S�o Paulo, 04 - O Mercado Livre lan�a esta semana um servi�o de armazenamento de produtos e distribui��o. O movimento, embora restrito ao campo da log�stica, � decisivo diante do atual cen�rio competitivo de multiplica��o do n�mero de empresas que ofertam plataformas de "marketplace", um shopping virtual em que outros vendedores comercializam produtos.
Lidar com estoque nunca foi parte da rotina do Mercado Livre. Uma das maiores do e-commerce no Brasil, a companhia n�o tem produtos pr�prios. Seus clientes s�o vendedores que disponibilizam mercadorias para comercializa��o na plataforma.
O modelo muda com o lan�amento pela companhia do "fulfillment", um servi�o que realiza a gest�o do armazenamento, da embalagem e entrega de produtos de diversos vendedores a partir de um centro de distribui��o, incluindo tamb�m o servi�o de p�s-venda e atendimento ao cliente. As opera��es no centro de distribui��o e o transporte s�o feitos por empresas parceiras, mas a gest�o passa a ser responsabilidade da companhia de e-commerce e n�o mais do vendedor.
Com um centro de distribui��o em Louveira (SP), na regi�o de Campinas, o Mercado Livre come�ar� atendendo 130 vendedores entre os que mais vendem em volume de itens. O produto continua pertencendo a outros, mas o novo servi�o aproxima a opera��o da companhia � de outros gigantes.
"Come�aremos pequenos, mas podemos escalar r�pido", disse ao
Broadcast
, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado, Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios, bra�o log�stico do grupo. "Vemos uma parcela importante da nossa venda no futuro vindo desse neg�cio", afirmou, acrescentando que investimentos em outros centros de distribui��o no Pa�s poderiam ocorrer no futuro.
B2W, Via Varejo e Magazine Luiza t�m estoque pr�prio, mas v�m refor�ando suas opera��es de marketplace. A nova iniciativa do Mercado Livre come�a a tornar esses modelos - antes d�spares - mais parecidos. A B2W j� oferta uma estrat�gia de "fulfillment" desde 2015, voltada para armazenagem, distribui��o e atendimento ao cliente.
O Mercado Livre movimentou em transa��es no segundo trimestre um total de US$ 2,7 bilh�es em todos os pa�ses onde atua. N�o h� dados espec�ficos para o Brasil, mas a companhia afirma que o Pa�s representa em m�dia metade do total de seus resultados.
Segundo Bassoi, o "fulfillment" deve permitir uma redu��o "significativa" do prazo m�dio de frete. O novo servi�o, no entanto, n�o deve gerar receita. A companhia decidiu n�o cobrar dos vendedores, o que � visto como um investimento para que o neg�cio ganhe escala.
O Mercado Livre tem uma verba de R$ 1 bilh�o para este ano, a qual est� sendo gasta em diferentes iniciativas destinadas a gerar volume de vendas. A empresa tem ofertado frete gr�tis, navega��o gratuita em seu aplicativo e, agora, lan�a a gest�o de estoque gr�tis para os clientes.
O lan�amento ocorre ainda num momento em que cresce no mercado a expectativa de que a Amazon lance no Brasil o seu "marketplace". Analistas e empres�rios do setor de com�rcio eletr�nico afirmam que a gigante norte-americana j� sondou vendedores no Brasil sobre o lan�amento de sua plataforma.
Bassoi diz n�o ver, no entanto, a Amazon como uma amea�a. "Naturalmente buscamos aumentar nossa participa��o e, de alguma forma, defender o nosso mercado", afirmou. "Mas n�o nos pautamos pela Amazon", acrescentou.
(Dayanne Sousa)