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Estado de Minas

Reforma da Previd�ncia ser� traum�tica e custosa, diz Marcos Lisboa


postado em 20/09/2016 13:07

S�o Paulo, 20 - A reforma da Previd�ncia ser� traum�tica e custosa, disse o diretor-presidente do Insper, Marcos Lisboa, na Confer�ncia Anbima Cetip de Renda Fixa 2016 que acontece em S�o Paulo. Segundo Lisboa, existe uma s�rie de distor��es no sistema de previd�ncia al�m da idade, como acumulo de benef�cios, que fazem com que a reforma seja um trabalho extenso e que poderia ter sido menos traum�tico se houvesse sido feita h� 20 anos.

Ele mencionou ainda, entre os desafios que acompanham a reforma na Previd�ncia, o d�ficit dos Estados. "No curto prazo, outros 12 a 14 Estados est�o falidos, n�o temos uma agenda f�cil pela frente", comentou.

Lisboa destacou que o envelhecimento da popula��o acontece em ritmo superior ao nascimento e entrada de pessoas no mercado de trabalho, comentando que o Brasil viveu uma mudan�a nesse sentido mais r�pida do que a Fran�a teve em 120 anos e compar�vel � China. Ele citou que atualmente no Brasil, um casal tem em m�dia 1,7 filho.

"O Brasil ficou velho antes de ficar rico", afirmou, lembrando que em 15 anos o porcentual de trabalhadores vai se reduzir. "Os recursos gerados do ponto de vista demogr�fico foram desperdi�ados", acrescentou. Lisboa afirmou que existe hoje na sociedade reconhecimento do fracasso das escolhas dos �ltimos anos.

"Hoje a Previd�ncia est� no debate � um avan�o e reconhecer politicas adotadas erroneamente est� tamb�m em discuss�o. Se o governo ser� capaz de conduzir e liderar � a divida a frente � o que teremos de ver", disse. Mas ressaltou que n�o est� preocupado com 2017, mas com a garantia da retomada de crescimento sustent�vel de 3% ao ano e evitar uma trajet�ria da divida publica que n�o leve � retomada da infla��o cr�nica semelhante � d�cada de 1980.

Lisboa mostrou otimismo com as propostas "t�cnicas" que saem do governo. "Espero que a vers�o do governo que reconhece problema tenha domin�ncia no debate daqui para a frente", afirmou. Lisboa criticou o a an�ncio de reajuste aos ministros do Supremo. "� dif�cil imaginar desastre maior do que a governo conceder reajuste para a elite do setor publico na semana em que o desemprego atinge um pico", afirmou.

Recupera��o c�clica

O diretor-presidente do Insper afirmou que o Brasil ter� um ou dois anos bons pela frente, gra�as � recupera��o c�clica da economia, mas ainda preocupam as bases para uma expans�o sustent�vel.

"As pessoas est�o preocupadas com o d�ficit prim�rio do ano que vem, com o que o Banco Central vai fazer nas pr�ximas reuni�es. Eu n�o dou a menor bola para essas coisas, estou preocupado com o debate para garantir a retomada de uma trajet�ria sustent�vel de crescimento de 3% ao ano, como evitar que a trajet�ria da d�vida p�blica e o problema da infla��o levem a uma crise ainda mais grave", comentou Lisboa. "O papel do BC � manter a infla��o sob controle, n�o gerar crescimento de longo prazo. O que gera crescimento sustent�vel � melhorar ganhos de produtividade, condi��es de oferta, ambiente regulat�rio, abrir a economia, se integrar nas cadeias globais de produ��o."

Ele criticou a renegocia��o da d�vida dos Estados com a Uni�o, pois diz que foram tirados instrumentos de transpar�ncia e gest�o. Segundo ele, os problemas dos governos estaduais n�o s�o as d�vidas, mas sim os enormes gastos com folha de pagamento e previd�ncia p�blica. "N�s temos alguns exemplos de Estados que est�o fazendo ajustes, como Goi�s, Mato Grosso e Esp�rito Santo. O problema � que o centro-sul hoje � a vanguarda do atraso. A pol�tica defendida por S�o Paulo � um absurdo. O Rio deu aumentos de sal�rios de quase 17% ao longo de sete anos. Isso foi de uma irresponsabilidade impressionante".

Mesmo assim, ele apontou que tem muito dinheiro no mundo querendo vir para o Brasil e que isso vai criar uma janela de oportunidade, que deveria ser aproveitada para fazer as reformas estruturais essenciais. "O tamanho das oportunidades � imenso, depende de n�s aproveitar". Nesse sentido, ele n�o quis comentar muito sobre as receitas esperadas com o programa de concess�es, afirmando que esses recursos extraordin�rios n�o deveriam entrar na conta para analisar a sa�de fiscal do governo.

Questionado sobre o papel da Lava Jato na economia, ele disse que a agenda para melhorar a governan�a p�blica � importante, mas que os principais erros do governo nos �ltimos anos vieram de vis�es ideol�gicas, n�o da corrup��o. "Um Estado rico em um pa�s pobre nunca funciona muito bem. Tivemos um sonho fara�nico de construir um pa�s grande, com ind�stria naval, regras de conte�do nacional, um monte de benef�cios concedidos pelo Estado".


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