S�o Paulo, 31 - Quatro setores do com�rcio absorveram quase a metade dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) liberados em mar�o, o primeiro m�s do ano no qual o governo colocou em pr�tica a medida para impulsionar a atividade econ�mica.
Isso � o que revela um estudo feito pela Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), obtido pelo Estado, para saber o destino do dinheiro extra. Em mar�o foram liberados R$ 5,5 bilh�es do FGTS e, juntos, os setores de vestu�rio e cal�ados, materiais de constru��o, m�veis e eletrodom�sticos, farm�cia e perfumaria capturaram R$ 2,65 bilh�es ou 48% desse total.
"Essa fatia de recursos destinada �s compras pode parecer muita coisa, mas n�o �", afirma F�bio Bentes, o economista s�nior da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) e respons�vel pelo estudo. Ele explica que, por causa da alta propens�o a consumir dos brasileiros, era esperada uma destina��o maior dessa cifra para as compras. No entanto, o resultado, segundo o economista, corrobora a hip�tese de que o alto n�vel de endividamento das fam�lias nos �ltimos anos contribuiu para reduzir o impacto positivo desses recursos extras sobre o varejo. "A maior parte dos recursos pode ter sido direcionada para a quita��o de d�vidas, poupan�a ou gasto com servi�os", calcula.
De dez segmentos acompanhados pela Pesquisa Mensal de Com�rcio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o estudo mostra que apenas quatro foram beneficiados em vendas por essa inje��o extra de dinheiro. Bentes explica que, para chegar a esses resultados, o estudo considerou para avaliar o desempenho de vendas do m�s de mar�o diferentes vari�veis, entre as quais est�o o comportamento normal das vendas desse m�s (a sazonalidade), dos pre�os, da procura por cr�dito e da massa de rendimentos. Feitos os ajustes, o economista constatou que apenas quatro segmentos tiveram desempenho fora do padr�o para essas vari�veis e atribuiu o resultado ao impulso dado pelos recursos do FGTS.
Vestu�rio
Quem mais tirou proveito do FGTS foi o segmento de artigos de vestu�rio e cal�ados, que absorveu R$ 1,19 bilh�o ou 44,9% do total. "Sentimos uma melhora nas vendas desde o final de fevereiro e em mar�o", afirma Edmundo Lima, diretor executivo da Associa��o Brasileira de Varejo T�xtil, que re�ne 22 grandes grupos do varejo de moda. Ele pondera que n�o tem dados exatos sobre o impacto do FGTS, mas acredita que esse fator tamb�m colaborou para bom resultado.
O executivo acrescenta que o clima mais frio neste ano, a base fraca de compara��o e os pre�os mais comportados da cole��o contribu�ram para o resultado favor�vel. Bentes destaca que em mar�o as vendas do segmento cresceram 11,7% ante igual m�s de 2016. Foi o melhor desempenho mensal em bases anuais desde fevereiro de 2011. O fato de a venda do segmento ter valor m�dio baixo tamb�m impulsionou os neg�cios, diz ele.
Na vice-lideran�a da capta��o desses recursos est� o segmento de materiais de constru��o, que captou R$ 594,4 milh�es. Cl�udio Conz, presidente da Anamaco, que re�ne os varejistas do setor, diz que, na compara��o mensal, mar�o foi o melhor m�s do ano: cresceu 11% ante fevereiro. "O comportamento normal para o per�odo � uma alta de 4%." Segundo o IBGE, as vendas do setor aumentaram 9,4% em mar�o ante 2016, o melhor resultado desde fevereiro de 2014. M�veis e eletrodom�sticos captaram R$ 530,2 milh�es do FGTS e farm�cias, R$ 337 milh�es. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(M�rcia De Chiara)