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Estado de Minas

Empreendedores investem no delivery da feira para a mesa do consumidor

Com demanda gerada pela falta de tempo, pequenos empreendedores encontram na entrega de produtos hortifr�ti em domic�lio a forma de garantir renda mesmo em tempo de crise


postado em 09/10/2016 06:00 / atualizado em 09/10/2016 18:00

A consumidora Mariana Coura recebe hortaliças e frutas entregues por Kissia Torres, da Feira Delivery, no Bairro Buritis, em Belo Horizonte(foto: Fazenda Vista Alegre/Divulgacao )
A consumidora Mariana Coura recebe hortali�as e frutas entregues por Kissia Torres, da Feira Delivery, no Bairro Buritis, em Belo Horizonte (foto: Fazenda Vista Alegre/Divulgacao )

Um novo nicho de neg�cio est� inspirando micro e pequenos empreendedores, como a psic�loga Kissia Torres. Acreditando que o corre-corre da rotina deixa pouco tempo livre para tarefas importantes e que precisam de calma, como escolher a melhor ma�� na banca, a melancia doce ou a batata sadia, h� um m�s ela inaugurou a Feira delivery. Kissia se associou ao pai, Rubens Torres, especialista em vendas, e juntos eles decidiram driblar a crise, criando o novo servi�o. Os dois montam cestas variadas e levam frutas, hortali�as e ervas do sacol�o para a casa do cliente. “Selecionamos um a um cada item da cesta, gastamos at� cinco horas nesta escolha.”


A decis�o de Kissia n�o foi tomada de uma hora para outra. Como a recess�o reduziu as oportunidades de trabalho na sua �rea de atua��o, ela decidiu pesquisar o mercado. Fez alguns estudos, percebeu que havia demanda e decidiu arriscar com um neg�cio pr�prio.


A Feira Delivery est� funcionando h� um m�s, per�odo em que a empreendedora conseguiu recuperar o investimento feito, principalmente em embalagens. “Percebi que muitas pessoas, com as v�rias atividades, n�o t�m tempo para fazer a feira.” As en- comendas feitas pelo aplicativo whatsApp ou pelo Facebook s�o montadas em cestas com tamanho pequeno, m�dio ou grande, e pre�os que variam entre R$ 33 e R$ 53, al�m de uma embalagem de frutas. Cada cesta vem montada e traz de 10 a 17 tipos de produtos. O apelo do neg�cio � a escolha uma a um. “Entregamos produtos de qualidade e com pontualidade.”


O mercado de entregas em domic�lio movimentou R$ 9 bilh�es no Brasil no ano passado, segundo a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Os n�meros d�o ideia da demanda da popula��o pelos servi�os que entregam em casa. A expectativa da associa��o � de que este ano o setor avance na ordem de 7,5%.

ORG�NICOS No site da fazenda Vista Alegre a escolha do consumidor � por produtos org�nicos. Da horta em Capim Branco, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), hortali�as, frutas, verduras e ervas v�o direto para a casa do consumidor. Os produtos s�o sempre colhidos no dia anterior ao da entrega do pedido.


A ideia de transformar o cultivo org�nico em neg�cio promissor surgiu em 2012, quando o engenheiro Lucas Sousa se formou na faculdade de agronomia e decidiu tocar a ideia junto com o parceiro Marcone Xavier, que j� dominava as t�cnicas do cultivo org�nico, produzindo em pequena quantidade. De 2012 para c�, a �rea, que era de 5 mil metros quadrados, saltou para 70 mil metros quadrados e j� emprega 15 funcion�rios. “Crescemos 14 vezes em tamanho. Nossa ideia agora � investir em t�cnicas para aumentar a produtividade”, diz Lucas.


A entrega em Belo Horizonte atinge diversos bairros, principalmente nas regi�es Centro-Sul da cidade. A atividade vem ignorando a crise e cresce a um ritmo de 30% ao ano. “Vendemos tudo que produzimos”, conta o empreendedor. A taxa de entrega da Vista Alegre varia entre R$ 10 e R$ 15. Todos os pedidos s�o feitos on-line e o pagamento � feito na casa do cliente. Al�m de hortali�as e legumes, a fazenda tamb�m produz banana, mam�o, abacate, mel�o, figo, manga e maracuj�, tudo de acordo com a �poca do ano.
Os org�nicos j� foram mais caros, quando a produ��o era menor, mas hoje em algumas hortali�as j� conseguem competir com os produtos tradicionais. Frutas e verduras ainda custam em m�dia 30% mais caros. A fazenda Vista Alegre descobriu que existe um p�blico disposto a pagar pela diferen�a e por isso n�o pode fazer muita propaganda, j� que trabalha na capacidade m�xima. “Entregar direto para o consumidor reduz o custo dos produtos e estimula a demanda”, defende o agr�nomo.

PR�SPERO A percep��o de um mercado pr�spero tamb�m impulsionou a abertura do Sacol�o Virtual BH. A aposta do neg�cio s�o as compras on-line, com os mesmos produtos encontrados na loja f�sica. “M�es com crian�as pequenas, casais novos e idosos, s�o um p�blico muito frequente no nosso site”, diz Roberto Alysson Nepomuceno, representante da empresa. Segundo ele, o neg�cio inaugurado em mar�o teve um sucesso al�m do esperado. “Com dois meses e meio atingimos a demanda que esper�vamos atingir no fim do ano.”


Segundo Roberto Nepomuceno, o n�mero de pedidos fica pr�ximo a 30 por dia. Para dar conta da demanda crescente o neg�cio j� mudou de ponto tr�s vezes. Come�ou em uma casa no Bairro Cidade Nova e agora ocupa um galp�o no Bairro da Gra�a. “S� cobramos taxa de entrega (R$ 12) no caso da entrega VIP, o consumidor escolhe exatamente a hora em que quer receber a sua entrega.” Para ganhar a clientela, os produtos chegam higienizados.

Palavra de especialista
Luciana Lessa
Analista de mercado do Sebrae Minas


Conhecer � preciso
“O primeiro passo para um empreendedor ter sucesso no neg�cio � conhecer o seu mercado e n�o apenas achar que o conhece. Nesse sentido, uma ferramenta indispens�vel para quem est� come�ando � fazer o modelo de neg�cio e depois um plano do neg�cio. Essa estrat�gia vai mostrar para o empreendedor diversos pontos importantes sobre clientes, fornecedores e custos internos. � uma ferramenta essencial tamb�m no momento de expandir a empresa ou de mudar o seu perfil. Os pequenos neg�cios on-line s�o os que mais crescem e esse � um setor com regras pr�prias e n�o dispensa o modelo de neg�cio. Outro ponto, no caso do setor de delivery para hortifr�ti � a qualidade. � fundamental que o empreendedor entregue ao consumidor exatamente aquilo que prometeu. Quando n�o faz isso, o retorno para o empreendimento � muito ruim e pode at� mesmo impedir a empresa de prosperar.”

 


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