
Os term�metros baixaram mais do que o esperado este ano e a presen�a de turistas em pequenos munic�pios mineiros conhecidos como destinos tradicionais no inverno tem movimentado as economias locais.
A condi��o clim�tica e o per�odo de f�rias escolares deixam pousadas cheias, donos de restaurantes satisfeitos e o com�rcio aquecido.
Em alguns locais, como Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, e Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, come�am a faltar vagas para atender a tamanha procura.

A professora Ana Paula Barbosa, 50 anos, e o servidor p�blico Robson Castro, de 48, fizeram praticamente um circuito do frio em Minas Gerais.
Viajando de carro, o casal j� passou pelo Santu�rio do Cara�a, fica tr�s dias em Lavras Novas e seguir� para a Serra do Cip�.
Durante um passeio a p� pelas ruas depois das 20h em Lavras Novas, Ana Paula explica o que a trouxe para o lugarejo nas montanhas. “Aqui podemos andar na rua sabendo que nada vai acontecer. E tem tamb�m a comida mineira, que � tudo de bom. Adoramos Minas Gerais”, diz.
Esse clima de seguran�a de interior tem atra�do muita gente do Rio de Janeiro, S�o Paulo, Belo Horizonte e outras cidades para Lavras Novas.
Segundo o propriet�rio da Pousada Beija Flor, Ant�nio Alvarenga Lage, a procura em julho em fun��o do frio e das f�rias aumentou 50%. Para esta semana, quando a cidade abrigar� um festival de culin�ria, j� n�o h� vagas.
“O movimento para n�s fica intenso pelo menos at� agosto. Este ano a procura est� um pouco maior, n�o sei se pelo frio, mas continuamos com o grande p�blico nos fins de semana”, conta. A pousada est� com a taxa de ocupa��o de 100% de sexta a domingo.
PITORESCO Quem tamb�m diz n�o ter do que reclamar � o propriet�rio do restaurante Pau a Pique, Marco Ant�nio Carnavali Lopes. Marc�o, como � conhecido, diz que o movimento cresceu 25% desde meados deste m�s.
“A alta temporada de Lavras Novas � no inverno, junta f�rias com frio e h� sempre uma grande procura”, afirma. O Pau a Pique abre � noite de sexta a domingo e tem tido um bom retorno.
Tanto � assim que o propriet�rio decidiu incluir aos fins de semana tr�s pratos novos no card�pio: a feijoada, o frango com quiabo e o frango ao molho pardo.

O casal Edilane de Castro,50, e Jo�o Silveira, 56, veio de Piracicaba (SP) inicialmente para Ouro Preto, mas acabou ficando em Lavras Novas.
A professora e o engenheiro eletr�nico est�o entre os que aproveitaram a noite no vilarejo para tomar um bom vinho e curtir o frio.
“Achei maravilhosa. A cidade � pitoresca, muito diferente do que estamos acostumados”, afirma Edilane. Jo�o completa, dizendo que Lavras Novas traz a experi�ncia de conhecer um lugar sem guia.
Monte Verde tem ocupa��o de quase 100% nos hot�is
Em Monte Verde, distrito da cidade mineira de Camanducaia, a economia local tamb�m comemora o per�odo de inverno. Segundo a gestora da Associa��o de Hoteis e Pousadas, S�lvia Urias, a taxa de ocupa��o na cidade est� variando de 80% a 100%.

“O tr�nsito de turistas est� muito intenso desde o feriado de primeiro de maio e, agora em julho, o m�s inteiro est� tendo gente no embalo das f�rias e do frio. Houve fins de semana que n�o conseguimos disponibilidade para ningu�m”,afirmou.
O distrito de Camanducaia, com apenas 5 mil habitantes, recebe de 5 mil a 8 mil pessoas aos fins de semana. Com a alta demanda,lojas e restaurantes est�o abrindo at� mais tarde e atra��es como a Fazenda Radical, de esportes de aventura, e a pista fixa de patina��o no gelo, est�o com hor�rio estendido. “Em julho todo mundo trabalha dobrado, isso � certo, todo mundo focado no atendimento ao turista”, diz a gerente.
Monte Verde tem 60 restaurantes e uma forte tradi��o na gastronomia, que serve desde a comida alem� ao fondue e truta, que � um peixe de �gua fria.
Em Itamonte, no Sul, o epis�dio de Neve no Parque Nacional do Itatiaia no in�cio de julho trouxe mais gente para conhecer o local. A dona da Pousada Ribeir�o do Ouro, Maria Aparecida de Oliveira, conta que julho � a �poca com maior ocupa��o, de 80% a 90%. “Estou satisfeita, este ano o frio est� sendo mais forte e est� ajudando, julho agora vai chegar a faltar vaga”, disse.
Segundo a empres�ria do turismo, a quest�o clim�tica combinada com o parque ecol�gico e a seguran�a do munic�pio est�o entre os atrativos para pessoas de outros estados e at� do exterior, al�m da culin�ria. Itamonte � forte na venda de queijos, latic�nios, lingui�a, truta, caf� e �gua mineral.
A coordenadora da associa��o comercial de Itamonte, Rosa Maria Gon�alves da Silva, confirma que o frio e a divulga��o de que haveria neve no ponto mais alto do parque, o Pico das Agulhas Negras, fizeram com que mais de duas mil pessoas passassem por ali em apenas um dia.
“O aumento que houve na nossa economia � devido ao inverno da �poca mesmo, que este ano veio mais frio. As lojas de roupa venderam mais e os hot�is e restaurantes tiveram um aquecimento”, disse.
Cart�es postais
LAVRAS NOVAS
» O distrito hist�rico de Ouro Preto est� localizado a 120 km de BH, na Regi�o Central de Minas
» Popula��o � pouco superior a 1,5 mil habitantes
» A localidade erguida no s�culo 17 em torno da minera��o de ouro tem rica hist�ria e folclore, mirantes e cachoeiras emolduradas pelas serras da Chapada e do Trov�o, al�m da Represa do Cust�dio, entre seus atrativos
MONTE VERDE
» O cen�rio e o clima que fazem lembrar os bosques europeus transformaram o distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, em destino de casais de namorados e rec�m-casados
» Est� situado em um vale no alto da Serra da Mantiqueira, distante 166 km de S�o Paulo
» Os turistas s�o atra�dos pelas caminhadas no topo da serra, o parque Verner Grinberg, mirante, f�brica de chocolate e fazendas hist�ricas
ITAMONTE
» O munic�pio de 14,2 mil habitantes est� na divisa com os estados do Rio de Janeiro e S�o Paulo
» Tem clima caracter�stico das regi�es serranas, com temperaturas de 0 a 10 graus no inverno e a ocorr�ncia de geadas
» Entre seus atrativos, est� a Garganta do Registro, entrada para o Parque Nacional do Itatiaia, com cerca de 60% de sua �rea localizada no munic�pio, al�m da Cachoeira da Frag�ria e da Pedra do Pic�, monumento natural que deu nome � cidade, na l�ngua tupi-guarani
