Ternium usa f�rmula de Nippon para derrubar presidente

S�o Paulo, 26 - A Ternium, acionista controladora da Usiminas, utilizou a mesma f�rmula que a sua s�cia Nippon Steel em 2014 para derrubar o at� ent�o presidente da sider�rgica mineira, Juli�n Eguren, nome indicado pela companhia argentina. Semana passada em decis�o que tamb�m provocou racha no Conselho de Administra��o da empresa, R�mel de Souza, que ocupava a presid�ncia, foi destitu�do por ter assinado sozinho um memorando estrat�gico, o que teria contrariado o estatuto da empresa.

Essa foi a segunda vez em menos de um ano que o executivo foi afastado por decis�o do Conselho de Administra��o. Na destitui��o que ocorreu em maio de 2016, no entanto, a justificativa utilizada foi de incapacidade para permanecer o cargo. No entanto, ap�s a��o impetrada pela Nippon, para reconduzir R�mel ao cargo, o executivo voltou � presid�ncia ap�s entendimento da Justi�a mineira de que deveria ter prevalecido as obriga��es do bloco de controle, que exige consenso dos signat�rios em sua tomada de decis�o.

Dessa vez, a Ternium alega conduta ilegal de R�mel, nome de confian�a da Nippon Steel, ao ter desrespeitado o estatuto da companhia, que exige que um documento como esse (memorando estrat�gico) fosse assinado por ao menos dois diretores e somente ap�s conhecimento pr�vio do Conselho de Administra��o. Teria violado ainda seu dever fiduci�rio, agindo contra ainda a Lei das S/As. Dessa forma, mesmo que n�o tenha existido consenso na reuni�o pr�via do Conselho de Administra��o, a ado��o do voto livre se justificaria.

Em setembro de 2014, quando a briga societ�ria da Usiminas se tornou p�blica, a l�gica foi muito similar. Juli�n Eguren, indicado pela Ternium, foi afastado pelo Conselho, tamb�m em uma decis�o sem consenso, juntamente com outros dois executivos da sider�rgica, todos indicados pela companhia argentina. A justificativa da Nippon foi de que eles teriam recebido b�nus irregularmente. A Ternium foi � Justi�a tentar reverter o afastamento dos tr�s executivos, mas o pedido foi indeferido.

"Em 2014 a Nippon quis mudar diretores e naquele momento a Ternium n�o concordou com a mudan�a. A Nippon defendeu o voto livre pelo interesse da companhia, dizendo que os fatos justificavam", destaca o advogado do BMA, escrit�rio que defende a Ternium no caso da Usiminas, Luiz Fraga. "A situa��o � an�loga", afirma.

A Nippon Steel, s�cia controladora da Usiminas, afirmou, em nota, que tomar� todas as medidas legais cab�veis contra a destitui��o de R�mel. O conglomerado japon�s destaca que a a��o foi ilegal e ileg�tima, j� que, segundo ela, violou o acordo de acionistas, que prev� consenso entre seus signat�rios. Uma fonte pr�xima da Nippon disse ainda que o voto livre foi for�ado e que houve m�-f�.

Cautela

A percep��o � de cautela da Ternium com a sa�da de R�mel e com a elei��o de Sergio Leite para seu cargo, como foi feito no ano passado. Ao contr�rio de como ocorreu na destitui��o anterior, quando Asc�nio Merrighi, diretor-executivo da Solu��es Usiminas, foi para a vice-presid�ncia Comercial no lugar de Leite, dessa vez a estrat�gia foi deixar com Leite n�o s� os cargos antes ocupados por R�mel, que al�m de presidente era diretor vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, mas tamb�m acumulou seu cargo, de diretor vice-presidente Comercial. Guimar�es - [email protected])