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Estado de Minas

Com digitaliza��o, bancos demitiram 20 mil profissionais em 2016


postado em 28/06/2017 17:31

S�o Paulo, 28 - Se por um lado a tend�ncia pela digitaliza��o no sistema banc�rio tem reduzido os custos por parte das institui��es financeiras, por outro, ela acarreta em uma acelerada redu��o de postos de trabalho e de pontos fixos de atendimento.

Dados da Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban) com a consultoria Deloitte mostram que em dois anos o setor fechou 1.208 ag�ncias banc�rias, 929 apenas no ano passado.

Quanto ao emprego, um levantamento no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Minist�rio do Trabalho indica que no ano passado o setor perdeu mais de 20 mil vagas, n�mero muito superior ao visto nos anos anteriores - 2015 teve fechamento de 9.886 vagas; em 2014, 5.004 e em 2013, 4.329.

O resultado coincide com uma mudan�a sens�vel no comportamento dos clientes banc�rio. Ainda de acordo com a Deloitte e com a Febraban, 57% das transa��es banc�rias em 2016 foram feitas por smartphones, tablets ou computadores.

No Banco do Brasil, por exemplo, os chamados "escrit�rios digitais" - que atendem virtualmente clientes com maiores movimenta��es e renda acima de R$ 4 mil - a produtividade dos gerentes aumentou entre 20% a 30%. "Um gerente que tinha uma m�dia de 400 clientes na carteira no atendimento presencial consegue, nesse formato, atender 500, 550", afirma Sim�o Luiz Kovalski, diretor da �rea de clientes do banco.

A diferen�a, segundo o executivo, � que o funcion�rio conversa com clientes simultaneamente, pelo telefone, e-mail e pelo chat dispon�vel no aplicativo.

Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper, explica que o ambiente online proporciona menos "distra��es" ao profissional. "J� dei aula para grupo de funcion�rios da plataforma online que foi um espet�culo. Eu achava que seria ruim porque eles ficam mais distantes e sozinhos no dia-a-dia, mas vi que mesmo em grupo eles s�o mais r�pidos, objetivos e conseguem fazer mais tarefas ao mesmo tempo, porque foram treinados para isso", afirma.

Quem sai na vantagem no meio dessa transi��o, s�o os profissionais que conseguem se adaptar. O professor explica que embora a necessidade de adequa��o n�o seja algo exclusivo do Brasil, ela fica mais evidente em pa�ses que n�o t�m a economia t�o consolidada. "Quem n�o tiver mobilidade, flexibilidade em adapta��o, fica distante do mercado de trabalho, principalmente em cen�rios conturbados. As pessoas precisam ter a mente aberta e se preocuparem com um programa de educa��o continuada, independente de seu perfil de trabalho", explica.

Por isso, parte dos pr�prios bancos opta por investir na qualifica��o e especializa��o de seus profissionais. No Ita�, por exemplo, foram investidos R$ 22,3 bilh�es no treinamento de colaboradores em 2016. Por sua assessoria de imprensa, o banco afirmou que sua Escola de Neg�cios foi "totalmente repaginada para incorporar novos temas". Na UniBB, universidade corporativa do Banco do Brasil, j� existem oito cursos voltados para a transforma��o digital, que oferecem aulas presenciais, v�deo-aulas e treinamentos em servi�o.

Apesar de as contas digitais e transa��es virtuais j� serem uma realidade no Brasil, o professor Eduardo Diniz, da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), afirma que, devido �s mudan�as do cen�rio econ�mico brasileiro nos �ltimos anos, ainda n�o � poss�vel saber o que � realmente resultado dessas transforma��es.

Diniz explica que n�o � poss�vel afirmar que exista uma rela��o direta entre digitaliza��o e desemprego de banc�rios, j� que para os atendimentos virtuais representarem uma produtividade mais alta, � preciso de um grande esfor�o, porque h� tamb�m aumento da demanda. "Antigamente quando tinha que ir a ag�ncia f�sica, a pessoa ia uma vez por semana. Quando atende no digital, a pessoa procura mais o banco. Portanto, tem que ter tamb�m mais gente trabalhando capaz de manter as plataformas funcionando", afirma. Mesmo assim, o professor tamb�m reconhece que profissionais menos qualificados tendem a ser os mais afetados.

O sindicato dos Banc�rios de S�o Paulo, Osasco e Regi�o posiciona-se a favor da inclus�o da tecnologia no trabalho, mas afirma que "ela n�o pode ficar a servi�o apenas dos banqueiros, com o objetivo de reduzir os custos". Em nota, a secret�ria-geral do sindicato, Ivone Silva, afirmou que "� preciso transa��es seguras, com a redu��o do valor das taxas para popula��o e melhores condi��es de trabalho para a categoria".

Dados do Banco Central mostraram um aumento de 3,45% no n�mero de pessoas que usam o sistema banc�rio em 2016. A explica��o, segundo analistas, � justamente a ideia de que a digitaliza��o pode promover um aumento na produtividade dos funcion�rios respons�veis por atender os correntistas.

(Nath�lia Largh)


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