Bras�lia, 18 - A seca no Nordeste pode levar a um aumento no custo da energia no mercado a partir de novembro. De acordo com despacho publicado na edi��o desta ter�a-feira, 18, do Di�rio Oficial da Uni�o, a partir de novembro, a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) vai considerar o volume efetivo de vaz�o das hidrel�tricas da Bacia do Rio S�o Francisco para fazer o planejamento e opera��o do sistema el�trico.
Na pr�tica, a deflu�ncia dos reservat�rios das hidrel�tricas da regi�o j� est� inferior aos valores normalmente programados, mas esse cen�rio n�o est� refletido nos programas que d�o base para o c�lculo do pre�o da energia no mercado de curto prazo (PLD).
Com o despacho, o programa ser� atualizado de acordo com as recomenda��es do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), o que pode elevar o custo da energia na regi�o, disse o diretor-geral da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), Romeu Rufino.
"Agora, o modelo vai representar a deflu�ncia de maneira realista. Isso tem efeito de aumentar o PLD, sim", disse. Segundo ele, a mudan�a vai aperfei�oar o modelo e j� foi feita em outros momentos no passado. "Por essa raz�o, isoladamente, o PLD tende a aumentar", acrescentou.
Segundo Rufino, com vaz�es menores, a gera��o de energia dessas hidrel�tricas ser� reduzida no submercado Nordeste e ter� que ser compensada por usinas localizadas em outros submercados, como o Sudeste/Centro-Oeste, Norte ou Sul.
Embora n�o haja risco de faltar energia, a preocupa��o est� no abastecimento de �gua na regi�o. "N�o adianta secar os reservat�rios, tem que regular o uso", explicou Rufino.
A decis�o envolve as usinas de Sobradinho, Luiz Gonzaga, Complexo Paulo Afonso/Moxot� e Xing�. Nos pr�ximos dois meses e ao longo de 2017, o modelo de m�dio prazo vai considerar uma vaz�o de 800 metros c�bicos para as usinas.
Para a usina de Tr�s Marias, a vaz�o defluente fixa dever� ser definida pelo grupo gestor de recursos h�dricos da bacia do Rio S�o Francisco. Caso o grupo n�o estabele�a um valor, ser� considerada a vaz�o m�nima de 420 metros c�bicos por segundo.
De acordo com a nota t�cnica do ONS, a seca que atinge a bacia do Rio S�o Francisco pode levar a bacia ao colapso. "Terminado o per�odo de chuvas na regi�o neste ano de 2016, h� perspectiva de que o ano de 2016 venha a se configurar como o pior do hist�rico, completando um ciclo de 4 anos desfavor�veis no hist�rico de vaz�es naturais afluentes na bacia", diz a nota.
"Desta forma, a eventual ocorr�ncia de mais um per�odo chuvoso desfavor�vel que conduza a vaz�es naturais afluentes muito abaixo da m�dia hist�rica, como as que tem se verificado ultimamente, pode levar ao colapso o sistema de reservat�rios da bacia no ano de 2017 se n�o forem adotadas medidas adicionais as j� implementadas, enquanto se aguardam condi��es que permitam implementar mudan�as estruturais na gest�o dos recursos h�dricos na bacia do rio S�o Francisco", diz o documento.
De acordo com o documento, a sugest�o do ONS era reduzir a vaz�o das usinas a 700 metros c�bicos por segundo. Por�m, a Chesf, dona das usinas, questionou a medida, o que adiou a decis�o. A recomenda��o do ONS j� foi aprovada pelo Comit� de Monitoramento do Setor El�trico (CMSE), �rg�o presidido pelo Minist�rio de Minas e Energia. O caso tamb�m j� foi levado � Casa Civil da Presid�ncia da Rep�blica.