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Estado de Minas

Alimentos derrubam a infla��o

IPCA de fevereiro, de 0,33%, � o menor para o m�s desde 2000. Em 12 meses, taxa � de 4,7%


postado em 11/03/2017 00:12


Rio de Janeiro – A infla��o medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 0,33% ante uma varia��o de 0,38% em janeiro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O percentual � o mais baixo para o m�s desde 2000, quando estava em 0,13%. Com a alta em fevereiro, o resultado acumulado em 12 meses desacelerou de 5,35% em janeiro para 4,76% em fevereiro, menor patamar desde setembro de 2010, quando estava em 4,70%. A infla��o registrada no m�s de fevereiro de 2016 tinha sido de 0,90%. Em Belo Horizonte, segundo o IBGE, a infla��o de fevereiro foi de 0,34%.

Os pre�os dos alimentos tiveram uma queda de 0,45% em fevereiro, contribuindo para conter a infla��o do m�s em 0,11 ponto porcentual, de acordo com os dados do IPCA divulgados pelo IBGE. O grupo Alimenta��o e Bebidas, maior impacto negativo sobre o �ndice, apresentou o menor resultado desde julho de 2010, quando os alimentos ficaram 0,76% mais baratos. Considerando apenas os meses de fevereiro, o resultado de alimenta��o foi o mais baixo da s�rie hist�rica a partir do in�cio do Plano Real, em 1994.

Considerando os alimentos para consumo em casa, o recuo nos pre�os alcan�ou 0,75% em fevereiro, devido a redu��es em todas as regi�es pesquisadas: de -0,39% em S�o Paulo at� -1,57% em Campo Grande. V�rios itens importantes na cesta de consumo do brasileiro ficaram mais baratos em fevereiro, como feij�o-carioca (-14,22%) e frango inteiro (-3,83%). J� os alimentos consumidos fora do domic�lio ficaram 0,11% mais caros.

Demanda fraca O impacto da demanda fraca ainda est� presente no arrefecimento da infla��o medida pelo IPCA, mas foi abafado em fevereiro pelo impacto da redu��o nos pre�os dos alimentos, avaliou ontem o analista da Coordena��o de �ndices de Pre�os do IBGE, Fernando Gon�alves. “A safra est� mais favor�vel. Saiu ontem (anteontem) o Levantamento Sistem�tico da Produ��o Agr�cola (do IBGE), com (previs�o de) aumento de mais de 20% (ante a safra 2016). Isso favorece a queda nos pre�os dos produtos. No caso de alimenta��o, � oferta maior mesmo, n�o demanda menor, porque as pessoas precisam se alimentar”, afirmou.

“O que afetou o IPCA de fevereiro foi essa oferta enorme de gr�os, afetou bastante, porque alimenta��o pesa quase um quarto do IPCA”, confirmou Gon�alves. “Continua o efeito da demanda fraca, mas neste m�s agora a oferta de alimentos ajudou muito a conter o �ndice. Mesmo com essa alta de educa��o, a alimenta��o ajudou bastante a conter”, completou.

A principal press�o altista sobre a infla��o do m�s partiu de educa��o, com alta de 5,04%, mas ainda menos acentuada do que o registrado no mesmo per�odo de anos anteriores. E 2016, o grupo tinha aumentado 5,90%; em 2015, 5,88%; em 2014, 5,97%. “Descontos est�o sendo oferecidos para conseguir manter os alunos. Ent�o os reajustes foram um pouco menores este ano”, confirmou Gon�alves.

Transportes e servi�os Segundo o pesquisador, a demanda fraca tamb�m pode ser vista em fevereiro no item passagens a�reas, que teve queda de 12,29%. “Passagem a�rea foi demanda mesmo”, declarou. O item exerceu a principal press�o individual para baixo sobre a taxa de 0,33% registrada pelo IPCA do m�s, o equivalente a -0,05 ponto percentual. O movimento quase anulou a contribui��o de 0,06 ponto percentual proveniente dos reajustes dos �nibus urbanos, que ficaram 2,33% mais caros no m�s. As tarifas dos �nibus urbanos subiram em oito das 13 regi�es pesquisadas em fevereiro. Tamb�m houve aumento nas tarifas de �nibus intermunicipais em cinco regi�es.

Como consequ�ncia, as despesas com o grupo Transportes subiram 0,24% em fevereiro. Houve aumento ainda no seguro de ve�culos (2,59%), mas combust�veis ficaram mais baratos (-0,25%). O pre�o do litro da gasolina recuou em m�dia 0,21% em fevereiro, apesar de aumentos e Salvador (8,79%) e Campo Grande (0,74%). J� o etanol teve redu��o m�dia de 0,72%, embora Salvador tenha verificado uma alta expressiva de 9,50% no item. Esse comportamento levou a infla��o de bens e servi�os monitorados a arrefecer de 0,80% em fevereiro para 0,58% em fevereiro.

Previs�o de avan�o, mas dentro da meta

O arrefecimento da infla��o oficial no pa�s deve continuar pelo menos at� o fim do terceiro trimestre, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea). No �ltimo trimestre, a taxa acumulada em 12 meses pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) voltar� a subir, mas encerrar� 2017 dentro do centro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%, prev� a pesquisadora Maria Andr�ia Lameiras.

“A partir de setembro � quando come�am as varia��es menores no IPCA (de 2016), ent�o � poss�vel que, por efeito estat�stico, a taxa em 12 meses volte a subir no fim do ano. Mas o 4,5% est� virando teto. N�o s� porque os resultados dos �ltimos dois meses foram muito bons, mas porque o ambiente inflacion�rio est� ajudando”, explicou Maria Andr�ia. Segundo o Ipea, o movimento de retra��o em fevereiro refor�a ainda mais a trajet�ria de desacelera��o da infla��o, iniciada no �ltimo trimestre de 2016.

A melhora � puxada pelo forte recuo nos pre�os dos alimentos, mas tamb�m pelos efeitos da valoriza��o do real frente ao d�lar e da demanda interna mais fraca, avaliou o Ipea, em nota do grupo de Conjuntura. Segundo Maria Andr�ia, � poss�vel ver os reflexos da retra��o na demanda na desacelera��o dos pre�os dos servi�os pessoais e dos bens industriais. “A gente ainda vai ter o mercado de trabalho com dificuldades ao longo deste ano, contribuindo para o ambiente de desacelera��o da infla��o. As pessoas est�o adiando as decis�es de compra”, disse a pesquisadora do Ipea.


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