S�o Paulo, 23 - O setor de embalagens registrou um recuo de 5,09% na produ��o f�sica no primeiro semestre de 2016 ante 2015, segundo a Associa��o Brasileira de Embalagem (Abre), sob chancela do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV).
Somente no per�odo de abril a junho deste ano, a produ��o f�sica recuou 2,7% contra igual intervalo do ano passado, mas na compara��o com o janeiro a mar�o de 2016 houve melhora, com crescimento de 2,54%. "A luz come�a a aparecer no fim do t�nel", disse Gisela Schulzinger, presidente da Abre, em entrevista coletiva de imprensa.
O economista respons�vel pelo estudo, Salom�o Quadros, comentou que ap�s v�rios trimestres consecutivos de queda na produ��o f�sica, com in�cio nos tr�s �ltimos meses de 2013, come�a a ser observada uma invers�o. "Chegou � queda de 7,5% na produ��o f�sica no primeiro trimestre de 2016. Felizmente esse foi o ponto final da trajet�ria de retra��o e come�a a ensaiar uma retomada", disse.
A mudan�a na trajet�ria � poss�vel de ser observada ao pegar os dados mensais, quando em janeiro a queda foi de 5,43%, em fevereiro de 8,10% e em mar�o de 8,10%. Na segunda metade do semestre, no entanto, o recuo foi de 3,66% em abril, de 1,58% em maio e de 2,95% em junho.
Consumo
O consumo de embalagens pelo setor de alimentos cresceu 1,96% no primeiro semestre de 2016 ante o mesmo per�odo do ano passado, representando assim uma melhora do consumo, j� que na primeira metade de 2015 havia sido registrada uma queda de 2,66% contra 2014.
"Alimentos � um sinal positivo no primeiro semestre, j� que � um setor gigantesco", comentou Salom�o Quadros, economista respons�vel pelo estudo. Segundo ele, quase a metade do consumo de embalagens � realizada pelo setor de alimenta��o.
Outro dado positivo vem do consumo farmac�utico, com expans�o de 1,93% de janeiro a junho de 2016 na compara��o com igual intervalo de 2015.
Outros tr�s segmentos, por outro lado, tiveram quedas expressivas no primeiro semestre de 2016. O segmento de Inform�tica, eletr�nicos e �ticos caiu 26,93%; eletrodom�sticos recuou 13,13%; e vestu�rio e acess�rios teve queda de 10,24%.
O setor de sab�es, detergentes, produtos de limpeza, cosm�ticos, perfumaria e higiene pessoal teve um decr�scimo de 0,59% no primeiro semestre de 2016 ante 2015, mas a surpresa, segundo Quadros, veio de cosm�ticos, que parecia "imune". Na compara��o com os seis primeiros meses de 2015, o consumo de embalagens pela ind�stria de cosm�ticos caiu 3,05%.
Previs�es
Ao final de 2016, a produ��o f�sica de embalagens deve cair 2,6%, n�vel inferior ao projetado anteriormente, que era de 3,7%, revelou a Abre, no estudo realizado com o Ibre/FGV.
Segundo Salom�o Quadros, economista respons�vel pelo estudo, as proje��es para 2016 foram revisadas tr�s vezes, de acordo com as mudan�as nos cen�rios econ�micos do Brasil. Em fevereiro deste ano, a estimativa era de queda de 2,8%, depois passou para um recuo ainda superior, de 3,7%, e a nova estimativa da associa��o � de 2,6%. "O cen�rio deste ano passou por revis�es e, para a nossa satisfa��o, a terceira revis�o foi para melhor."
Entre os fatores que justificam essa melhora, o economista pontuou a substitui��o das importa��es diante da desvaloriza��o cambial vista na primeira metade do ano e a sinaliza��o da nova pol�tica econ�mica, com a troca de governo, priorizando a reorganiza��o das finan�as p�blicas.
A proje��o � de recuo de 1,1% para o terceiro trimestre contra 2015, mas de crescimento de 0,7% no quarto trimestre do ano.
O estudo realizado pela FGV tamb�m tra�ou as estimativas para a ind�stria de embalagens em 2017, com proje��o de crescimento da produ��o f�sica de 1%.