L�deres em livros migram para a web

S�o Paulo, 06 - Impulsionadas pela prolifera��o dos shoppings no Pa�s, as livrarias passaram a �ltima d�cada ampliando suas redes de lojas f�sicas. Agora, diante dos custos elevados de manuten��o das unidades e da mudan�a do comportamento do consumidor, as l�deres do setor querem se voltar para o mercado online, que permite �s redes atender n�o s� as �reas onde j� est�o presentes como tamb�m os mais de 4 mil munic�pios brasileiros que n�o t�m uma livraria.

Na Livraria Cultura, a migra��o para o online � um processo em curso desde 2014. Hoje, o e-commerce representa 30% das vendas, e a meta � chegar a 70% em at� cinco anos. Trata-se de uma clara invers�o de estrat�gia. Desde o in�cio dos anos 2000, e de forma mais acelerada ap�s 2008, a Cultura vinha ampliando sua rede. Para abrir novas unidades, chegou a conseguir a aprova��o de dois financiamentos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), que somavam R$ 60 milh�es, e a vender 25% de seu capital para um fundo de investimentos, o Neo.

Com o avan�o dos custos e a falta de atualiza��o dos pre�os dos livros, as margens da rede come�aram a ficar apertadas. Segundo o presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz, os gastos da empresa com energia aumentaram, s� no ano passado, 40% e com IPTU, 35%. 'A loja virtual tem um pouco menos de press�o de custos. (O centro de distribui��o) est� em um lugar mais barato. Na energia, voc� tem condi��es de usar um gerador", compara.

Essa aposta no e-commerce n�o significa, segundo Herz, uma redu��o no n�mero de lojas f�sicas, que continuar�o como local de engajamento da marca. Recentemente, no entanto, a companhia fechou duas lojas no Conjunto Nacional, em S�o Paulo. Herz explica que o encerramento das unidades ocorreu porque a maior loja do Conjunto Nacional ser� ampliada � um espa�o de 400 metros quadrados, onde hoje h� uma rampa de acesso, vai virar �rea de venda. No mundo f�sico, a loja do Conjunto Nacional � um 'o�sis'. '� um dos maiores pontos de venda da Am�rica Latina", diz uma fonte do setor.

Essa mudan�a de curso veio acompanhada de cortes de custos. Desde 2014, a Cultura reduziu seus escrit�rios de tr�s andares para um e demitiu 800 funcion�rios � hoje, s�o 1.300 colaboradores. 'A gente fez a li��o de casa, reduzimos custos e ganhamos efici�ncia", diz Herz.

Apesar de todo o esfor�o de gest�o, os problemas da rede ainda s�o graves. As vendas ca�ram 17% nos �ltimos dois anos. Herz credita o desempenho � retra��o econ�mica brasileira, sobretudo � do varejo.

A Cultura n�o foi a �nica rede a crescer no online nos �ltimos anos. Na Saraiva, o canal tamb�m corresponde a 30% das vendas. Nos nove primeiros meses de 2016, a receita bruta da varejista no e-commerce avan�ou 10,5%, enquanto a das lojas caiu 4,7%. Na fluminense Livraria da Travessa, s� duas lojas vendem mais do que o site.

Entre as principais redes do Pa�s, apenas a Livraria da Vila e a Nobel n�o focam no e-commerce. 'N�o fizemos investimento nessa �rea, mas provavelmente teremos de trabalhar com isso no futuro", diz o dono da Livraria da Vila, Samuel Seibel. A empresa, entretanto, tamb�m est� com aberturas suspensas no varejo tradicional. 'Neste momento, nada est� sendo negociado. Vamos aguardar a rea��o do mercado."

Franquias.

A Nobel continua a expandir sua rede, mas no sistema de franquias e focada em cidades de m�dio porte. Hoje, s�o 160 unidades no Brasil e 32 na Espanha. 'N�o temos online porque acreditamos que � um neg�cio completamente diferente", afirma S�rgio Milano Benclowicz, respons�vel pela �rea comercial da empresa.

A Nobel aposta na comercializa��o de t�tulos mais populares, e n�o de livros t�cnicos ou para gostos espec�ficos. 'O futuro do varejo f�sico do segmento � a compra por prazer, do mais vendido ou do infantil. O t�cnico � comprado pela internet", acrescenta Benclowicz. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.