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Estado de Minas

Fic��o cient�fica e ind�stria da inova��o ajudam a moldar futuro da tecnologia


postado em 02/04/2017 09:19

S�o Paulo, 02 - Um smartphone capaz de escanear sua �ris em vez de pedir uma senha. Um rel�gio que se conecta � internet e registra todos os seus passos. �culos que projetam imagens interativas sobre o mundo real. Carros que dispensam o motorista. Se o notici�rio recente de tecnologia por vezes parece sa�do de um filme ou livro de fic��o cient�fica, n�o � mera coincid�ncia. A fic��o cient�fica e a tecnologia s�o �reas que se retroalimentam, em um namoro saud�vel que j� dura mais de um s�culo.

� dif�cil precisar o in�cio da fic��o cient�fica como g�nero liter�rio - a maioria dos especialistas no assunto costuma situar esse marco na segunda metade do s�culo XIX, com autores como J�lio Verne e H.G. Wells e suas narrativas sobre viagens no tempo ou � Lua, submarinos nucleares e at� mesmo expedi��es ao centro da Terra. Desde ent�o, tornou-se lugar comum dizer que a �fic��o cient�fica � capaz de prever� descobertas e avan�os tecnol�gicos. N�o � bem assim.

Sem previs�o.

�Escritores como William Gibson e Arthur C. Clarke j� disseram que a fun��o deles nunca foi prever nada. Isso � uma tarefa de futurologistas�, diz Adriano Fromer, diretor editorial da Aleph, editora brasileira especializada no g�nero. H� quem acredite que a fic��o e a inova��o sejam frutos da imagina��o. �� poss�vel imaginar que escritores seriam �timos inventores, se preferissem desenvolver tecnologias em vez de escrever�, diz Dave Maass, pesquisador da Electronic Frontier Foundation, entidade norte-americana de defesa de direitos digitais.

No entanto, dizem os especialistas, se algumas previs�es parecem acertadas, muitas delas passam longe da verdade - um exemplo citado por Fromer � o livro Neuromancer, de William Gibson. Respons�vel por cunhar o termo �ciberespa�o�, que moldou a internet como conhecemos hoje, o livro imagina um futuro onde todos podem se conectar a uma rede como a internet por meio de� orelh�es.

Por conta de �furos� como esse, se tornou comum a colabora��o entre cientistas e produtores de conte�do. Lan�ado h� duas semanas, o game Mass Effect: Andromeda, situado em 2819 e cheio de viagens espaciais, por exemplo, tem uma parceria com a Ag�ncia Europeia Espacial. �Se voc� quer entender como � viver no espa�o, precisa conversar com um astronauta�, diz Fabrice Condominas, produtor do game.

A estrada entre essas duas �reas, por�m, � uma via de m�o dupla: a equipe respons�vel por Mass Effect, por exemplo, j� ajudou astronautas a aprimorarem seus trajes espaciais com base nos figurinos de personagens do jogo. �� uma forma da ag�ncia n�o criar uniformes feios�, brinca o desenvolvedor.

Inspira��o.

Diversos executivos de tecnologia j� declararam publicamente o papel que a fic��o cient�fica tem no dia a dia em suas empresas. Para Jeff Bezos, fundador da Amazon, a assistente pessoal Alexa � o seu sonho de ter os computadores de Star Trek virando reais - Bezos � t�o f� da saga que at� fez uma ponta em Star Trek - Al�m da Escurid�o, de 2016.

No Google, o universo do Sr. Spock tamb�m influenciou mentes. �No in�cio do Google, n�s pens�vamos em Star Trek e diz�amos: esta � a ferramenta de busca definitiva�, diz Ben Gomes, vice-presidente de buscas da gigante de tecnologia, que est� na empresa desde 1999. �Hoje, estamos pr�ximos de tornar isso realidade.�

Recentemente, o fundador e presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, se inspirou no �mordomo virtual� de Homem de Ferro, o Jarvis, para criar um assistente pessoal para sua casa. Em dezembro de 2016, ele chocou a internet ao divulgar um v�deo em que interagia com o assistente, dublado pelo ator Morgan Freeman. A rea��o foi t�o grande que Zuckerberg teve de dizer que o sistema era apenas uma simula��o em desenvolvimento.

Sonho de crian�a.

� primeira vista, � f�cil imaginar que as grandes inven��es da atualidade n�o passam de �brinquedinhos� ou sonhos de inf�ncia de executivos j� bem adultos. Para o escritor brit�nico Brian Clegg, autor de mais de 20 livros sobre ci�ncia e tecnologia, �todos os grandes homens s�o aqueles capazes de criar em cima de seus sonhos de juventude�. Mais que isso, por�m, a fic��o cient�fica � respons�vel por levar crian�as e jovens, desde cedo, a explorar as possibilidades da ci�ncia e tecnologia.

� o caso do Fernando Os�rio, de 50 anos, professor do Instituto de Ci�ncias Matem�ticas e de Computa��o da Universidade de S�o Paulo em S�o Carlos. Ainda adolescente, na d�cada de 1980, Os�rio tentou criar seu primeiro programa de reconhecimento de voz em um computador Apple II ap�s assistir 2001 - Uma Odisseia no Espa�o, do diretor Stanley Kubrick. �Eu queria fazer uma m�quina inteligente. Isso me levou a seguir uma carreira toda em intelig�ncia artificial, desenhando carros e caminh�es aut�nomos�, conta Os�rio. �� um trabalho concreto, mas por tr�s disso h� um sonho de adolescente.� As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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