Bras�lia, 19 - O chefe do centro de estudos tribut�rios e aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou nesta sexta-feira, 19, que, apesar de julho ter voltado a apresentar queda na arrecada��o na compara��o com 2015, a diferen�a do resultado acumulado no ano com rela��o ao mesmo per�odo do ano passado � a menor desde fevereiro.
Nos sete primeiros meses do ano, a arrecada��o foi 7,11% menor que a registrada entre janeiro e julho de 2015. At� junho essa diferen�a era de 7,33% e chegou a ser de 8,71% no come�o do ano, at� fevereiro. "Mas o desempenho satisfat�rio de julho n�o foi suficiente para reverter dado negativo na compara��o com 2015", ponderou Malaquias.
Segundo ele, os indicadores industriais apresentam t�mida recupera��o, bem como o desempenho de alguns servi�os ligados � ind�stria, que come�am a apresentar sinais positivos. Ainda assim, destacou, o principal fator negativo que continua pesando na queda da arrecada��o federal � o desemprego. "Com desemprego elevado, a renda das fam�lias tem um corte significativo e isso reduz o consumo e a velocidade da economia, o que afeta a arrecada��o com um todo", comentou. "Sem recupera��o no emprego, a retomada da arrecada��o pode vir s� mais adiante", acrescentou.
Malaquias citou que em julho houve melhora na arrecada��o da estimativa mensal do Imposto de Renda sobre Pessoas Jur�dicas (IRPJ), tanto no setor financeiro quanto nas demais empresas. No m�s, essa rubrica apresentou um crescimento real de 48,86% em rela��o ao mesmo m�s de 2015. As receitas nessa compara��o passaram de R$ 6,167 bilh�es para R$ 9,181 bilh�es. "N�o podemos dizer ainda que essa � uma tend�ncia para o restante do ano", avaliou.
A Receita tamb�m registrou uma arrecada��o "at�pica" de R$ 2 bilh�es no recolhimento de IRPJ e da Contribui��o Social sobre o Lucro L�quido (CSLL) de empresas do setor financeiro. "O recolhimento em julho deste ano veio em um patamar muito bom, bastante acima do comportamento para o m�s nos anos anteriores. E n�o foi um evento de uma s� empresa, mas de um conjunto do setor. Por isso consideramos receita extraordin�ria, porque n�o podemos dizer ainda se essa arrecada��o ser� recorrente", explicou o chefe da divis�o de previs�o e an�lise de receitas do Fisco, Marcelo Gomide.
Claudemir Malaquias avaliou que a recupera��o da atividade econ�mica vir� primeiro que a melhora da arrecada��o. Ele evitou, no entanto, estimar um prazo para a melhora das receitas e projetar em que medida a esperada melhora no ritmo econ�mico impactar� o recolhimento de tributos.
"A retomada da arrecada��o vir� com o aumento da renda e a retomada do emprego. Ent�o, na medida em que a retomada da economia se converta em postos de trabalho, teremos melhora na arrecada��o", afirmou. "Enquanto a base de sal�rio e renda n�o se recuperar, independentemente do PIB, a arrecada��o n�o se recupera", completou.
Ele tamb�m evitou comentar qualquer estimativa para a queda da arrecada��o em 2016 na compara��o com o resultado final de 2015. A meta fiscal de d�ficit de R$ 170,5 bilh�es neste ano considera uma queda entre 5% e 6% na arrecada��o, mas, de janeiro a julho, a redu��o nessa compara��o ainda � de 7,11%.
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Dados da arrecada��o melhoraram, mas n�o revertem queda ante 2015, diz Receita
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