Londres, 14 - O recente fluxo de capital estrangeiro para o Brasil fortaleceu o real em um ritmo mais acentuado que o observado em outras moedas emergentes, como o rublo russo ou o peso mexicano. E, diante da perspectiva de que o mercado receba ainda mais recursos do exterior, analistas estrangeiros voltam a falar em d�lar a R$ 3,00. Para atingir o patamar simb�lico, seria preciso apenas o d�lar cair 5,5%, levando-se em considera��o a cota��o de fechamento de sexta-feira, de R$ 3,184.
O diretor da gestora EM Funding em Londres, Wilber Colmerau�r, diz ser �quest�o de tempo� para que o d�lar volte a ser negociado abaixo dos R$ 3,00. �Grandes bancos centrais, como da Inglaterra e da Europa, podem adotar mais medidas expansionistas, e � improv�vel que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) fa�a alguma coisa antes da elei��o presidencial de novembro. Ent�o, se a pol�tica brasileira entregar alguma melhora, o d�lar cai facilmente abaixo de R$ 3,00 ainda este ano�, diz o gestor.
Movimento
Na consultoria Capital Economics, o economista-chefe para mercados emergentes, Neil Shearing, reviu na quinta-feira o cen�rio para o real brasileiro e passou a prever d�lar a R$ 3,25 no fim de 2016 e a R$ 3,00 no fim de 2017. �Diante da extens�o do rali visto nos �ltimos meses, � dif�cil que o real brasileiro tenha espa�o para se fortalecer muito mais daqui em diante. Mas, pela mesma raz�o, n�s acreditamos que h� chances razo�veis de que a moeda mantenha os ganhos recentes e n�s estamos revisando as previs�es para um patamar mais forte que o consenso do mercado�, diz o analista.
Este ano, a queda do d�lar em rela��o ao real j� chega a quase 20% - no in�cio do ano, chegou a estar cotado na casa dos R$ 4,20. O movimento de valoriza��o do real foi intensificado ap�s o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, que trouxe uma equipe econ�mica muito mais afinada com o pensamento do mercado.
Colmerau�r e Shearing concordam que, a partir de agora, � preciso acompanhar o andamento das propostas de reforma no Congresso e eventuais desdobramentos das acusa��es de corrup��o - fatores internos que influenciar�o a moeda brasileira. O analista da Capital Economics reconhece que a C�mara suavizou parte da regra do teto de gastos na semana passada, mas nota que � preciso aguardar a conclus�o da tramita��o do projeto de renegocia��o da d�vida dos Estados.
J� Colmerau�r afirma n�o ter ficado surpreso com a vota��o e avalia que o risco maior pode estar na chance de investiga��es das den�ncias de corrup��o alcan�arem nomes como o do presidente em exerc�cio Michel Temer e Jos� Serra.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S.Paulo