(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dinheiro traz, sim, felicidade, diz pesquisa


postado em 05/09/2017 08:07

Rio de Janeiro, 05 - O vendedor ambulante Jorge Lu�s, de 61 anos, tem saudade da �poca em que ganhava tr�s sal�rios m�nimos mensais como auxiliar de servi�os gerais, numa empresa prestadora de servi�os para a Petrobr�s. A perda do emprego e, consequentemente, da carteira assinada levou dele tamb�m direitos trabalhistas, benef�cios e boa parte da renda familiar.

Hoje, vendendo picol�s nas ruas do centro do Rio de Janeiro, ele ganha o suficiente para suas necessidades prim�rias, mas precisa da ajuda de parentes para o sustento da casa onde vive em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

"Naquela �poca n�s �ramos felizes e n�o sab�amos. Eu era mil vezes mais feliz do que hoje. Eu s� consigo tirar meu sustento porque, gra�as a Deus, n�o pago aluguel e minha fam�lia me ajuda, todo mundo trabalha", contou Lu�s.

A m�xima de que dinheiro n�o traz felicidade est� equivocada, segundo dados da Sondagem do Bem-Estar apurados pela Funda��o Getulio Vargas (FGV) e obtidos com exclusividade pelo Estad�o/Broadcast. Quanto mais alta a renda do brasileiro, maior a pontua��o no ranking de satisfa��o.

Os entrevistados que recebiam at� R$ 1.200 por m�s - a faixa de renda mais baixa da pesquisa - tiveram a menor m�dia de felicidade, 7,58 pontos. Na faixa de renda mais alta, pessoas que recebiam R$ 10 mil ou mais mensais, o n�vel de satisfa��o subiu para 8,22 pontos.

"Quando voc� pensa em satisfa��o com a vida, voc� leva em conta v�rios aspectos, subjetivos e objetivos. A quest�o da renda � muito importante, � bastante tocada nas pesquisas de bem-estar no mundo inteiro. Quanto maior a renda, a m�dia de felicidade � mais alta", confirmou Viviane Seda, coordenadora da sondagem no Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Na pesquisa da FGV, a m�dia de felicidade foi crescendo conforme a m�dia de renda se ampliava: de R$ 1.200 a R$ 2.600 mensais, 7,77 pontos; de R$ 2.600 a R$ 5.250, 7,94 pontos; e de R$ 5.250 a R$ 10.000, 8,09 pontos.

Diego Nicheli Chagas viu sua satisfa��o pessoal aumentar conforme ascendia profissionalmente e financeiramente. Em menos de oito anos, o jovem passou de trainee a coordenador na �rea financeira do Grupo Est�cio. H� apenas seis meses veio a �ltima promo��o, virou gerente de Opera��es Financeiras no conglomerado de educa��o.

"O sal�rio foi ficando mais elevado, a vida come�ou a mudar. Eu, que era noivo, consegui me casar. Hoje minha mulher e eu temos a nossa casa. Depois de sete anos, al�m de ter me estabilizado financeiramente, estou estabilizado profissionalmente, estou muito mais feliz", disse ele.

Conquistas

Com a evolu��o da renda, surgiram novas oportunidades, descobertas, experi�ncias para toda a fam�lia. "Venho de uma fam�lia um pouco mais humilde. Tive uma ascens�o profissional r�pida e consegui conquistar muitas coisas que n�o imaginava. Com certeza estamos mais satisfeitos agora. Com um sal�rio maior voc� tem acesso a coisas novas, restaurantes melhores, viagens internacionais. Conseguimos proporcionar at� para as nossas fam�lias algumas dessas viagens", disse Diego.

Se por um lado a evolu��o da renda afeta positivamente a felicidade, o desemprego e a desigualdade impactam negativamente, mostrou a pesquisa da FGV. "O Brasil � um Pa�s em desenvolvimento, tem muito a evoluir, tem que focar principalmente na redu��o da desigualdade. N�o adianta aumentar a renda para uma faixa apenas. A renda tem que ser mais bem distribu�da", afirmou Viviane.

Homens s�o mais felizes que as mulheres. Paulistas est�o mais satisfeitos do que os cariocas. A diferen�a pode ser tamb�m explicada pela renda. Os homens tiveram 7,98 pontos no ranking de felicidade, ante 7,90 pontos das mulheres, numa escala de 0 a 10. Em S�o Paulo, o n�vel de satisfa��o alcan�ou 7,96 pontos. No Rio, o resultado foi de 7,91 pontos.

"Provavelmente essa m�dia maior de felicidade em S�o Paulo do que no Rio tem a ver com a renda mesmo", contou a coordenadora da pesquisa.

Apesar das diferen�as, na m�dia geral, os pa�ses da Am�rica Latina t�m pontua��o alta em rela��o a outros lugares do mundo, lembrou Viviane Seda: "Isso acontece por conta da quest�o do conv�vio social maior, mais intera��o entre as pessoas, isso ajuda na sensa��o de bem-estar".

A Sondagem do Bem-Estar ouviu 2.594 moradores das cidades do Rio e S�o Paulo. A primeira fase de coleta ocorreu entre os dias 1.� de junho e 4 de agosto de 2016, enquanto a segunda etapa foi a campo de 5 de setembro a 31 de outubro do mesmo ano. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Daniela Amorim)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)