Fipe: alimenta��o amplia queda e ajuda assegurar baixa varia��o do IPC

S�o Paulo, 25 - Empurrado na terceira quadrissemana de agosto, especialmente por quedas nos pre�os de leite e carnes, o grupo Alimenta��o surpreendeu mais uma vez e teve peso preponderante na varia��o positiva de apenas 0,22% na m�dia dos pre�os ao consumidor na capital paulista, segundo o �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) da Fipe. O relato foi feito nesta sexta-feira, 25, pelo economista da Fipe, Moacir Moken Yabiku.

O comportamento do grupo Alimenta��o, que ampliou a queda de 0,54% na segunda quadrissemana para outra de 0,91% nesta terceira quadrissemana, se configurou no principal contrapeso aos movimentos de alta e assegurou a repeti��o da mesma varia��o de 0,22% do IPC na terceira medi��o dos pre�os em agosto. "A alimenta��o vem surpreendendo a cada semana", disse o economista.

Por mais algumas semanas, de acordo com Moacir, os alimentos contribuir�o para conter a m�dia de pre�os na cidade. Na ponta, por exemplo - m�dia dos pre�os da semana em an�lise comparada com a m�dia da semana imediatamente anterior - o grupo Alimenta��o apresenta uma queda de 1,50%. Por esta m�trica, esta queda dever� chegar � quadrissemana ao longo de mais ou menos quatro semanas. "Como indicador de tend�ncia, a Alimenta��o � o segundo maior peso do IPC-Fipe", lembrou Moacir.

O leite longa vida ampliou a queda de 3,92% na segunda coleta de pre�os da Fipe para uma retra��o de 4,18% na terceira quadrissemana. No per�odo de 12 meses at� julho, o pre�o do leite acumula uma queda de 29,21%. No ano j� se verifica uma alta de 1,8%. Os pre�os das carnes j� at� subiram na ponta do produtor. A alta foi de 11%. Essa alta ainda n�o chegou no atacado, mas n�o dever� muito para atravessar este caminho e chegar ao consumidor.

No caso espec�fico do leite e da carne, de acordo com Moacir, a boa produ��o deve come�ar a dar sinais de retra��o a partir de setembro por coincidir com o momento de maior desgaste dos pastos em fun��o do inverno. Em contrapartida, o clima ameno continuar� a proporcionar boas colheitas dos hortifr�tis, o que contrabalan�ar� as altas de leite e carnes. Com isso, a previs�o da Fipe � de uma queda de 0,98% para o grupo Alimenta��o no fechamento de agosto.

Do lado das altas, o destaque foi o grupo Habita��o, que mostrou alta de 0,54% na terceira quadrissemana de agosto ante uma varia��o positiva de 0,26% na quadrissemana anterior. "A press�o de agosto na Habita��o veio da tarifa de energia el�trica", disse Moacir.

A noticia ruim, de acordo com ele, � que ainda h� uma boa parte da alta da conta de luz para ser incorporada ao IPC-Fipe nas pr�ximas medi��es. A quest�o � de estat�stica. Como o IPC-Fipe obedece ao crit�rio de caixa e as contas com os aumentos ainda est�o sendo enviadas para as casas dos consumidores, para efeito de c�lculo de infla��o h� ainda muito o que ser incorporado, uma vez que o IPC-Fipe assimila o impacto s� na hora que o consumidor paga a sua conta.

"A nossa previs�o para a Habita��o em agosto � de uma alta de 0,76%, com a energia el�trica subindo 6,60% e contribuindo com 0,22 ponto porcentual para a composi��o do IPC-Fipe, que por sua vez dever� fechar o m�s em 0,25%. O grupo Transporte dever� fechar a uma taxa ainda elevada, de 1,68%, mas ligeiramente abaixo da alta de 1,92% apurara na terceira quadrissemana. Neste grupo, o destaque para agosto ser� a gasolina, que dever� subir 5,84% e contribuir com 0,14 ponto porcentual para a varia��o do IPC-Fipe.

Para Despesas Pessoais, a previs�o da Fipe para agosto � de uma queda de 0,16%. Sa�de deve subir 0,52%, Vestu�rio recuar� 0,08% e Educa��o fechar� praticamente est�vel, com ligeira alta de 0,03%.

(Francisco Carlos de Assis)