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Estado de Minas S�CULO 21

Saiba como montar um curr�culo atrativo e inteligente

Quais habilidades, experi�ncias e compet�ncias s�o fundamentais? Pesquisa mostra que modelo tradicional ser� substitu�do pelas redes sociais


postado em 12/06/2017 12:24 / atualizado em 12/06/2017 12:45

(foto: Inovatec/Divulgação)
(foto: Inovatec/Divulga��o)
Voc� ainda acredita no curr�culo tradicional? Seja em papel, e-mail ou cadastro em banco de dados das empresas? Voc� que est� � procura de emprego, de uma nova recoloca��o ou sonha em buscar outros desafios na carreira pensa nessa ferramenta como meio de se apresentar profissionalmente? Saiba que cada vez mais o curr�culo est� com os dias contados. A forma como o conhecemos hoje deixar� de existir e mudan�as dr�sticas j� ocorreram.

Levantamento da Robert Half com 1.876 diretores de RH de 16 pa�ses revelou o uso das redes sociais no recrutamento. Os executivos brasileiros apareceram na primeira coloca��o entre os que mais acreditam que as redes sociais, como LinkedIn e Facebook, substituir�o os curr�culos tradicionais no futuro (o que pode est� ocorrendo neste exato momento!).

De acordo com pesquisa da Robert Half, 34% dos entrevistados do Brasil apontam ser muito prov�vel essa substitui��o, enquanto outros 42% consideram pouco prov�vel. A Holanda aparece na sequ�ncia: tr�s em cada 10 executivos apostam na mudan�a do curr�culo tradicional para as redes sociais e outros 50% acham pouco prov�vel.

Quando questionados sobre a efici�ncia das redes sociais, como Facebook e LinkedIn, como ferramentas de recrutamento, 54% dos brasileiros acreditam que sim. A lideran�a fica por conta dos chineses (64%) e Singapura (56%). Os alem�es (67%) s�o os que menos consideram as redes sociais eficientes no recrutamento, seguidos pelos belgas (63%). No Brasil, o principal uso das redes sociais no recrutamento � a verifica��o de refer�ncias de potenciais candidatos segundo 25% dos executivos brasileiros entrevistados, seguido por comunica��o com candidatos (24%) e sele��o de profissionais (21%). Na m�dia global, a principal utilidade apontada por 26% dos executivos � a sele��o e comunica��o com candidatos.

NETWORKING
(foto: Ibmec/Divulgação)
(foto: Ibmec/Divulga��o)
 
Para La�s Santos Alves, especialista em carreiras do Ibmec-MG, “o LinkedIn � mais din�mico, possibilita networking, � mais rico e real do que o curr�culo f�sico. Possibilita conex�es, disponibiliza com mais facilidade e o perfil � mais potencializado que o formal. A abrang�ncia � maior, seja por headhunters ou recrutadores”. Sem falar que no pr�prio LinkedIn h� chance de ter mais informa��o do que no modelo formal, como indicar causas de apoio e trabalhos volunt�rios.

La�s Alves explica que a rede profissional tem um “potencial importante tanto para quem busca coloca��o quanto para quem deseja refor�ar o networking, O LinkedIn tem o apelo da tecnologia, que � fundamental na vida atual, e sempre estar� atualizado. Vale lembrar que, hoje, quem tem conhecimento digital sai na frente”.

No entanto, La�s Alves enfatiza que o curr�culo f�sico, enviado pelo correiro, o modelo por e-mail e o 'trabalhe conosco' nos sites das empresas ainda s�o utilizados. “Mas n�o se esque�am que o mercado est� em constante inova��o. Acredito, no entanto, que o LinkedIn bate de frente com todos eles e j� est�o equilibrados.”

A especialista em carreiras at� lembra que, al�m do curr�culo, as indica��es s�o important�ssimas. “O profissional ter� peso maior, o que n�o significa a contrata��o. Mas ter� respaldo.” La�s Alves conta tamb�m que conhece muitos profissionais contratados, seja por conex�es ou mesmo descobertos no LinkedIn, que foram convidados para uma sele��o ou cargo. Por isso, quanto mais conex�es, mais chances de comunicar com outros profissionais. O cuidado, que depender� do perfil, � o desejo de ter uma rede mais relevante e n�o t�o polu�da, para n�o perder a riqueza do networking.

La�s Santos Alves enfatiza que h� qualifica��es b�sicas que precisam estar em todos os curr�culos e que s�o o diferencial. “A forma��o numa institui��o de qualidade, uma qualifica��o que mostre busca constante do conhecimento, flu�ncia em outros idiomas (o ingl�s j� � pr�-requisito), experi�ncia em outros pa�ses, conhecimento digital e adaptabilidade, que j� faz parte das compet�ncias comportamentais, como resili�ncia e trabalho em equipe. S� n�o se esque�am que o curr�culo formal sempre deve ser enxuto e t�cnico”, afirma.


