Bras�lia, 18 - Os pequenos neg�cios, respons�veis por 27% do PIB brasileiro, est�o com dificuldades para conseguir empr�stimos do BNDES. As institui��es financeiras que operam essa linha de cr�dito para o banco estatal travaram os empr�stimos na ponta sob o argumento de que n�o podem arcar com o elevado risco das opera��es - o calote nesta linha quadruplicou nos �ltimos dois anos.
Os desembolsos do Cart�o BNDES para micro, pequenas e m�dias empresas ca�ram 60% entre janeiro e maio deste ano, de R$ 2,84 bilh�es para R$ 1,15 bilh�o. Para driblar a resist�ncia dos grandes bancos e pulverizar o acesso aos financiamentos, o banco estatal estuda parcerias com empresas tecnol�gicas que atuam no setor financeiro, as "fintechs".
Os grandes bancos alegam que a modalidade de cr�dito via cart�o BNDES n�o cobre os riscos de inadimpl�ncia, inteiramente assumidos por eles. Embora o BNDES seja a fonte de recursos para esse tipo de financiamento, ele n�o arca com os preju�zos em caso de calote. Com o agravamento da crise econ�mica e as poucas garantias oferecidas pelas empresas que buscaram o cr�dito mais barato, a inadimpl�ncia chegou a quadruplicar em institui��es que repassaram grande volume dessa linha entre 2015 e 2017.
As empresas reclamam que os gerentes banc�rios "escondem" o Cart�o BNDES dos clientes para vender produtos mais caros. A taxa de juros do Cart�o BNDES estava em 1,12% ao m�s em julho de 2017. Apenas um ter�o da taxa � repassada aos bancos operadores. Mas o banco estatal j� estuda mudar essa remunera��o, como informou ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado. "O BNDES est� alterando a estrutura de pre�os do cart�o, incorporando indicadores de inadimpl�ncia e de desempenho ao spread dos agentes financeiros, de maneira que o banco emissor seja melhor remunerado, de acordo com sua performance, e estimulado a ampliar a emiss�o", disse em nota
Segundo o BNDES, a retra��o nos desembolsos do cart�o ocorreu, segundo os principais bancos emissores, em decorr�ncia do aumento do risco de inadimpl�ncia das empresas de menor porte. Al�m disso, a crise contribuiu para diminuir o interesse dos empres�rios por investimentos.
O Banco do Brasil era o maior repassador dessa linha, mas neste ano caiu para o 3.� lugar, com participa��o de 15% nos desembolsos. Diante dos calotes, o BB passou a exigir mais garantias dos clientes. Em 2017, os maiores operadores do cart�o s�o Bradesco (38,6%) e Caixa (29,8%). BNDES e BB planejam agora criar uma nova linha que deve substituir o Cart�o BNDES.
A reportagem procurou BB, Caixa, Ita�, Bradesco e Santander. A Caixa negou que esteja represando financiamentos da modalidade e reconheceu que eventual mudan�a na remunera��o dos bancos pode ampliar a demanda. O Ita� disse apenas que "mant�m sua oferta de concess�o de cr�dito por meio do Cart�o BNDES". Os demais n�o responderam.
O aumento do cr�dito para pequenas e m�dias empresas est� sendo discutido pela �rea econ�mica do governo, que v� tamb�m nesse segmento uma alavanca para diminuir o desemprego nos pr�ximos meses, j� que os pequenos neg�cios empregam 63% da for�a de trabalho formal do Pa�s, segundo dados do Sebrae. O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, tem se reunido periodicamente com os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econ�mica Federal para avaliar o cen�rio do cr�dito no Pa�s.
Em apresenta��o ao Congresso Nacional na semana passada, o Minist�rio da Fazenda chegou a comparar o desempenho do BNDES com o do Bradesco. Enquanto o BNDES concentra 80% do seu cr�dito nas grandes empresas, o Bradesco concede 64% dos financiamentos �s pequenas e m�dias. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli)
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Bancos travam cr�dito do BNDES � pequena empresa
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