A soma da paralisia do mercado da constru��o e do or�amento cada vez mais apertado das fam�lias resultou em queda dos pre�os dos principais materiais de constru��o e reforma na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Levantamento feito pelo site especializado em pesquisas Mercado Mineiro, entre os dias 19 e 23, e divulgada ontem, mostra redu��o nos valores de diversos itens do ramo em compara��o com janeiro �ltimo. A telha de amianto que custava R$ 22,88 pode ser encontrada a R$ 14,61, ou seja, est� 36,15% mais barata. O pre�o m�dio do saco de 50 quilos de cimento Holcim passou de R$ 22,90 para R$ 16,90, recuo de 26,20% (veja arte). Para comerciantes ouvidos pelo Estado de Minas, a diminui��o dos pre�os � reflexo da pouca demanda pelos produtos e de um mercado ainda estagnado.
Realizada em 27 estabelecimentos da capital e regi�o metropolitana, a pesquisa cotou os pre�os de 65 produtos e comparou os valores praticados neste m�s �queles encontrados em janeiro. “A constru��o civil viveu um momento espetacular nos anos de 2011, 2012 e 2013 e, com a crise na economia brasileira, enfrenta agora um cen�rio de retra��o”, comenta o diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. Ele destaca que, com as grandes obras paralisadas e a popula��o economizando o que pode, houve uma queda nos pre�os de itens fundamentais da constru��o civil por causa da baixa demanda.
“Observamos que os produtos que mais sofreram redu��o foram aqueles que s�o essenciais, como o cimento. E isso � um sinal de que h� mais oferta do que demanda”, afirma. A Associa��o Brasileira da Ind�stria dos Materiais de Constru��o apurou que o faturamento deflacionado das ind�strias de materiais de constru��o teve queda de 5,9% em agosto, ante o mesmo per�odo de 2015. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, em rela��o a id�nticos meses do ano passado, a varia��o tamb�m foi de queda de 12,5%. J� no resultado acumulado dos �ltimos 12 meses, houve um tombo de 14,5%. “Com a crise econ�mica, tivemos uma redu��o de 30% nas vendas. Al�m disso, o mercado est� estagnado”, comenta o vendedor da Master Materiais, Miro Andrade.
Atualmente, na loja Master, o custo do cimento Cau� para o consumidor baixou de R$ 23 para R$ 20 o saco de 50 quilos. A despeito do desconto oferecido ao consumidor, o com�rcio do produto n�o � o mesmo de antigamente. “Antes, compr�vamos 160 sacos de 50kg cada por m�s, hoje, s�o 80”, diz, comentando que as pessoas est�o deixando de fazer reformas e optando pela manuten��o da casa. “Argamassa, por exemplo, ped�amos com 15 dias de anteced�ncia. Hoje, as distribuidoras entregam no mesmo dia do pedido”, comenta.
OPORTUNIDADE Na Obradec Materiais, o saco de 50kg de cimento Cau� est� custando R$ 17,50. “S�o pre�os que foram cobrados de clientes que pagaram por obras feitas h� cinco anos. Ou seja, voltamos aos valores de venda”, comenta o diretor da empresa, Rui Fidelis J�nior. Segundo ele, o tubo de PVC foi outro item que ficou mais barato em 10%. “O mercado est� come�ando a melhorar. Estava em queda e, h� 90 dias, estabilizou”, afirma J�nior, acrescentando que, com a crise econ�mica, o neg�cio sofreu retra��o de at� 40%. “Com o cen�rio pol�tico mais definido, acreditamos em melhora. Por isso, com os pre�os mais baixos, � uma boa hora para o consumidor comprar, aproveitar a oportunidade e construir”, afirma.
Feliciano Abreu, do site Mercado Mineiro, tamb�m defende que o momento � de oportunidade para o consumidor que pretende construir ou reformar sua casa. “Com a proximidade do fim de ano, h� o 13º sal�rio e as pessoas querem arrumar onde moram, por�m, s� fa�a isso se tiver a quantia prevista. N�o vale a pena fazer empr�stimos”, aconselha. Outra dica de Abreu para o consumidor � pesquisar. De acordo com o levantamento de pre�os, � poss�vel encontrar varia��o de pre�os de at� 233,33% para o mesmo material de constru��o em diferentes estabelecimentos.
A pesquisa aponta que os pre�os do pacote de um 1kg de cimento branco v�o de R$ 1,50 a R$ 5, campe�es da disparidade na Grande BH. A segunda maior varia��o encontrada foi de 220,54% no valor da tinta Latex de 18 litros, sendo o menor pre�o encontrado de R$ 49,90 e o maior, R$ 159,95. “O consumidor n�o pode comprar no primeiro local, tem que pesquisar”.
M�O DE OBRA De acordo com �ndice Nacional da Constru��o Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o custo nacional da constru��o por metro quadrado fechou em R$ 1.009,76 em julho e, em agosto, passou para R$ 1.012,16. Desse custo, R$ 527 se referem aos materiais e R$ 484,33 aos gastos com m�o de obra. Segundo o instituto, a parcela dos materiais apresentou, em agosto, queda de 0,03% pelo segundo m�s consecutivo, depois de ter ca�do 0,11% em julho. J� a m�o de obra apresentou varia��o positiva de 0, 53% e ficou pr�xima ao percentual registrado no m�s anterior (0.54%).