Washington, 07 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que em conversas esta semana com investidores nos Estados Unidos notou interesse forte pelos projetos de infraestrutura no Brasil e que acredita que o Pa�s pode receber "dezenas de bilh�es" de d�lares com as concess�es que v�o a leil�o nos pr�ximos meses.
"Ser�o volumes substanciais de investimento, principalmente porque o programa de concess�es � realista. Existe enorme oportunidade de investimento no Brasil", disse o ministro a jornalistas nesta sexta-feira, 7." Na avalia��o de Meirelles, um dos principais fatores para os estrangeiros � que as regras sejam est�veis e que durem o tempo das concess�es.
Outro fator importante � que prevale�a a maior competi��o poss�vel nos leil�es, para que se tenha certeza que o melhor vai levar o projeto. "Vamos deixar de ter essa posi��o intervencionista do governo de querer tomar a decis�o n�o s� em nome da popula��o, mas tamb�m dos investidores."
Na avalia��o de Meirelles, o Brasil n�o s� est� aproveitando o bom cen�rio externo no momento para fazer as reformas, como destacou mais cedo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, mas tamb�m uma "janela de oportunidade" no mercado dom�stico. "� o momento em que o Congresso, a popula��o, os consumidores, os empres�rios est�o cada vez mais conscientes de que � preciso tirar o Brasil da crise", disse ele, frisando que o fator principal para provocar a recess�o brasileira foram causas internas e n�o externas.
Na apresenta��o que fez para investidores em Washington em evento da C�mara de Com�rcio Brasil-Estados Unidos, Meirelles falou de fatores que levaram a uma das maiores recess�es da hist�ria do Brasil e mencionou que o gasto p�blico brasileiro vem crescendo de forma continuada na gest�o dos tr�s �ltimos presidentes. Mesmos os que foram reeleitos deixaram despesa maior para seus pr�prios governos. "Algumas quest�es dom�sticas existem h� d�cadas. Algumas mudan�as que estamos propondo na Constitui��o prevalecem desde a aprova��o de 1988."
Meirelles disse que as medidas mais estruturais, incluindo a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que fixa um limite para o aumento do gasto p�blico, extrapolam a quest�o de governos e levam em conta o longo prazo. Nesse cen�rio, n�o se encerram ap�s as elei��es presidenciais de 2018.
"Nos �ltimos anos, as despesas do governo assumiram trajet�ria insustent�vel", disse o ministro na apresenta��o, que reuniu cerca de 250 pessoas, entre empres�rios, investidores e economistas. O novo governo apresentou propostas que podem mudar as regras do jogo e j� trazem resultados. As expectativas de infla��o apontam para converg�ncia para a meta do BC e a economia est� perto de retomar crescimento.