Sinta-se  provocado
Júlia Ramalho Pinto, diretora-executiva da Estação do saber(foto: Fabiano Aguiar/Divulgação)
J�lia Ramalho Pinto, diretora-executiva da Esta��o do saber (foto: Fabiano Aguiar/Divulga��o)
 

“Para falar de curr�culo para o futuro do trabalho temos que considerar que o futuro j� chegou! O que marca isso � a sociedade digital (ou Quarta Revolu��o Industrial). O que impacta gravemente a todos n�s”, avisa J�lia Ramalho Pinto, psic�loga, coach e diretora-executiva da Esta��o do Saber – Coaching e Consultoria, com know-how de 25 anos de experi�ncia em treinamento, consultoria e desenvolvimento de pessoas. Ela explica que estamos de forma mais abrangente vivendo o universo da internet desde 1995 (com o Windows 95), e desde 2000 e pouco interagindo e colocando cada vez mais dados no ambiente on-line. “Hoje, somos 3,2 bilh�es de pessoas na internet, sete bilh�es de aparelhos celulares e um bilh�o de usu�rios ativos no Facebook. Como publicado pelo The Economist, dados s�o hoje o recurso mais valioso do mundo. E com algoritmos de intelig�ncia artificial faremos cada vez mais coisas que nunca fizemos, como selecionar candidatos pelo seu perfil de comportamento digital.”

E J�lia Ramalho chama a aten��o que isso n�o se deve apenas ao que a pessoa faz e modula intencionalmente de seu perfil no Facebook e LinkedIn, mas tamb�m a tudo o que ela acessa on-line. “Ou seja, ser� poss�vel estabelecer padr�es de comportamento com base em buscas, compras, compartilhamentos, de tudo que ela faz na internet. Se estamos cada vez mais fazendo coisas na internet, imagina como esse perfil ser� cada vez mais acurado? Para que considerar um curr�culo em papel.?”

A coach diz que os anos de internet e redes sociais significa que a informa��o compartilhada gerou um mundo diferente para todos. “Como tamb�m nomeou o The Economist, os dados s�o o novo petr�leo. Conhece-se mais as pessoas no mundo digital do que elas podem escrever no papel, j� que podem p�r o que quiserem. No entanto, no 'futuro' (para n�o dizer hoje), h� empresas que n�o se limitam a ler o perfil do candidato, mas contam com sistemas de intelig�ncia artificial que v�o varrer mais ainda os dados de um profissional (j� que falamos de carreira/emprego) na presen�a on-line”, alerta.

Diante disso, J�lia Ramalho prev� que “talvez caia em desuso o teste de personalidade, j� que a intelig�ncia artificial vai al�m de confirmar o que est� em um curr�culo; saber� sobre seu comportamento no mundo digital. O candidato pode at� dissimular, mas em algum momento n�o vai negar e se entrega. A intelig�ncia artificial vai identificar os padr�es, certo perfil de comportamento e as pessoas ser�o conhecidas por meio dos comportamentos digitais. � a transforma��o da privacidade. Na verdade, vivemos uma evas�o da privacidade, j� que permitimos e os sistemas coletam os dados”.

J�lia Ramalho enfatiza que a intelig�ncia artificial � t�o disruptiva como foi a internet. O mundo n�o � o mesmo h� mais de duas d�cadas e s� vem acelerando. “Por isso, h� um risco grande que o curr�culo seja desnecess�rio por tudo isso. Por outro lado, ainda temos de faz�-lo”, diz.

TRANSI��O Mas se ainda estamos em fase de transi��o, se ainda precisamos dos curr�culos, o que podemos fazer para que ele se diferencie e atenda ao perfil que as empresas querem? “Todo curr�culo � a oportunidade de se contar uma hist�ria sint�tica de uma vida profissional. Diferencie-se respondendo algumas quest�es como: o que voc� vende como sua expertise? Em que voc� se tornou bom? Qual problema voc� resolve? Coloque isso em at� tr�s linhas em destaque, s� depois diga qual a sua forma��o. Cada vez menos as pessoas ser�o selecionadas por uma formalidade e cada vez mais pelo valor do trabalho que elas entregam.”

J�lia Ramalho recomenda ao profissional destacar quais s�o suas soft skills (habilidades comportamentais). “Se estamos em um mundo em transforma��es disruptivas e exponenciais (cada vez mais r�pidas e bruscas) nossas habilidades de flexibilidade para apreender, capacidade de trabalhar em equipe (e qual o seu papel na equipe), criatividade e inova��o, saber tomar decis�es r�pidas e lidar com erros, entre outras, ser�o habilidades cada vez mais procuradas pelas empresas. Procure indicar quais habilidades voc� tem e conte como ela se apresenta na sua hist�ria.”

