S�o Paulo, 20 - A acelera��o da infla��o na capital paulista medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) na segunda quadrissemana de abril foi reflexo do aumento sazonal de alguns produtos, press�o de pre�os administrados e de reajustes promovidos como em medicamentos. A avalia��o � do coordenador do IPC da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe), Andr� Chagas. Da primeira para a segunda leituras, o IPC passou de 0,31% para 0,43%.
"Houve eleva��o, mas nada preocupante. Muito do aumento deve-se a quest�es sazonais e por causa de repasses devido a algumas decis�es como mudan�a de bandeira tarif�ria vermelha, alta de impostos sobre carnes e aumento em rem�dios", explica Chagas. "Sobretudo, houve press�o maior em Alimenta��o (de 0,84% para 1,07%) e em Sa�de (de 0,87% para 1,18%)", completa.
A expectativa da Fipe � que o conjunto de pre�os de alimentos avance para 1,21% no fim do m�s, enquanto para Sa�de aguarda 1,78%. "Os sinais s�o de que o reajuste autorizado de 4,76% para medicamentos deve vir integralmente at� o fim do m�s", diz, adiantando que no crit�rio ponta (pesquisa recente), rem�dios est�o subindo 4,46%. Com isso, a previs�o para o IPC de abril foi revisada de 0,57% para 0,65%. Para o ano, a proje��o prossegue em 4,26%.
De acordo com Chagas, a principal influ�ncia no grupo Alimenta��o veio dos
in natura
(de 4,15% para 4,78%), especialmente por conta do encarecimento de 71,99% do tomate. Sozinha, essa alta teve impacto de 0,19 ponto porcentual no resultado IPC. Ou seja, se n�o fosse esse efeito, o IPC da segunda quadrissemana seria de 0,24%, e n�o de 0,43%, explica. "Batata tamb�m ficou mais cara 13,69%", afirma. J� as verduras ca�ram 2,81% na segunda quadrissemana, depois da queda de 3,94% na primeira.
J� os alimentos industrializados voltaram a cair, 0,05%, na compara��o com alta de 0,12% na primeira quadrissemana, influenciados especialmente pelo recuo nos pre�os dos derivados da carne para 0,76%, depois de cederem 0,47% na primeira leitura.
Curiosamente, diz Chagas, os pre�os de derivados ca�ram enquanto os da carne bovina subiram de 0,42% para 1,48% na segunda quadrissemana do m�s, refletindo em parte do aumento de ICMS a partir de abril. "Parece que os efeitos da opera��o Carne Fraca apareceram mais nos derivados da carne", afirma.
Em raz�o do aumento em carne bovina, o segmento de semielaborados passou de queda de 0,10% para eleva��o de 0,56% na segunda quadrissemana. "J� est�o subindo mais de 2,5% no ponta (pesquisa recente)", adianta, completando que a alta poderia at� ser maior, caso a demanda n�o estivesse reprimida.
J� o grupo Transportes ajudou a limitar o avan�o do IPC-S no per�odo, segundo Chagas. Este conjunto de pre�os repetiu a queda de 0,61% da primeira quadrissemana, em raz�o do recuo de 7,35% em etanol e de 2,72% na gasolina.
A rela��o etanol/gasolina ficou em 71,77% na segunda semana de abril, na compara��o com 71,29% na anterior. O n�mero est� acima da marca de 70% considerada favor�vel por especialistas para o �lcool combust�vel.