
A greve geral dessa sexta-feira pode ter provocado um impacto negativo de R$ 5 bilh�es no faturamento do com�rcio em todo o pa�s. Apenas no estado de S�o Paulo, o baque deve ter chegado a R$ 1,6 bilh�o, apontam estimativas da Federa��o do Com�rcio local (FecomercioSP), que n�o reconheceu a paralisa��o e considerou o 28 de abril um dia �til de trabalho. “No momento econ�mico dif�cil que o pa�s atravessa, ap�s tr�s anos de recess�o, resultando em mais de 14 milh�es de desempregados, n�o s�o mais admiss�veis paralisa��es que tragam custos �s empresas ou dificuldades de deslocamento de trabalhadores”, informou a Fecomercio.
Outro ramo que tamb�m sentiu, embora em menor escala, os efeitos da greve foi o da educa��o. Dos mais de 40 mil estabelecimentos de ensino particular no pa�s, 20% paralisaram as atividades, afirmou o presidente da Federa��o Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amabile Pacios. “Esse percentual corresponde �s escolas filantr�picas que pararam atendendo orienta��o da CNBB, contra o fim das isen��es”, disse Amabile. No Distrito Federal, apenas cinco escolas particulares aderiram. O diretor financeiro do Sindicato das Escolas Particulares do Distrito Federal (Sinepe-DF), Clayton Braga, considerou baixa a ades�o. “N�o chega a 2% do total de 600 mil alunos dessas institui��es”, disse.
Para centrais sindicais e movimentos sociais, a greve foi um sucesso. Postaram filmes e fotos de cidades, de todas as regi�es do pa�s, totalmente paradas. No entanto, h� controv�rsias: parte das entidades empresariais de setores estrat�gicos garantiram que n�o houve mudan�a na rotina laboral. A Federa��o das Ind�strias do Estado do Amazonas (Fieam) informou que as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) n�o sentiram o impacto da paralisa��o.
“Credibilidade”
Nelson Azevedo, primeiro vice-presidente da Fieam, disse que a dificuldade dos industri�rios para chegar ao trabalho foi provocada pelo bloqueio das principais vias que d�o acesso ao bairro onde est�o as grandes ind�strias. “O pa�s precisa dessas reformas urgentemente. Elas s�o necess�rias para a economia do Brasil e o que vemos hoje � mais um movimento pol�tico, para fortalecer um determinado partido, do que reivindica��es coerentes por estabilidade e credibilidade do pa�s.”
Segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil (Abit), nenhuma empresa do setor parou as atividades. No Polo Industrial de Cama�ari, o funcionamento foi normal. O mesmo ocorreu no Polo Petroqu�mico do ABC. O Polo Petroqu�mico de Cubat�o tamb�m n�o teve a produ��o afetada. Essa diverg�ncia de opini�es j� era esperada, segundo Gra�a Costa, secret�ria de Rela��es do Trabalho da Central �nica dos Trabalhadores (CUT). “Empres�rios e governo sempre tentam desmoralizar os movimentos populares. A inten��o � passar a ideia de que nada est� acontecendo”, criticou.
Pelo balan�o da For�a Sindical, os atos foram bem-sucedidos e 40 milh�es de pessoas cruzaram os bra�os em todo o pa�s. F�bricas e lojas fecharam as portas, e as m�quinas permaneceram paradas. Metr�s, �nibus e trens n�o sa�ram das garagens. “Esperamos que, ap�s as manifesta��es de puro descontentamento com as reformas, o Pal�cio do Planalto ou�a as vozes das ruas, afaste sua intransig�ncia e abra negocia��o sobre os temas em quest�o”, informou a For�a Sindical. Apesar dos apelos, ontem, o ministro da Justi�a, Osmar Serraglio, criticou a greve e garantiu que o governo “vai prosseguir com as reformas”.
No momento econ�mico dif�cil que o pa�s atravessa, ap�s tr�s anos de recess�o, resultando em mais de 14 milh�es de desempregados, n�o s�o mais admiss�veis paralisa��es que tragam custos �s empresas ou dificuldades de deslocamento de trabalhadores”