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Estado de Minas

A cria��o do Plano Real chega ao cinema


postado em 20/05/2017 08:07

S�o Paulo, 20 - Em tempos de p�s-verdade, em que a �narrativa� vale mais que os fatos, s�o raras, rar�ssimas, as produ��es nacionais que retratam momentos marcantes da hist�ria do Pa�s, sem um vi�s de esquerda nem apoio oficial. Neste cen�rio desequilibrado, o filme Real: o plano por tr�s da hist�ria, do diretor Rodrigo Bittencourt, que chega aos cinemas na pr�xima quinta-feira, 25, � uma agrad�vel surpresa.

Com um custo total de R$ 8 milh�es, captados da iniciativa privada e complementados por uma pequena parcela de crowdfunding, o filme revela os bastidores do Plano Real, que debelou a hiperinfla��o no Pa�s, sem ufanismo, sem a carga ideol�gica habitual do cinema brasileiro. Por meio de uma trama envolvente, baseada no livro 3.000 dias no bunker (Ed. Record, 332 p�g., R$ 74,90), do escritor e jornalista Guilherme Fiuza, o mesmo autor de Meu nome n�o � Johnny, o filme faz o p�blico quase esquecer de que o pano de fundo � o mundo esot�rico da economia.

Embora seja uma fic��o, o filme ilumina um cap�tulo crucial de nossa hist�ria recente, que muitas vezes � minimizado pelas esquerdas, por ter sido idealizado durante a gest�o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Minist�rio da Fazenda, no governo de Itamar Franco. Ainda hoje, 23 anos depois, o Plano Real continua a provocar rea��es apaixonadas, inclusive no campo do cinema, como se n�o fosse uma conquista de todos os brasileiros, mas apenas da corrente pol�tica que o criou.

Recentemente, o filme foi alvo - ao lado de O jardim das afli��es, um document�rio centrado na figura do fil�sofo conservador Olavo de Carvalho - da patrulha ideol�gica de um grupo de cineastas de esquerda selecionados para participar do festival Cine PE, que estava marcado para ocorrer entre os dias 23 e 29 de maio, no Recife. Num incidente que revela muito sobre o momento delicado por que passa o Pa�s, de forte polariza��o pol�tica, o grupo decidiu retirar seus filmes do festival, provocando o seu adiamento por tempo indeterminado, sob a alega��o de que a programa��o deu espa�o a produ��es �claramente alinhadas a uma direita extremista�.

O epis�dio, segundo informa��es extraoficiais, levou ao desligamento do cineasta Cac� Diegues e da Globo Filmes como produtores associados da fita. �H� um movimento neofascista no Brasil que deseja impor uma hegemonia cultural com vi�s marxista�, diz Ricardo Fadel Rihan, da Lightouse House, um dos produtores do filme.

Com a pretens�o de ser um thriller pol�tico, embalado ao ritmo de �pera rock, o filme tem como personagem principal o economista Gustavo Franco (interpretado pelo ator Em�lio Orciollo Neto), integrante da equipe que idealizou o real e depois nomeado diretor da �rea internacional e presidente do Banco Central (BC). Tamb�m faziam parte do grupo os economistas Pedro Malan, Persio Arida, Andr� Lara Resende, Edmar Bacha, Winston Fritsch e Cl�vis Carvalho, todos presentes no filme.

A hist�ria se desenrola basicamente, num bunker localizado no pr�dio do Minist�rio da Fazenda, em Bras�lia, protegido de press�es pol�ticas, no qual o grupo recrutado por Fernando Henrique forjou o real, em meio a fortes discuss�es, e nas salas e corredores do BC, onde Franco definia as estrat�gias destinadas a �peitar� os especuladores e evitar a desvaloriza��o da nova moeda, durante as crises da �sia e da R�ssia, em 1997 e 1998.

Para os mais jovens, que n�o viveram os tempos da hiperinfla��o, o filme oferece uma oportunidade de conhecer um pouco melhor os momentos dram�ticos vividos pelo Brasil naquela �poca, sem ser professoral, nem exagerar no econom�s. Para os mais velhos, que sofreram os males da superinfla��o na pele, � uma chance de relembrar o quanto era dif�cil a vida com uma desvaloriza��o da moeda de 2% ao dia.

(AE)


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