S�o Paulo, 23 - A aprova��o da reforma da Previd�ncia no Congresso pode levar a uma mudan�a ao menos da perspectiva do rating soberano brasileiro, disse nesta quinta-feira, 23, o diretor da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, ressaltando que � preciso que o texto final n�o fique muito esvaziado.
A posi��o da Fitch � esperar por mais clareza do cen�rio de andamento de reformas no Congresso e do ambiente pol�tico, disse ele. Um dos riscos � o alto patamar de desemprego e suas consequ�ncias sociais. Outro deles s�o as "imprevis�veis consequ�ncias" da Lava Jato e da revela��o das dela��es da Odebrecht, que deve envolver mais pol�ticos em Bras�lia. Guedes citou ainda que est� no radar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da chapa que elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.
J� entre os pontos positivos est� a queda r�pida da infla��o, o come�o da melhora dos �ndices de confian�a dos empres�rios e consumidores e o ajuste nas contas externas. O executivo ressaltou ainda a aprova��o da medida que estabelece um teto para alta dos gastos p�blicos. A reforma da Previd�ncia, disse ele, � muito necess�ria porque � a que mais tem impacto na din�mica dos gastos p�blicos
O diretor da Fitch explicou que a ag�ncia pode fazer uma a��o negativa no rating soberano brasileiro se o governo n�o conseguir tocar o ajuste fiscal e n�o conseguir reaquecer a economia. J� uma melhora nas perspectivas de expans�o do Produto Interno Bruto (PIB), provocada por pol�ticas que estimulem a atividade, seria um fator positivo para o rating.
A Fitch atribui rating BB com perspectiva negativa para o Brasil. A revis�o mais recente ocorreu em novembro de 2016. Segundo Guedes, foi a primeira a��o da ag�ncia em 18 meses que n�o significou um rebaixamento da nota soberana.
Guedes participou de um semin�rio em S�o Paulo organizado pela EMTA, uma associa��o de Nova York que re�ne gestores de recursos e analistas de bancos, corretoras e gestoras de recursos dedicados a pa�ses emergentes.
PIB
A Fitch espera que o Brasil cres�a 0,7% este ano, mas a previs�o tem "vi�s de baixa" e pode voltar a ser cortada, disse Guedes. Para 2018, a estimativa � de expans�o de pouco acima de 2%.
"Esperamos maior recupera��o em 2018", disse o diretor da Fitch. Guedes disse que os resultados do terceiro e quarto trimestre de 2016 vieram abaixo do esperado, o que fez a Fitch j� cortar sua estimativa anteriormente.
O diretor da Fitch ressaltou que � importante que as pol�ticas do presidente Michel Temer contribuam para fazer a d�vida p�blica parar de subir. "Nosso cen�rio-base � de crescimento constante deste endividamento, uma piora destes n�meros. Mesmo no cen�rio mais otimista, s� h� uma leve queda a partir de 2021, mas ainda muito modesta", disse a jornalistas ap�s o evento.
"Passar uma reforma n�o quer dizer nada. A grande discuss�o � o qu�o desfigurada e dilu�da ela vai ficar", afirmou, ressaltando que � importante que a reforma da Previd�ncia mantenha pontos essenciais, como a idade m�nima de aposentadoria em 65 anos e a regra de transi��o.