S�o Paulo, 21 - Come�ar a falar sobre dinheiro para uma turma de pr�-escola foi um desafio para a professora Lina Nascimento, que d� aula para 25 crian�as do jardim de inf�ncia na pequena cidade de Vila do Bispo, no sul de Portugal. Para manter os alunos de 3 a 6 anos motivados a aprender sobre o assunto, ela teve de criar uma linguagem l�dica e compat�vel com as capacidades cognitivas da turma.
No in�cio de cada ano letivo, Lina, as crian�as e seus pais definem um sonho a ser conquistado. A partir da�, o grupo todo deve pensar em formas de arrecadar dinheiro e poup�-lo para que esse sonho se torne realidade. Para materializar a miss�o, Lina distribui a cada crian�a tr�s cofrinhos, que representam os alicerces da educa��o financeira: doa��o, poupan�a e investimento.
"Achei que seria dif�cil de eles entenderem o cofre do investimento, mas me surpreendi. Na hora de explicar, pe�o para pensarem nos ingredientes de um bolo: voc�s pagar�o pelos ingredientes um pre�o menor do que aquele que vender�o o bolo. � assim que eles entram em contato com a �magia� da multiplica��o do dinheiro", diz Lina.
A professora portuguesa faz parte de um novo movimento de especialistas que tentam introduzir o universo das finan�as para crian�as logo em seus primeiros anos de vida. Segundo estudiosos, o esfor�o vale a pena, j� que � na primeira inf�ncia que elas est�o mais propensas a absorver essas informa��es.
No primeiro ano de vida do projeto de Lina, o dinheiro que a turma arrecadou com a venda de bolos em mercados da cidade virou uma viagem a Lisboa, onde as crian�as conheceram o Ocean�rio e participaram da atividade de dormir com tubar�es. Esse foi o ponto de partida para mirar mais alto nos anos seguintes: andar pela primeira vez de avi�o e brincar de reis e rainhas no Pal�cio de Queluz foram desejos que tamb�m se tornaram realidade.
Pais
Na avalia��o da educadora Cassia D�Aquino, no entanto, para al�m do esfor�o da escola, � dentro de casa que se define o processo de aprendizagem dos pequenos poupadores. "A crian�a tende a repetir o que observou dos pais, por isso, eles devem ter muita aten��o ao que dizem e ao que fazem em rela��o ao dinheiro de casa", afirma C�ssia.
Foi assim com o economista Alexandre Cabral. Pai das g�meas Mariana e J�lia, de 4 anos, ele notou que a dupla passou a ter no��o de que o dinheiro serve para comprar itens recentemente. Para conscientiz�-las sobre finan�as, criou um cofre. "Colocamos as moedas num recipiente de vidro, ent�o mesmo sem ter ideia de valor, elas observam o volume aumentando. Agora, quando querem algo, perguntam se o cofrinho delas j� � capaz de comprar aquilo", conta.
O professor de Finan�as da Fecap, Joelson Sampaio, acredita que medidas assim s�o essenciais na vida de uma crian�a. "Isso cria uma no��o de consci�ncia financeira e de responsabilidade, sabendo o que � or�amento, investimento, restri��o. E, principalmente, que o dinheiro � fruto de trabalho e precisa ser administrado", avalia. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Ana Carolina Neira e Let�cia Fucuchima)
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Educa��o financeira vira mat�ria de jardim de inf�ncia
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