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Estado de Minas

Livrarias sentem crise e 'efeito Amazon'


postado em 06/03/2017 08:43

S�o Paulo, 06 - Vender livros no Brasil n�o � tarefa f�cil, ainda mais quando a economia anda para tr�s. Em 2016, a comercializa��o de livros no Pa�s recuou 8,9%, comprometendo a rentabilidade de editoras e, principalmente, de livrarias. Enquanto os produtores de livros sofreram com o cen�rio macroecon�mico, o varejo tradicional teve de lidar tamb�m com a migra��o do cliente para as vendas online e com a chegada de uma poderosa concorrente: a americana Amazon.

O resultado foi um baque nas contas das grandes livrarias, que empreenderam forte expans�o nos �ltimos anos, incentivadas pelas empresas de shopping centers, que viam as megastores culturais como "�ncoras" de seus centros comerciais. "Muitas redes cresceram de forma desordenada e fora das regi�es onde tinham p�blico cativo, nem sempre com bons resultados", disse uma fonte de mercado.

A dificuldade de repasse da infla��o para os pre�os � um dos pontos de estresse do setor. "Meu livro mais 'pop' de 2008 tinha pre�o de capa de R$ 29,90. No ano passado, minha grande aposta custava, novamente, R$ 29,90", compara uma fonte de uma grande editora nacional. O valor m�dio por obra hoje � de R$ 38,66. Embora tenha havido uma reposi��o de 15% nos �ltimos dois anos, o desconto m�dio aplicado pelo varejo � de 17,9%, o que faz o pre�o m�dio real ser de R$ 31,74. "Os custos cresceram, mas a receita do setor n�o acompanhou", diz Marcos Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

Em dois anos, a Livraria Cultura viu sua receita cair 17%. Um dos grandes vil�es da opera��o da empresa foi a aposta em uma loja no centro do Rio de Janeiro, dizem fontes do mercado editorial. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Conselho de Administra��o da Cultura, Pedro Herz, admitiu que a unidade traz desafios, em grande parte por sofrer com a retra��o de vendas decorrente da situa��o econ�mica do Rio e com os protestos que costumam ser realizados na regi�o, pr�xima � C�mara Municipal.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a empresa, que compra os livros por consigna��o, tem repassado �s editoras o dinheiro referente �s vendas com atrasos que chegariam a seis meses. "As editoras n�o t�m condi��es de suportar esse atraso por muito tempo", disse uma fonte. Herz, por�m, garante que n�o h� atraso. Segundo ele, o que houve foi uma renegocia��o dos prazos com as editoras.

Fnac.

Al�m da Cultura, outras varejistas enfrentam desafios. Na semana passada, a francesa Fnac anunciou que busca um parceiro no Pa�s, onde vem tendo resultados abaixo do esperado. A Saraiva tem reduzido sua aposta nos livros e ampliado espa�o para tecnologia, games e aluguel de �rea para caf�s. A companhia vendeu sua editora e, mesmo assim, continua registrando preju�zo � nos nove primeiros meses de 2016, as perdas foram de R$ 27,9 milh�es.

A Livraria da Vila diminuiu o tamanho de sua loja no shopping Cidade Jardim, em S�o Paulo, de 2,5 mil m2 para 400 m2 e deve fazer o mesmo na unidade do shopping JK Iguatemi, que tem 1,7 mil m2. De acordo com o dono da empresa, Samuel Seibel, essas opera��es n�o seguem o padr�o da rede, cujas lojas t�m em m�dia 750 m2.

Justamente nos �ltimos dois anos, quando os resultados das livrarias come�aram a piorar, a gigante Amazon iniciou sua opera��o de livros f�sicos no Brasil. A companhia americana caiu nas gra�as das editoras porque, ao contr�rio das principais livrarias f�sicas, compra os livros, em vez de peg�-los em consigna��o.

Uma grande editora disse ao jornal O Estado de S. Paulo que as vendas de seus livros por meio da Amazon, que eram pr�ximas de zero h� dois anos, representaram 10% do faturamento em 2016. Outra companhia afirmou que suas vendas dentro da Amazon cresceram 70% no ano passado.

Segundo a empresa americana, ter estoque pr�prio ajuda a deixar a opera��o mais "redonda". Para Daniel Mazini, gerente-geral para livros impressos da Amazon Brasil, a aquisi��o dos exemplares deixa o fluxo de caixa das editoras mais previs�vel. As livrarias Cultura, Nobel, da Travessa e da Vila, no entanto, afirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que a Amazon ainda n�o as preocupa. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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