Meirelles diz que com ajuste poder� haver redu��o estrutural da taxa de juro

S�o Paulo, 21 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira, 21, durante palestra que proferiu em S�o Paulo que o Banco Central (BC) tem tarefa mais dif�cil no controle da infla��o quando se tem no Pa�s uma expans�o fiscal. De acordo com ele, quando a autoridade monet�ria est� tentando conter a expans�o fiscal, h� certamente custos enormes para a sociedade. Por isso ele defendeu a redu��o da taxa estrutural de juros, a taxa de equil�brio, aquela que os economistas chamam de neutra, que diminuir� o risco de problemas fiscais no futuro. Meirelles foi bastante cuidadoso para n�o ser interpretado como tentando interferir no trabalho do Banco Central.

"N�o estou falando aqui o que o BC deve fazer", disse o ministro. Ele fez quest�o de explicar que juro b�sico definido pela Selic e a taxa de juro estrutural s�o duas coisas diferentes no tempo. A taxa b�sica � aquela fixada a cada reuni�o do Copom para manter a infla��o na meta.

"O que quero dizer � que, a longo prazo, com a queda da taxa de juro estrutural da economia, as taxas de curto prazo ter�o varia��es em patamares menores. Mas isso � no prazo mais longo. No curto prazo a decis�o do BC vai levar em conta exclusivamente aspectos t�cnicos de proje��es de infla��o do pr�prio Banco Central, expectativas (do mercado) e todos os demais fatores levados em conta por aquela institui��o", disse, ressaltando que as duas coisas s�o bastante diferentes no tempo.

Ele reiterou, no entanto, n�o haver d�vida de que a longo prazo a quebra estrutural do juro vai beneficiar toda a economia, come�ando pela taxa de juro paga pelo Tesouro Nacional, reduzindo o risco de insolv�ncia do Tesouro.

Cunha

Meirelles negou que a pris�o do deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenha interfer�ncia na articula��o do governo para aprovar a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) do teto dos gastos no Congresso Nacional. "N�o acredito que PEC esteja sendo influenciada por fatores pol�ticos ou outros fatores moment�neos. Eu acredito que a PEC est� sendo aprovada at� o momento, j� foi no primeiro turno na C�mara, exatamente pela consci�ncia do Congresso que reflete a consci�ncia da popula��o de que a emenda � necess�ria para o Pa�s", disse o ministro, ao ser questionado sobre a pris�o do parlamentar cassado.

Quando perguntado se novas revela��es da Opera��o Lava Jato preocupavam o governo na retomada da confian�a econ�mica, Meirelles respondeu que o que est� elevando a confian�a s�o medidas econ�micas que est�o sendo propostas pelo governo e a no��o de que as institui��o brasileiras s�o fortes. "A for�a das institui��es brasileiras se reflete em v�rias quest�es, uma delas � a independ�ncia do Judici�rio, da imprensa, do Congresso e etc. Eu acho que as institui��o est�o funcionando normalmente e � isso o que mais importa."