
Basta ver os n�meros para entender a import�ncia do neg�cio para economia mineira: em 2016 a pecu�ria de corte movimentou R$ 6,6 bilh�es com o abate de 2,5 milh�es de cabe�as de gado. Representantes de entidades do setor consideram que a a��o da Pol�cia Federal ganhou uma propor��o que n�o corresponde � realidade do setor.
O primeiro reflexo j� esperado � a queda no pre�o da carne repassada pelo produtor. “J� est�vamos com um consumo mais baixo, tendo em vista a redu��o do poder de compra da popula��o. Agora, mais algumas pessoas se esquivar�o de comprar carne. Certamente o pre�o deve cair, trazendo preju�zo para todo mundo”, avalia Roberto Sim�es, presidente da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria no Estado de Minas Gerais (Faemg), que representa os produtores. Ele lembra que Minas � respons�vel por 10% do mercado de carne brasileira, dos quais 20% s�o voltados para a exporta��o.
At� essa segunda-feira (20), pa�ses da Europa, China, Chile e Coreia do Sul anunciaram embargo de carne brasileira de empresas envolvidas na fraude no setor, denunciada pela Pol�cia Federal na sexta-feira passada. “O que vamos fazer com os rebanhos que est�o prontos? Est�o suspendendo temporariamente as compras porque demos raz�o para eles. � preciso resolver essa quest�o o mais r�pido poss�vel, porque teremos um per�odo muito dif�cil pela frente”, lamentou Roberto Sim�es.
Na avalia��o do presidente da Faemg, est� sendo feito um “alarde” pela Pol�cia Federal e pela imprensa em torno do assunto, que ganhou uma propor��o acima da realidade. “Est�o falando como se toda carne nossa n�o prestasse. Temos um pequeno n�mero de pessoas irrespons�veis que precisam ser punidas. Fazer todo esse alarde quebra a credibilidade do produto brasileiro”, ponderou. Sim�es lembrou ainda que o Brasil j� recebeu a visita de representantes de v�rios dos pa�ses importadores, que fiscalizaram e aprovaram os produtos.
Press�o
A Faemg n�o sabe ao certo o n�mero de produtores de gado de corte em Minas Gerais, mas sabe-se que em todo o estado h� cerca de 500 mil propriedades rurais. Um desses produtores � Cant�dio Ferreira, que h� 15 anos cria gado na regi�o de Governador Valadares, Zona Leste do estado. Por enquanto, ele diz que tem adotado cautela em rela��o ao assunto, especialmente � press�o para a queda do pre�o do boi. Atualmente a arroba de boi gordo � negociada a R$ 140, e j� h� quem defenda a queda para R$ 135 por arroba. Ele aconselha os produtores a manterem a produ��o e n�o negociarem por valores mais baixos – pelo menos neste primeiro momento.
“Esse � um momento de ter paci�ncia, esperar os acontecimentos. O mercado interno � muito forte, embora o momento econ�mico tenha enfraquecido o consumo”, diz Ferreira, que tamb�m preside a Uni�o Ruralista do Rio Doce e comercializa uma m�dia de 900 bois por ano. Ele lembra que as den�ncias est�o mais ligadas aos chamados produtos embutidos, como salsichas, lingui�as e defumados. Dessa forma, o impacto sobre a carne bovina seria mais um reflexo do barulho que tem sido feito em rela��o � Opera��o da PF.
