S�o Paulo, 20 - Com a maior oferta de alimentos gra�as � supersafra e a desacelera��o no pre�o dos servi�os, comer dentro e fora de casa deve subir menos em 2017, garantem especialistas.
F�bio Rom�o, economista da consultoria LCA, acredita que o pre�o da alimenta��o em casa ter� uma alta de 4,7%, a menor valor desde 2009. A proje��o do economista representa uma desacelera��o do ritmo de alta em 32%, j� que a alimenta��o em casa teve alta de 9,36% em 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). "Ainda n�o vai compensar as altas anteriores, mas vai desacelerar e se posicionar pr�ximo � infla��o, projetada para 4,66%, o que � um ganho importante para o consumidor", diz.
J� para o pre�o da alimenta��o fora de casa, a expectativa da LCA � de alta de 6% em 2017 ante um avan�o de 7,22% visto em 2016. A alimenta��o fora de casa varia mais do que a alimenta��o em casa porque est� ligada n�o s� � oferta de alimentos, mas tamb�m ao lazer, ou seja, � decis�o de comer na rua.
Em 2015 e 2016, a refei��o fora do lar teve uma varia��o menor de pre�o do que comer em casa, o que n�o costuma ser visto.
Segundo Rom�o, isso ocorreu por causa do momento econ�mico, que acarretou, entre outros fatores, o encolhimento do mercado consumidor. Nestas condi��es, os donos de restaurantes n�o tiveram espa�o para mexer nos pre�os e fizeram at� promo��es. Em 2017, al�m da ajuda da safra, � prevista uma estabiliza��o da economia, o que deve fazer com que a alimenta��o fora de casa retorne � din�mica "normal", com os pre�os variando mais do que a alimenta��o em casa.
O economista da Infinity Asset, Jason Vieira, alerta que ainda n�o ser� visto um processo de defla��o nos alimentos, quando h� uma queda generalizada de pre�os, por causa de fatores como a demanda e fen�menos clim�ticos, que mant�m o pre�o em alta. Vieira projeta uma alta de 0,28% no �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril e alta de 0,12% no grupo de Alimentos.
A grande quest�o � se as proje��es v�o se refletir no prato do consumidor. Para Paula Cavagnari, diretora-presidente Associa��o das Empresas de Refei��o e Alimenta��o (Assert), o pre�o m�dio da refei��o completa pode cair ap�s tr�s altas consecutivas.
Pesquisa da Assert mostra que o pre�o m�dio da refei��o em 2016 foi 8% mais caro que em 2015. "A tend�ncia agora � de queda porque esse 8% � maior que a infla��o oficial, de 6,29%, apesar de ter acompanhado o aumento do grupo alimenta��o", explica Cavagnari.
No bolso
Em 2016, o consumidor desembolsou, em m�dia, R$ 32,94 por uma refei��o completa (prato principal, bebida, sobremesa e caf�). O valor foi de R$ 30,48 em 2015 e de R$ 27,36 em 2014.
Em algumas cidades, o consumidor pagou bem mais que a m�dia. Foi o caso de Florian�polis (R$ 43,53), Vila Velha (R$ 37,49) e S�o Lu�s (R$ 36,96). Paula, da Assert, explica que esse n�mero � composto, entre outros fatores, pelo alto custo da log�stica, dos alimentos, de vida e aluguel dessas cidades.
Por outro lado, os consumidores de S�o Jos� dos Pinhais e Uberl�ndia pagaram mais barato pela refei��o: R$ 23,08 e R$ 24,64, respectivamente. O estudo foi feito de 11 a 28 de novembro, em 4.574 estabelecimentos que aceitam vale-refei��o.
A pesquisa da Assert, conduzida pelo Instituto Datafolha, tamb�m apontou um aumento dos estabelecimentos com autosservi�o, o self-service. Em 2016, 58% dos restaurantes pesquisados foram desse tipo, ante 54% em 2015. Paula explica que esse aumento reflete a preocupa��o dos donos em atender uma clientela que busca pre�os menores para se alimentar.
O peso da crise no bolso e no prato em 2014 e 2015, por�m, n�o fez com que o consumidor administrassem os gastos na alimenta��o fora de casa.
Uma pesquisa realizada pelo Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC Brasil) e pela Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que uma em cada cinco pessoas que possuem vale restaurante e/ou alimenta��o n�o controlam os gastos feitos com essa modalidade. Outros 27% admitem extrapolar o valor antes da recarga da empresa, sendo necess�rio complementar o total.
O conhecido "VR" deveria ser um aliado do brasileiro, j� que d� um al�vio ao bolso e permite f�cil controle de gastos. A economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti, pondera que "o brasileiro tende a deixar de lado o controle financeiro".
O benef�cio � viabilizado por meio do Programa de Alimenta��o do Trabalhador (PAT), do Minist�rio do Trabalho, que complementa a alimenta��o do trabalhador em parceria com as empresas. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.