Ministro do Turismo diz em Londres que foi buscar parceiros para projetos s�lidos

Londres, 10 - A uma plateia de potenciais investidores em Londres, o ministro do Turismo, Marx Beltr�o, salientou nesta quinta-feira, 10, as qualidades do Brasil e disse que o Pa�s est� sendo preparado para receber investimentos no setor produtivo. "Estamos trabalhando para deixar o ambiente ainda mais prop�cio a investimentos", afirmou, citando investimentos j� feitos no Pa�s, principalmente na �rea de infraestrutura.

Ele fez uma apresenta��o durante o semin�rio Latin American Investment Forum 2016 (Laif), na Embaixada do Brasil em Londres .

Segundo o ministro, dinheiro n�o falta para bons projetos. "Bons projetos nascem de oportunidades", destacou. Ele enfatizou que o Brasil esteve na vitrine do mundo este ano com os jogos ol�mpicos e paraol�mpicos e que pesquisas apontaram que quase 90% dos estrangeiros que l� estiveram disseram que querem voltar. "O Brasil investiu fortemente na infraestrutura e na qualifica��o de servi�os. Constru�mos aeroportos e estradas, melhoramos rodovias, capacitamos nosso receptivo tur�stico", disse.

Beltr�o enfatizou que o Brasil � o maior pa�s da Am�rica Latina, o terceiro mercado de avia��o civil do mundo e que possui um turismo diversificado, seja em praias, cultura, neg�cios e parques, entre outros. "Vim buscar parceiros interessados em encontrar projetos s�lidos de investimento em turismo", disse, citando como exemplo investimentos em parques naturais e a inten��o de construir um aqu�rio gigante no Brasil. "Queremos abrir os nossos parques nacionais para o investimento privado", afirmou. "Tenho certeza que aqueles que apostarem no Brasil n�o v�o se arrepender. Investir no turismo no Brasil � um �timo negocio", acrescentou.

Tax Free

O Brasil estuda a possibilidade de aderir ao programa de Tax Free (em que os impostos em algumas lojas credenciadas podem ser devolvidos aos turistas estrangeiros) e a libera��o de impostos para pagamentos de hotel com cart�o de cr�dito. "N�o temos ainda o sinal verde da equipe econ�mica, mas a minha equipe deve terminar os estudos sobre os temas em 60 dias", informou o ministro.

Segundo ele, a exist�ncia de Tax Free � um diferencial para que um turista escolha por um ou outro pa�s. Sobre a isen��o para hotelaria com cart�es de cr�dito, o ministro disse que outros pa�ses vizinhos, como a Argentina, por exemplo, j� aderiram a essa pr�tica, aplicada em v�rios lugares do mundo. "N�o podemos ficar para tr�s. Muitos pa�ses j� fizeram isso", comparou.

O ministro defendeu tamb�m a abertura do setor a�reo para o capital internacional. "Tempos pouca competitividade, poucas empresas exploram a malha. Queremos abrir o mercado brasileiro para o capital estrangeiro, para ter mais companhias, mais competitividade e baixar os pre�os. Com isso, teremos mais voos pelo mundo e com pre�os mais acess�veis", comentou.

Todos esses projetos da �rea ser�o organizados, de acordo com Beltr�o, em um pacote que ser� chamado de "Plano Nacional do Turismo". Ele falou que o minist�rio tamb�m pode ter um norte, assim como ocorre com o Plano Safra, da Agricultura; o Luz para Todos, do Minist�rio de Minas e Energia; e o Bolsa Fam�lia, do Desenvolvimento, entre outros. "Queremos revolucionar, dar uma nova cara ao turismo brasileiro. Nossa miss�o � encontrar caminhos para gerar emprego no setor de turismo", afirmou.

Esse pacote, de acordo com o ministro, ter� como foco a atra��o de investimento e a divulga��o de destinos. Segundo ele, n�o haver� custos para o governo, a n�o ser com divulga��es.

Trump

O ministro do Turismo evitou fazer uma an�lise sobre o poss�vel impacto da elei��o do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o turismo mundial. "Est� muito cedo para avaliar o que haver� de impacto. Foi uma elei��o democr�tica", limitou-se a dizer.

Ele tamb�m n�o quis comentar com detalhes a alta do real ante o d�lar de quase 20% este ano, o que torna o Pa�s caro para o turista estrangeiro. "A pol�tica econ�mica muda constantemente. Temos que aproveitar quando est� mais favor�vel. Com as medidas que o governo tomou, como a aprova��o da PEC 241, vamos ter mais investimentos e a tend�ncia � que volte a melhorar", desconversou.

Segundo o ministro, muitos avaliam que os jogos ol�mpicos do Rio e a Copa foram o �pice do turismo no Pa�s, que n�o tem ais nenhum evento de grande porte previsto para os pr�ximos anos. "Para mim, foi o ponto de partida para o turismo brasileiro. O governo tem que tomar medidas certas para que os turistas continuem indo ao Brasil", afirmou.

Depois de ouvir cr�ticas de potenciais investidores em Londres sobre as taxas e burocracias brasileiras, em especial no setor de cruzeiros, o ministro disse que o Pa�s j� chegou a receber 20 navios desse tipo em sua costa e que hoje s�o apenas sete. "Isso se deu pela burocracia nos portos e falta de infraestrutura. A maioria n�o tem terminal tur�stico, com estrutura adequada para receber os turistas", disse, afirmando que recursos para esse fim j� est�o dispon�veis no or�amento do ano que vem.

Cassinos

O ministro do Turismo explicou que � a favor da abertura do Pa�s a cassinos, mas n�o a outros tipos de jogos. Mais cedo, em semin�rio a investidores estrangeiros em Londres, ele defendeu a abertura do Pa�s, citando que, na quarta-feira, integrantes da Comiss�o Especial do Desenvolvimento Nacional aprovaram projeto de lei que legaliza os jogos de azar no Brasil.

"Nunca conversei com o presidente da Republica (Michel Temer) sobre a libera��o dos jogos, n�o sei qual a posi��o do governo. Mas quero dizer que o Minist�rio do Turismo v� com bons olhos cassinos com resorts integrados. N�o � favor de ca�a n�quel e jogo de bicho", explicou.

Ele argumentou que a pr�tica ocorre em v�rios pa�ses e que, no caso brasileiro, poderia haver um estabelecimento desse tipo em cada Estado. "Seria uma forma de gerar muito emprego, inclusive nos Estados menos visitados (por turistas)", argumentou.

A proposta aprovada na quarta segue para discuss�o do plen�rio da Casa. O tema tamb�m conta com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que no in�cio do semestre a colocou no rol de prioridades. De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o projeto estabelece o rol de jogos que poder�o ser explorados em territ�rio nacional. Entre eles est�o os cassinos, bingos, apostas de quotas fixas, apostas eletr�nicas, jogo do bicho e sweepstake, esp�cie de loteria relacionada com corrida de cavalos.

Conforme registrou na quarta o Broadcast (servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado), para o relat�rio do projeto, senador Bezerra Coelho (PSB-PE), a legaliza��o dos jogos poder� gerar uma arrecada��o de R$ 29 bilh�es em tributos para o governo, nos pr�ximos tr�s anos.

Beltr�o falou com jornalistas na Embaixada Brasileira em Londres ap�s participar de uma s�rie de eventos e reuni�es para "vender" o Pa�s a investidores internacionais, principalmente na �rea de turismo. Ele chegou � Inglaterra na segunda-feira passada e volta para o Brasil ainda nesta quinta.