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Estado de Minas

PF investiga cr�ditos bilion�rios para a JBS

Agentes deflagram a��o para apurar suspeitas de fraude na libera��o de empr�stimo de R$ 8,1 bilh�es do BNDES para o grupo frigor�fico. Financiamento teria gerado perda de R$ 1,2 bilh�o


postado em 13/05/2017 06:00 / atualizado em 13/05/2017 07:27

Policiais federais estiveram ontem na sede do banco, no Rio de Janeiro, fazendo buscas e cumprindo mandados de condução coercitiva(foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO )
Policiais federais estiveram ontem na sede do banco, no Rio de Janeiro, fazendo buscas e cumprindo mandados de condu��o coercitiva (foto: FABIO MOTTA/ESTAD�O CONTE�DO )

S�o Paulo – A Pol�cia Federal cumpriu ontem 37 mandados de condu��o coercitiva e 20 de mandados de busca e apreens�o no �mbito da Opera��o Bullish. A investiga��o mira fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), por meio da subsidi�ria BNDESPar, a uma grande empresa do ramo de prote�na animal, JBS, dos empres�rios Joesley e Wesley Batista. Realizados a partir de junho de 2007, os aportes tinham como objetivo a aquisi��o de empresas tamb�m do ramo de frigor�ficos no valor total de R$ 8,1 bilh�es. Os empr�stimos permitiram que as empresas da fam�lia Batista se tornassem a maior produtora e comercializado de prote�na animal do mundo.

Segundo a PF, os repasses foram realizados ap�s a contrata��o de empresa de consultoria ligada a um parlamentar � �poca e as opera��es de desembolso dos recursos p�blicos tiveram tramita��o recorde. Essas transa��es foram executadas sem a exig�ncia de garantias e com a dispensa indevida de pr�mio contratualmente previsto, gerando um preju�zo de aproximadamente R$ 1,2 bilh�o aos cofres p�blicos.

Os mandados de condu��o coercitiva foram cumpridos no Rio de Janeiro (30) e em S�o Paulo (7) e foram feitas busca e apreens�o tamb�m no Rio (14) e na capital paulista (6). Tamb�m foi determinada a indisponibilidade de bens de pessoas f�sicas e jur�dicas que participam direta ou indiretamente da composi��o acion�ria do grupo empresarial investigado, at� o limite do preju�zo gerado ao er�rio.

Os controladores do grupo est�o proibidos, ainda em raz�o da decis�o judicial, de promover qualquer altera��o societ�ria na empresa investigada e de se ausentar do pa�s sem autoriza��o judicial pr�via. A Pol�cia Federal monitora cinco dos investigados que se encontram em viagem ao exterior. O nome da opera��o (que quando usado no mercado de a��es pode ser traduzido como “em alta”, numa tradu��o livre) adveio da tend�ncia de valoriza��o gerada entre os operadores do mercado financeiro em rela��o aos pap�is da empresa, para a qual os aportes da subsidi�ria BNDESPar foram imprescind�veis.

Outro alvo da opera��o � o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Segundo a PF, os aportes do banco p�blico foram realizados ap�s a contrata��o de empresa de consultoria do pol�tico. Por causa disso, as opera��es de desembolso dos recursos p�blicos teriam tido tramita��o recorde. O BNDESPar tem mais de 581 mil a��es da JBS, ou cerca de 21% em participa��o na empresa. Segundo a PF, os aportes, realizados a partir de junho de 2007, tinham como objetivo a aquisi��o de empresas tamb�m do ramo de frigor�ficos.

Nesse per�odo, os principais investimentos do banco p�blico tiveram como objetivo apoiar a expans�o da JBS. Um dos maiores aportes foi utilizado para a compra de R$ 3,5 bilh�es em deb�ntures para fortalecer o caixa da empresa com a compra da americana Pilgrims e com a incorpora��o da Bertin S.A. O caso da Bertin j� estava na mira dos investigadores, uma vez que h� ind�cios de participa��o do operador L�cio Funaro na transa��o.

Outras suspeitas A holding J&F, controladora da JBS, Eldorado, Alpargatas, Vigor, Banco Original, Oklahoma e Canal Rural, entre outras empresas, � alvo recorrente de Opera��es da Pol�cia Federal (PF), incluindo a Bullish, deflagrada ontem, mas na v�spera a pr�pria PF fez uma a��o de busca e apreens�o na planta de celulose da Eldorado, em Tr�s Lagoas (MS) na quarta fase da opera��o Lama Asf�ltica, iniciada em 2015.

Entre as opera��es mais recentes, em janeiro deste ano a opera��o Cui Bono apurou suspeitas de irregularidades de pagamento de propina na libera��o de financiamento de R$ 4,3 bilh�es da Caixa Econ�mica Federal para empresas, entre elas as da holding J&F. No ano passado, em 1º de julho, a PF realizou outra opera��o de busca na sede da J&F, na Eldorado.

A holding havia sido citada em dela��o premiada do ex-vice-presidente da Caixa, F�bio Cleto sobre o recebimento de propinas em grupos empresariais que obtiveram aportes milion�rios do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). No dia, a PF realizou tamb�m buscas na resid�ncia de Joesley Batista, presidente da holding. Outra grande opera��o, a Greenfield ocorreu em setembro, e investigou desvios de R$ 8 bilh�es nos fundos de pens�o Funcef, Petros, Previ e Postalis. � �poca, Joesley e o irm�o Wesley Batista foram alvos de condu��es coercitivas � sede da PF. Assim como ocorreu ontem na Bullish, Joesley estava fora do pa�s.

Ainda em setembro do ano passado, os irm�os foram afastados no comando da companhia, que foi assumido pelo outro irm�o Jos� Batista J�nior, mas logo em seguida retomaram o controle ap�s firmarem um acordo com o Minist�rio P�blico Federal. O acordo firmado previa o pagamento em ju�zo de R$ 1,5 bilh�o. Outras investiga��es, passando pela holding J&F e seus diretores, o frigor�fico Bertin (comprado pela JBS em 2009) e BNDES, j� influenciaram as a��es da JBS e, desde outubro de 2015. A JBS foi ainda citada na Opera��o Carne Fraca, divulgada em mar�o deste ano que investigou corrup��o e fraudes envolvendo fiscais do Minist�rio da Agricultura e empres�rios e funcion�rios de frigor�ficos e empresas de carnes processadas.

 

enquanto isso...

Lucro do BNDES despenca 76,6%

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) registrou lucro l�quido de R$ 373 milh�es no primeiro trimestre de 2017, uma queda de 76,6% em rela��o ao primeiro trimestre de 2016, quando o banco apurou lucro l�quido de R$ 1,6 bilh�o. O banco informou que o resultado se deu pelo maior volume de provisionamento. De acordo com o BNDES, a provis�o para risco de cr�dito passou de R$ 871 milh�es no primeiro trimestre de 2016 para R$ 3,3 bilh�es no mesmo trimestre de 2017. J� a recupera��o do mercado acion�rio levou � redu��o nas provis�es para perdas em investimentos (impairment) e proporcionou ganhos nas opera��es com a venda de a��es, que cresceram 127,7%.


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