S�o Paulo, 09 - Depois de sustentar consecutivas altas nas vendas, inclusive nos dois primeiros anos de crise mais acentuada do setor automobil�stico, o mercado de carros de luxo sucumbiu � retra��o do mercado e registrou queda de quase 30% nos neg�cios no ano passado. O recuo superou o do mercado total de autom�veis e comerciais leves, que teve redu��o de 20%.
Em 2014 e 2015, enquanto as vendas totais ca�ram 7% e 24%, respectivamente, o segmento premium teve crescimentos robustos de 18% e de 20%. H� dois anos, foram comercializados no Pa�s 67,3 mil modelos dessa categoria.
A previs�o dos executivos do setor, especialmente das marcas que abriram f�bricas no Pa�s - Audi, BMW, Mercedes-Benz e Land Rover - era atingir vendas anuais de 100 mil ve�culos em 2016 e depois manter crescimento gradual. A crise, por�m, derrubou o volume para 48,6 mil unidades no ano passado, muito pr�ximo ao de 2013, quando essas f�bricas ainda n�o operavam no Pa�s e o mercado era abastecido com importados.
"De fato a crise chegou um pouco atrasada para nosso segmento, mas no ano passado chegou muito forte", diz J�rg Hofmann, que acaba de deixar a presid�ncia da Audi do Brasil, ap�s tr�s anos e meio no cargo. "O que aconteceu no Brasil foi uma situa��o �nica: em tr�s anos o mercado total caiu quase � metade, de 3,6 milh�es de ve�culos, em 2013, para 2 milh�es, no ano passado".
As quatro fabricantes locais e tamb�m l�deres do mercado premium venderam 41,4 mil ve�culos no ano passado, sendo que as marcas alem�s tiveram desempenho muito pr�ximos.
A BMW vendeu 11,8 mil autom�veis e utilit�rios (21% a menos que em 2015). A Audi vendeu 11,6 mil (queda de 33%) e a Mercedes, 11,3 mil (queda de 35%). As vendas da Land Rover somaram 6,7 mil unidades, recuo de 24%.
Para a economista Cristina Helena Pinto de Mello, pr�-reitora de Pesquisa da ESPM, os primeiros anos de crise tiveram mais impacto nos empregos, e depois na remunera��o. Foi essa segunda fase que afetou mais o segmento de luxo, e veio acompanhada tamb�m da maior queda de confian�a dos consumidores.
"O carro � um bem desejado, mas hoje h� uma reconfigura��o no mercado e muitas pessoas est�o optando por outros meios de transporte, como o Uber e o t�xi."
Superm�quinas.
Modelos de alto luxo, chamados de "super m�quinas" tamb�m foram impactados pela crise. A Ferrari, que em 2013 vendeu 37 unidades de superesportivos que custavam acima de R$ 1 milh�o, comercializou no ano passado 21 unidades. As vendas da Lamborghini sa�ram de 14 para 4 unidades no mesmo comparativo, enquanto as da Maserati baixaram de 21 para 12 unidades.
Bruno Pamplona, consultor especializado no mercado de luxo, credita o baixo desempenho no segmento ao c�mbio, que encareceu entre 20% a 30% os pre�os de modelos importados, reflexo tamb�m da crise econ�mica que se instalou no Pa�s. Houve momento, lembra ele, que a cota��o do d�lar ficou perto de R$ 4. "O que est� ocorrendo hoje � um movimento muito forte no segmento de seminovos", diz Pamplona. "O consumidor que fez uma aquisi��o nos �ltimos cinco anos, por exemplo de uma Ferrari, naturalmente faria a troca por um novo, mas est� preferindo pegar um seminovo, com um ano de uso".
Na opini�o do diretor de vendas da BMW do Brasil, Martin Fritsches, os clientes passaram a ficar mais tempo com os produtos, adiando a decis�o de compra ou esperando por lan�amentos.
Fritsches acredita que o segmento premium ser� o primeiro se recuperar ap�s a retomada do mercado. A BMW prev� crescimento de 4% nas vendas totais este ano, com uma melhora gradual a partir do segundo semestre. "No entanto, com o cen�rio de hoje n�o vemos uma retomada mais significativa no curto prazo." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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Mercado de carros de luxo sente peso da crise e vendas t�m queda de 30%
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