S�o Paulo, 21 - Pouco mais de metade das negocia��es coletivas com vig�ncia em agosto tiveram reajustes salariais inferiores � infla��o, conforme o projeto Salari�metro da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe).
O estudo mostra que 51,8% das negocia��es resultaram em ajustes salariais abaixo do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC), ante 36,2% em julho. Enquanto a infla��o medida pelo �ndice acumulou 9,6% em 12 meses at� agosto, os trabalhadores obtiveram nos acordos coletivos um aumento de 9,0%, e m�dia, conforme o Salari�metro.
De um total de 162 acordos coletivos no oitavo m�s do ano, 17 fixaram redu��o de jornada de trabalho seguida de redu��o de sal�rios. Destes, conforme o estudo, um utilizou o Programa de Prote��o ao Emprego (PPE). J� dos 527 acordos coletivos com redu��o salarial negociados entre janeiro de 2015 e agosto deste ano, 131 utilizaram o PPE.
Mesmo com as condi��es econ�micas adversas, de certa forma, os acordos vinham "empatando" em rela��o � infla��o, ressaltou o coordenador da pesquisa, o professor H�lio Zylberstajn da Faculdade de Economia da USP. "O surpreendente era o fato de que estavam conseguindo reajustes (alinhados com a infla��o) em meses anteriores, empatando", afirmou. Contudo, com a deteriora��o inflacion�ria e da atividade, os reajustes salariais passaram a ficar abaixo da infla��o, como ocorreu em agosto.
"Com a recess�o profunda, as empresas n�o conseguem vender, faturar. Portanto, n�o t�m condi��es de aumentar custos e j� v�o para as negocia��es 'trancadas'. Al�m disso, a infla��o ainda est� muito alta. Para repor a infla��o, as empresas precisam conceder um aumento de quase 10%", disse Zylberstajn.
Nos 12 meses encerrados em agosto, os trabalhadores da extra��o e refino de petr�leo foram os que tiveram perda real de sal�rio mais significativa no Pa�s, de 3,9%. A diminui��o na renda � mais intensa que as registradas por outras categorias em anos anteriores. Em segundo lugar na lista de sal�rios que encolheram est�o os trabalhadores de empresas jornal�sticas, com perda real de 3,3%.
A mediana dos pisos com vig�ncia em agosto deste ano foi R$ 1.060, o que representa 20,4% maior que o sal�rio m�nimo, de R$ 880. Entre os Estados, aqueles em que os reajustes menos beneficiaram os trabalhadores foram Acre (-5,6%), Amap� (-2,8%), Esp�rito Santo e Roraima, ambos com -1,8%, e Rond�nia, com -1,3%. J� os demais ficaram no zero a zero: S�o Paulo, Par�, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paran�.
No �mbito das categorias, a de confec��es e vestu�rio junto com cemit�rios e ag�ncias funer�rias lideram o ranking daqueles com maior ganho real, de 0,2%, seguido por repara��o de eletroeletr�nicos (0,1%). Bancos e servi�os financeiros e hospitais e servi�os de sa�de tiveram varia��o zero.