Rio, 06 - A melhora no humor dos empres�rios indica uma perspectiva de melhora no mercado de trabalho no longo prazo, mas os trabalhadores ainda vivenciam a situa��o atual de forma bastante dura, segundo dados dos indicadores antecedentes do mercado de trabalho divulgados pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). A expectativa � que a taxa de desemprego permane�a em deteriora��o at� o segundo trimestre do ano, com melhora gradual a partir do terceiro trimestre, estimou o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avan�ou 5,6 pontos em janeiro ante dezembro, para o patamar de 95,6 pontos, o maior n�vel desde maio de 2010 (98,7 pontos). Quando h� aumento, a tend�ncia � que haja gera��o de vagas.
J� o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,0 ponto em janeiro, para 103,6 pontos. O movimento interrompe uma sequ�ncia de quatro altas consecutivas. Quando o �ndice tem redu��o, significa melhora na avalia��o dos consumidores sobre momento atual do mercado de trabalho.
"Tem uma perspectiva de melhora, mas a situa��o atual ainda est� bastante complicada", resumiu Barbosa Filho.
Os componentes que mais contribu�ram para a alta do IAEmp em janeiro foram os indicadores que medem a expectativa com a situa��o dos neg�cios para os pr�ximos seis meses e o �mpeto de contrata��es nos pr�ximos tr�s meses, ambos da Sondagem da Ind�stria. Segundo Barbosa Filho, o otimismo maior da ind�stria quanto ao futuro estaria influenciado pelo in�cio do ciclo de redu��o na taxa b�sica de juros, a Selic.
"A infla��o se mostrando mais comportada abre um espa�o maior ainda, mostra que o Banco Central tem mais combust�vel para baixar juros do que tinha antes", disse o pesquisador, lembrando que o movimento deve contribuir para uma acelera��o c�clica da economia mais adiante.
No caso do ICD, apesar da melhora em janeiro em rela��o ao m�s anterior, o indicador ainda em patamar elevado demonstra insatisfa��o dos brasileiros com a situa��o atual do mercado de trabalho.
"O ICD est� num n�vel muito elevado ainda, o que de certa forma � uma constata��o de que a recupera��o n�o est� acontecendo como o desejado", completou o economista.
O ICD � constru�do a partir de dados da Sondagem do Consumidor para captar a percep��o sobre a situa��o presente do mercado de trabalho, enquanto o IAEmp � formado por uma combina��o de informa��es extra�das das Sondagens da Ind�stria, de Servi�os e do Consumidor com o objetivo de antecipar os rumos da taxa de desemprego no Pa�s.