S�o Paulo, 13 - Num discurso duro a uma plateia formada por executivos de montadoras e fornecedores de autope�as, o diretor presidente do Insper, Marcos Lisboa, classificou a ind�stria automobil�stica como o setor mais protegido da economia brasileira. Tamb�m criticou o apoio de segmentos da sociedade, inclusive do setor, a uma agenda que envolveu protecionismo comercial e controle cambial, levando o Pa�s � crise.
"Essa crise n�o � apenas culpa de um governo incompetente. Toda essa agenda de proteger e fechar a economia, controlar c�mbio, nos trouxe at� aqui. Essa agenda foi apoiada por diversos setores da sociedade, inclusive voc�s", disse Lisboa, durante discurso em f�rum em S�o Paulo, acompanhado por Antonio Megale, presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras instaladas no Pa�s.
O presidente do Insper tamb�m criticou pol�ticas destinadas a induzir o consumo de conte�do nacional, como o regime automotivo conhecido como Inovar-Auto."Regras de conte�do local geralmente n�o funcionam. Ganhos de competitividade v�m de bens de capital e insumos mais eficientes", assinalou. "Por que nosso empres�rio n�o pode ter acesso ao melhor bem de capital do mundo?", questionou o economista.
Para Lisboa, a pol�tica protecionista gerou uma ind�stria disfuncional, de f�bricas pequenas. O caminho para melhorar a competitividade passa, na avalia��o do economista, pela redu��o da complexidade tribut�ria, assim como pela amplia��o da abertura comercial do Brasil.