Na an�lise de J�lia Ramalho, � fundamental que cada profissional identifique suas habilidades de trabalhar com dados, digitalmente e disruptivamente. “As empresas est�o de olho nessas compet�ncias. Portanto, explicite se voc� atua ou atuou com novas ferramentas e t�cnicas. O perfil do cientista de dados ainda � muito novo e amplo. H� quem o defina como o estat�stico ou o economista. Mas, na verdade, ele � algu�m que gerencia processos disruptivos. Ele precisa ser bom em comunica��o e identifica��o de padr�es e an�lises, saber ouvir e entender as demandas dos clientes, entender de programa��o e banco de dados, e ainda ser bom em matem�tica e estat�stica. Se voc� tem algum desses perfis e trabalha bem com dados, explicite isso no curr�culo. Se voc� j� faz um bom uso do mundo digital para trabalhar, reuni�es on-line, usa bem as redes sociais para divulga��o de trabalho, deixe claro. E se � capaz de fazer mudan�as, de n�o embarcar num projeto pelo simples fato de que come�ou, mas cruza informa��es e � capaz de refazer rotas, n�o hesite em destacar. Esses 3D’s ser�o o novo diferencial (dados, digital e disruptivas).”

Por fim, J�lia Ramalho enfatiza que apenas listar a cronologia dos lugares que trabalhou e o cargo n�o ajudar�o em nada o recrutador. “Procure sempre dizer o que voc� aprendeu com aquela experi�ncia de trabalho, como voc� desenvolveu sua expertise e quais resultados conquistou. Aponte, sempre que poss�vel, n�meros de trabalho. Quanto clientes tinha, quantos projetos participava, quais resultados voc� gerava para a empresa, financeiros e n�o financeiros. Isso deixa claro que voc� sabe porque seu trabalho existe e como pode deixar claro seu conhecimento.”


Apresenta��o do curr�culo

Para se destacar, � preciso apresentar um conte�do atraente e de acordo com as necessidades das empresas no momento. Guilherme Maynard, diretor da Prepara Cursos, rede de cursos profissionalizantes, aponta habilidades necess�rias na atualidade.

1 – Aptid�o em tecnologia
Em todos os setores, saber lidar com ferramentas digitais ser� um diferencial que pode garantir a contrata��o

2 – Ingl�s
Dominar a l�ngua inglesa deixou de ser um diferencial e se tornou um fator obrigat�rio para uma carreira de sucesso. Al�m de conquistar mais r�pido sua vaga, o sal�rio de quem tem essa habilidade � at� 61% maior dos que n�o falam o idioma, segundo pesquisa da Catho

3 – Intelig�ncia emocional
Saber identificar as suas emo��es com mais facilidade ajuda a se relacionar com colegas de trabalho, clientes e a manter o bom rendimento em situa��es de press�o e desafios. Precisa ser trabalhado para quem quer crescer na carreira.

4 – Multifuncionalidade
� interessante um profissional 
que saiba dar dicas e sugest�es em �reas que n�o s�o a sua. Isso mostra que a pessoa gosta de aprender e quer contribuir para o sucesso 
da institui��o

5 – Experi�ncia no mercado
O estudo � muito v�lido, mas quando o candidato traz uma bagagem de boas pr�ticas no universo corporativo, ele ganha credibilidade

6 – Trabalhos volunt�rios
Pesquisa da consultoria Deloitte aponta que quatro em cada cinco diretores de RH prestam aten��o nas experi�ncias adquiridas com trabalho volunt�rio. A pr�tica agrega muito, j� que ajuda no desenvolvimento de habilidades como o trabalho em equipe, empatia, altru�smo. 
Muita das vezes, as atividades t�m relev�ncia para o cargo
 
 
 
PALAVRA DE ESPECIALISTA 
 
Marcos Vono, s�cio do Oper Group, empresa especializada em solu��es em recursos humanos 
 
Marcos Vono, sócio do Oper Group, empresa especializada em soluções em recursos humanos(foto: Arquivo Pessoal)
Marcos Vono, s�cio do Oper Group, empresa especializada em solu��es em recursos humanos (foto: Arquivo Pessoal)
“O mercado procura por profissionais que queiram realizar. Queiram ir mais longe. Profissionais que tenham no trabalho fonte de realiza��o, n�o apenas o batedor de ponto. Pessoas que tenham sentimento de dono e cuidem da empresa como se fosse sua. Por isso, as organiza��es n�o abrem m�o de determinadas compet�ncias que devem ser pontuadas para este s�culo. Elas s�o inova��o, pensar estrategicamente, trabalho em equipe, gest�o de projetos, protagonismo, autonomia, lideran�a e sentimento de dono. No curr�culo atual, al�m da forma��o acad�mica e t�cnica, � preciso apresentar outros conceitos e habilidades. Valemos pelo que sabemos fazer. Quanto mais especial para aquela empresa � o que sabemos fazer, mais chances temos de ser contratados. Sendo assim, mostrar os resultados que tem � chave nos processos seletivos. Mostrar as compet�ncias que tem e como as desenvolveu � fundamental. O autoconhecimento tamb�m � muito importante. Um selecionador quer saber sobre o candidato e s� pode fazer isso por meio dele mesmo.” 


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