Mendoza, 21 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 21, que � natural que as entidades da ind�stria se manifestem contra o aumento de impostos e que, para o governo, o ajuste fiscal � definitivo e, por isso, ainda ser� preciso que o Congresso aprove medidas fundamentais, como a reforma da Previd�ncia, assim que as condi��es "estiverem maduras". "� normal que as entidades empresarias fa�am uma reclama��o, protestem contra qualquer aumento", afirmou. "Vamos conversar com todos e mostrar a necessidade de trabalharmos juntos", completou.
O ministro reiterou que o governo quer - ap�s passada a fase de aprecia��o da den�ncia contra o presidente Michel Temer no Congresso - votar a reforma da Previd�ncia. "A nossa expectativa � que, resolvidas as quest�es pol�ticas, a reforma da Previd�ncia seja pautada. Seja agosto ou setembro, o fato � que ela ser� colocada em vota��o", destacou.
Meirelles disse ainda que as medidas adotadas visam manter a trajet�ria da retomada da economia e do crescimento para que o Pa�s possa voltar a gerar emprego - na quinta-feira, 20, al�m de elevar o PIS/Cofins sobre combust�veis, o governo anunciou um corte adicional no Or�amento de R$ 5,9 bilh�es. "Temos uma expectativa que uma s�rie de receitas ir�o se consolidar agora durante o decorrer deste ano, algumas delas nas pr�ximas semanas", acrescentou.
Entre as receitas esperadas, Meirelles citou recursos provenientes de dep�sitos judiciais na Caixa Econ�mica Federal e a renegocia��o e antecipa��o do pagamento de outorga do Aeroporto do Gale�o. "E tamb�m existe um processo de privatiza��o da Lotex, isso �, da conhecida raspadinha", listou. "Tudo isso � um processo no qual estamos seguindo rigorosamente todas as determina��es do TCU (Tribunal de Contas da Uni�o)."
Meirelles fez quest�o de destacar que o controle de despesas "� r�gido" e "n�o h� nada que esteja sendo feito fora daquilo que j� estava sendo or�ado". "Inclusive de empenho e emendas. Os empenhos de emendas est�o sendo feitos estritamente dentro daquilo que est� or�ado e apenas emendas impositivas", afirmou.
O ministro disse ainda que o governo tem a expectativa de aprova��o do Refis (programa de parcelamento de d�bitos tribut�rios) como proposto originalmente e que est� incentivando as empresas a aderirem ao programa at� 31 de agosto. Segundo ele, empresas que apostarem que ter�o medidas mais favor�veis com eventuais mudan�as far�o uma "aposta de alto risco".
Segundo ele, sempre existe o risco de a medida n�o ser aprovada e n�o ser transformada em lei, mas aquelas empresas que tiverem aderido at� 31 de agosto ter�o o direito ao parcelamento. Meirelles afirmou tamb�m que est� em contato constante com as principais lideran�as, com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o do Congresso, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), para alinhar o tema.
Cochilo
O ministro comentou sobre ter sido flagrado em v�deos cochilando durante o discurso do presidente Michel Temer na 50� C�pula do Mercosul, que aconteceu nesta sexta-feira, 21, em Mendoza, na Argentina. "Trabalhei at� tarde e �s vezes o cansa�o aparece", justificou-se.
Meirelles falou com jornalistas ap�s o fim do encontro da c�pula, em que o Brasil assumiu a presid�ncia do bloco. Segundo o ministro, o Pa�s agora vai trabalhar visando a consolida��o e eventual expans�o do Mercosul. Ele ressaltou que est�o sendo discutidas formas de avan�ar no acordo do Mercosul com a Uni�o Europeia e que hoje a quest�o reside no protecionismo de produtos agr�colas, mas que j� est� se avan�ando nos debates. "O Mercosul est� cada vez mais aberto � integra��o comercial entre os pa�ses", disse.
O ministro afirmou ainda que, nas reuni�es da c�pula de quinta-feira, foi feita uma avalia��o econ�mica dos pa�ses e o Brasil destacou que j� est� em trajet�ria de retomada. "Foi demonstrado o compromisso do governo com a meta fiscal", afirmou.
(Carla Ara�jo, enviada especial)