio que faz parte do cotidiano do brasileiro nas refei��es: feij�o, arroz e o leite. S�o eles que continuam causando indigest�o ao bolso do consumidor e a previs�o � de que, somente com a chegada das chuvas, deixar�o a m� fama.
Em 12 meses, o feij�o-carioca encareceu 166,38% no pa�s. O leite ficou 46,47% mais caro e o arroz, 20, 99%, tamb�m na m�dia nacional. A infla��o acumula varia��o de 4,96% no Brasil em 2016. O IBGE informou, ainda, que no caso do leite a maior varia��o de pre�os medida m�s a m�s ocorreu na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde a o produto foi reajustado em 23,02% em julho, bem acima da m�dia registrada no pa�s, que foi de 17,58% (veja o quadro). O feij�o-carioca teve alta de 22,18% e o arroz de 5,61% na Grande BH. No m�s analisado, o IPCA alcan�ou 0,63%, perfazendo varia��es de 5,57% no ano e de 8,23% em 12 meses at� julho.
A coordenadora de �ndices de pre�os do IBGE, Eulina Nunes, reconheceu que a culpa de a infla��o voltar a ganhar for�a em julho � especialmente do feij�o e do leite. “Na verdade, os alimentos aumentaram muito e v�rios, mas o feij�o e o leite se destacaram”, diz. Ela enfatizou que a taxa de infla��o poderia ser maior se a demanda n�o estivesse reduzida, levando-se em conta tanto a press�o dos alimentos, quanto o aumento dos custos e a volatilidade do d�lar, que atinge v�rios setores e bens adquiridos em geral.
“Considerando que o pa�s est� vivendo retra��o no consumo e desemprego, os resultados do �ndice acelerando mostram que, apesar da redu��o da demanda, h� custos que est�o pressionando os resultados", diz. Segundo a coordenadora da Assessoria T�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, os tr�s itens (arroz, feij�o e leite) continuam pressionando a infla��o por influ�ncia do clima, que trouxe queda na produ��o e, consequentemente, o aumento dos pre�os. “Vivemos um per�odo mais seco e � normal essa redu��o na produ��o com repasse do custo”, comenta.
Por�m, ela acredita que, com a melhoria do clima, a entrada do fen�meno La Nin�, a partir deste m�s, pode ocorrer o aumento da produ��o desses alimentos. No caso de Minas, ela conta que os produtores j� finalizaram o plantio de feij�o-carioca, que deve chega ao mercado consumidor no fim de agosto. “Com isso, � poss�vel que haja aumento na oferta e queda no pre�o”.
O mesmo pode ocorrer com o leite, com e entrada do per�odo das chuvas. “A produ��o leiteira foi uma atividade bastante fragilizada. A seca comprometeu as pastagens do rebanho, o pre�o do milho ficou mais alto e o custo geral do produtor encareceu. Com as chuvas poder haver uma recupera��o das pastagens, o rebanho pode ser melhor alimentado”, analisa. No caso do arroz, cuja refer�ncia de produ��o � o Sul do pa�s, Aline aposta que em breve eles poder�o se recuperar.
Um dado que chama a aten��o na pesquisa de julho do IPCA � a alta do feij�o-preto, com varia��o de 41,59% no pa�s. De acordo com Aline Veloso, � uma infla��o de demanda, uma vez que, diante do pre�o do tipo carioca, as pessoas passaram a consumidor o tipo preto, for�ando assim supermercados a aumentar o valor do produto.
EM BAIXA No pa�s, em julho, o leite foi a principal contribui��o individual na infla��o do m�s, com aumento de 17,58%. Em segundo lugar, destacou-se o feij�o, com alta de 32,42%. O arroz tamb�m mostrou aumento, de 4,68% na m�dia. “Mas n�o s� o arroz com feij�o, a gente tem aumento nos ovos, no p�o, farinha de trigo, no frango”, disse Eulina Nunes.
A tend�ncia dos alimentos, agora, � puxar as taxas do IPCA para baixo. "� per�odo de oferta maior, o que faz com que os pre�os se estabilizem ou at� se reduzam. Em julho, especialmente, a eleva��o dos pre�os do grupo dos alimentos foi para 1,32% em fun��o de problemas clim�ticos que afetaram as lavouras. � menor oferta de forma geral provocada pelo clima”, explicou. Em contrapartida, entre os produtos que ficaram mais baratos de um m�s para o outro, destacam-se a cebola, com redu��o m�dia de pre�os de 28,37% e a batata-inglesa, cujos pre�os ca�ram 20% no pa�s. Na Grande BH, a batata teve queda de pre�os de 22, 91% e a cebola de 33,44%.