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Estado de Minas

Viver, ex-InPar, recorre � recupera��o judicial para negociar d�vida de R$ 1 bi


postado em 20/09/2016 07:31

S�o Paulo, 20 - Com d�vidas que superam a marca de R$ 1 bilh�o, a Viver se tornou na segunda-feira, 19, a primeira incorporadora brasileira de capital aberto a entrar com um pedido de recupera��o judicial. Atuando com fortes preju�zos e com s�rias dificuldades para vender seu estoque de im�veis em meio � crise imobili�ria, a companhia n�o conseguiu acordo ao tentar negociar diretamente com seus credores e teve de recorrer � via judicial.

O pedido de recupera��o � mais um cap�tulo de uma hist�ria turbulenta. Criada como InPar em 1992 pelo empres�rio Alcides Parizotto - o fundador do Atacad�o, que foi vendido ao gigante Carrefour -, chegou a ser uma construtora relevante nos anos 1990, mas sofreu bastante nos anos 2000 com a crise do mercado de flats. A companhia conseguiu abrir capital em 2007 - ano do "boom" dos IPOs na Bovespa - e, dois anos depois, o controle da empresa acabou repassado ao fundo americano Paladino.

Apesar dos novos s�cios e da mudan�a de marca, a companhia seguiu em dificuldades. Em 2012, antes

da crise do mercado imobili�rio, a Viver j� atrasava obras. Desde ent�o, o problema s� se agravou. A Alvarez & Marsal, consultoria conhecida por assumir neg�cios em dificuldades, entrou em campo.

Embora a Alvarez & Marsal assessore v�rios grupos em recupera��o judicial - OAS, Galv�o e GEP, dono da rede de moda Luigi Bertolli, entre outros -, a inten��o era evitar a medida. "Tentou-se o poss�vel para salvar a empresa e equacionar a d�vida em meio �s dificuldades do mercado", disse na segunda-feira Luis De Lucio, diretor-geral da Alvarez & Marsal, ao Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. "Mas essas medidas n�o foram suficientes."

Apesar da situa��o financeira ruim, a inten��o de evitar a recupera��o judicial estava baseada na abertura dos bancos para negociar diretamente os d�bitos. Isso ocorre porque, hoje, as institui��es querem evitar fazer provis�es em seus balan�os para d�bitos duvidosos - toda vez que uma empresa entra em recupera��o, a reserva relativa ao valor total da d�vida deve constar em balan�o.

Uma das empresas que vem conseguindo renegociar o endividamento apesar do cen�rio adverso � a PDG. A empresa j� equacionou R$ 4 bilh�es de um total de R$ 5,2 bilh�es sem recorrer � recupera��o judicial.

No entanto, uma fonte de mercado classificou a situa��o da Viver, um neg�cio de porte relativamente pequeno, como "insustent�vel". A empresa teve preju�zo de R$ 163,6 milh�es no primeiro semestre de 2016 e 54% de suas vendas no per�odo resultaram em distratos.

O mercado como um todo n�o vem ajudando as vendas. Em S�o Paulo, segundo o Secovi, foram vendidas 828 unidades residenciais novas em julho, queda de 20,5% em rela��o a 2015 e de 60,5% ante junho.

Perfil

Dois ter�os da d�vida da Viver est�o nas m�os de credores sem garantia real, entre eles bancos de m�dio e grande porte e fornecedores de suprimentos e servi�os, al�m dos compradores de im�veis da Viver. Um ter�o dos credores tem garantias reais - trata-se de um grupo formado por seis grandes bancos. O pedido de recupera��o abrange tamb�m uma fatia de d�vidas trabalhistas.

Ficam de fora do processo R$ 280 milh�es - a maior parte de deb�ntures, com garantias fiduci�rias. Os dados de endividamento consideram o balan�o da Viver atualizado at� a �ltima sexta-feira, quando o pedido de recupera��o foi protocolado.

A Viver tem at� 60 dias para apresentar o plano de reestrutura��o. De acordo com De Lucio, o pedido n�o interrompe as negocia��es das d�vidas em curso. Ele diz que espera que os principais credores j� esteja "digerindo" o plano. "A entrada em recupera��o n�o deve ter sido surpresa para ningu�m."


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