Quase tr�s meses e meio depois do lan�amento de voos diretos ligando 17 cidades do interior de Minas Gerais ao aeroporto da Pampulha, o governo estadual, que responde pelo projeto e o custo das rotas, decidiu oferecer pre�os promocionais e estabelecer liga��es com escala para baratear as passagens e a despesa das opera��es. As medidas ser�o tomadas na tentativa de reverter a baixa taxa de ocupa��o das aeronaves, uma amea�a � iniciativa de estimular a avia��o regional e atender � demanda reprimida de passageiros, informou ontem o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais (Codemig), bra�o do Estado que comanda o programa, Marco Ant�nio Castello Branco.
De 17 de agosto, quando come�ou a venda das passagens ao pre�o m�dio de R$ 300 por trecho de 200 quil�metros, a 30 de outubro, a taxa m�dia de ocupa��o variou de 22% a 25%, em m�dia. Nesse per�odo, foram transportados 800 passageiros em voos operados pela Two T�xi A�reo Ltda.,vencedora da licita��o no modelo de ata de registro de pre�os, por meio de avi�es Cessna Grand Caravan.“Sabemos que n�o � vi�vel (a ocupa��o). Uma boa taxa seria de 70%”, admitiu o presidente da Codemig.
Entre as mudan�as definidas no programa, o governo estadual vai lan�ar um sistema de promo��o de pre�os de forma que eles possam oscilar de acordo com a ocupa��o do voo, ao ritmo da demanda de passageiros. A rota ligando BH a Te�filo Otoni, por exemplo, mostrou-se mais alta, em contraposi��o aos voos demandados por Divin�polis e Juiz de Fora nas primeiras 10 semanas das opera��es do programa.
“Estamos aprendendo a fomentar a avia��o regional”, disse o presidente da Codemig, destacando que existe “enorme demanda de gente que mora no interior” e “empresas interessadas em fazer fretamentos que come�am a procurar o Estado”. Outra altera��o para elevar a ocupa��o dos avi�es cria rotas com escala em cidades pr�ximas para reduzir os custos operacionais. Segundo Castello Branco, um exemplo s�o voos ligando BH a Juiz de Fora, com escala em S�o Jo�o del-Rei.
A Codemig decidiu, ainda, aperfei�oar a plataforma de vendas de passagens – a compra � feita pelo site voeminasgerais.com.br, que re�ne as informa��es sobre o Projeto de Integra��o Regional de Minas Gerais – Modal A�reo –, e lan�ar� uma campanha de divulga��o. A inten��o do Estado � manter o subs�dio dado ao programa at� 2017, per�odo em que Castello Branco espera atrair investidores privados para assumir os voos regionais.
O presidente da Codemig reconhece que houve problemas nas primeiras semanas de implementa��o em raz�o das chuvas que afetaram as opera��es em aeroportos regionais e algumas restri��es � simplifica��o da regula��o a�rea no pa�s. No entanto, do ponto de vista da demanda o Estado est� convencido da import�ncia da iniciativa para atender ao interior, vislumbrando, inclusive, futuros hubs (terminais que se transformam em centros de conex�o de passageiros para v�rios destinos) em cidades como Montes Claros, no Norte de Minas, e Uberl�ndia, no Tri�ngulo.
Defini��es como essas est�o relacionadas, inclusive, � autonomia dos avi�es usados no projeto, que operam a dist�ncias de 400 quil�metros. Os 17munic�pios contemplados na fase inicial do projeto de integra��o s�o Arax�, Curvelo, Diamantina, Divin�polis, Juiz de Fora, Lavras, Manhua��, Muria�, Passos, Patos de Minas, Ponte Nova, Pouso Alegre, S�o Jo�o del-Rei, Te�filo Otoni, Ub�, Varginha e Vi�osa. A ideia � oferecer 60 voos semanais dessas cidades com destino ao aeroporto da Pampulha, na capital.
Fundo para Aeron�utica
O programa batizado de Voe Minas Gerais � parte da estrat�gia do governo estadual de promover o setor aerovi�rio, disse ontem o presidente da Codemig a uma plateia de representantes de empresas reunidos num f�rum internacional realizado na Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg) para discutir oportunidades de investimentos na cadeia da atividade. A companhia estatal acaba de criar um fundo de recursos, aberto e registrado na Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM), para atrair investidores.
A principal gestora brasileira de fundos de investimentos em tecnologia, Confrapar, est� gerenciando o fundo, com contrapartida de R$ 14 milh�es ao or�amento de R$ 150 milh�es da Codemig que ser�o aportados ao longo dos pr�ximos cinco a 10 anos. O plano da Confrapar, segundo o diretor da gestora Rodrigo Esteves, � destinar recursos j� no primeiro semestre de 2017 a no m�nimo duas empresas prospectadas no estado, as quais podem ser fornecedoras de componentes, sistemas ou servi�os complementares � atua��o da Embraer.