Rio, 23 - A proposta para a Reforma da Previd�ncia ser� enviada ao Congresso para um longo debate tanto na c�mara de Deputados quanto no Senado. No entanto, o governo n�o pode ter medo de levantar o debate sobre pontos pol�micos, como a inclus�o do regime especial de categorias como militares e parlamentares, defendeu o secret�rio de Acompanhamento Econ�mico do Minist�rio da Fazenda, Mansueto Almeida.
"Exatamente como vai ser a Reforma da Previd�ncia � algo que ser� debatido no Congresso, com o Congresso. Todo tipo de emenda constitucional envolve longo debate com o Congresso, especialmente uma Reforma de Previd�ncia", afirmou Mansueto.
Segundo ele, o objetivo do governo � que o sistema seja sustent�vel e "garanta a seguran�a das pessoas na velhice". Mansueto lembrou que as proje��es populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) mostram que o Brasil est� passando por um processo acelerado de envelhecimento da popula��o.
"Daqui a 30 anos o Brasil ser� um pa�s com uma propor��o de pessoas idosas que vai triplicar, vai ser muito parecido com o Jap�o. A Reforma da Previd�ncia � necess�ria para garantir que todas essas pessoas que v�o se aposentar nos pr�ximos 30 anos tenham garantia de renda no futuro", disse ele, em conversa com jornalistas ap�s participa��o em semin�rio no centro do Rio.
Mansueto diz n�o ter d�vidas de que a reforma ser� aprovada pelo Congresso, mas ainda n�o � poss�vel prever o que ser� acordado ao fim da jornada de longa discuss�o com parlamentares e esclarecimentos � popula��o.
"Tem que mostrar primeiro como funciona nos outros locais do mundo e como funciona no Brasil. Em nenhum lugar do mundo � normal as pessoas se aposentarem muito jovens. No Brasil, ainda h� algumas pessoas, n�o todas, mas algumas pessoas com regimes especiais se aposentam muito novas. Ent�o a gente tem que mostrar que isso n�o � sustent�vel ao longo do tempo. Mas a reforma da Previd�ncia, tanto l� fora como aqui, tem um per�odo de transi��o. No Brasil tamb�m ter� um per�odo de transi��o", ressaltou.
Quanto � possibilidade de incluir os regimes especiais gozados por parlamentares e militares, Mansueto argumentou que desconhece a proposta final, mas que o governo n�o deve ter medo do debate. "Vamos colocar no papel e vamos debater com a sociedade, com todo mundo, e ver o que � poss�vel. Acredito que muita coisa no Brasil n�o se muda porque as pessoas n�o tem consci�ncia do problema. O governo j� falou isso, que quer discutir todos esses regimes especiais e quer chegar a um consenso. Claro que como voc� tem v�rios regimes especiais voc� precisa de mecanismos de transi��o muito bem elaborados. N�o sei exatamente se (regimes) ser�o ou n�o ser�o unificados e o per�odo de tempo. Mas em todos os pa�ses do mundo a previd�ncia tende a ser o mais uniforme poss�vel", lembrou ele.