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Estado de Minas

Falta de chuvas vai deixar conta de energia at� 7% mais cara

Com a estiagem, governo deve lan�ar m�o das usinas termel�tricas para compensar a produ��o menor de energia pelas hidrel�tricas


postado em 16/09/2017 07:00 / atualizado em 16/09/2017 07:35

Três Marias: o reservatório em pior situação opera com 16% da capacidade(foto: Beto Novaes)
Tr�s Marias: o reservat�rio em pior situa��o opera com 16% da capacidade (foto: Beto Novaes)

O tempo das bondades do governo federal na economia parece ter dias contados, pelo menos nas contas de luz dos brasileiros. O Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) – �rg�o respons�vel pela coordena��o e controle das opera��es de gera��o e transmiss�o de energia no Sistema Interligado Nacional – teve de rever para baixo as apostas no volume de chuvas esperadas para setembro. Isso porque as precipita��es na �rea das maiores hidrel�tricas do pa�s, o Sudeste, passaram a indicar 67% da m�dia hist�rica, de acordo com as novas proje��es do ONS divulgadas ontem, em lugar de 71% e 84%, respectivamente, nos relat�rios das duas semanas anteriores.

Com o tempo desfavor�vel, ser� menor a quantidade de �gua dispon�vel nos reservat�rios das usinas para gera��o de energia, o que deve for�ar o governo a lan�ar m�o, de novo, das centrais termel�tricas. Elas geram o insumo a custos maiores, encarecendo as tarifas ao consumidor, como j� ocorreu no pa�s entre 2012 e 2016. Al�m do Sudeste, as previs�es do ONS para as chuvas deste m�s ca�ram a 33% no Sul e 30% no Nordeste, ante expectativas de 43% e 32%, tamb�m respectivamente, em proje��es feitas desde o fim de agosto.

Entre as oito principais hidrel�tricas operadas pela Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig), seis apresentam armazenamento em n�veis inferiores ao verificado em setembro de 2016, com base em informa��es que a concession�ria coletou do dia primeiro at� quarta-feira, informadas pela empresa por meio de sua assessoria de imprensa. A pior situa��o � do reservat�rio de Tr�s Marias, no Rio S�o Francisco, que opera com 16,25% de sua capacidade de acumula��o de �gua, frente a 24,60% em setembro do ano passado. Em Nova Ponte, a baixa no per�odo analisado foi de 30% para 23,81% (veja o quadro).

Como as termel�tricas, as chamadas usinas de reserva, s�o movidas a combust�veis derivados do petr�leo e que demandam, muitas vezes, importa��es, a queima para gera��o de energia se torna cara, impondo custo extraordin�rio �s resid�ncias e empresas, j� previsto no sistema de bandeiras tarif�rias. Para o consultor Eduardo Nery, especialista da Energy Choise, de Belo Horizonte, n�o h� d�vidas de que os consumidores ter�o de voltar a pagar mais. O aumento da tarifa dever� girar entre 3% e 7%, como observa Nery, na passagem da bandeira amarela, hoje em vigor, para a vermelha, que determina adicional de R$ 3 ou R$ 3,50, dependendo do patamar usado, a cada 100 quilowatt-hora de energia consumidos.

“Na verdade, o Brasil aposta em uma hidrologia favor�vel e ela n�o acontece. Desde 2008 estamos em situa��o desfavor�vel e o consumidor � quem paga pelo despacho das t�rmicas, j� que temos uma limita��o brutal do sistema de acumula��o de �gua, que significa acumula��o de energia”, critica o consultor. Do ponto de vista do planejamento da oferta, ele destaca dois erros que v�m sendo cometidos. O primeiro est� no fato de que toda a expans�o da oferta de energia no pa�s est� sendo feita sem os reservat�rios necess�rios em novas usinas e mediante grande atraso nas obras. “A entrada da primeira turbina da usina de Belo Monte atrasou mais de 800 dias, ou seja um prazo superior a dois anos”, afirma.

Nery lembra, ainda, outro equ�voco envolvendo as hidrel�tricas antigas, com sistemas de regulariza��o plurianual de vaz�es, em m�dia de cinco anos, quando o pa�s n�o consegue recuperar a capacidade de gera��o de energia para fazer frente a seca prolongada. “Precisamos lembrar que teremos mais dois meses de per�odo seco at� o fim de novembro”, observa o consultor. Outra cr�tica dele � a de que o Plano Decenal de Expans�o de Energia 2026, em fase de consulta p�blica, prev� forte ingresso de energia das termel�tricas, em detrimento de fontes renov�veis, como a e�lica, a partir da for�a dos ventos; e a solar, al�m da hidr�ulica.

ALTA ANUNCIADA A volta da bandeira vermelha, a rigor, n�o saiu do radar da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), mesmo depois de o governo ter optado por adotar a bandeira verde, sem custo adicional para o consumidor, em junho, in�cio do per�odo seco. Antes disso, em abril, foi o pr�prio diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, quem afirmou que ela j� n�o fazia sentido naquele per�odo. “Se hoje j� se justifica a bandeira vermelha, n�o � prov�vel que essa situa��o se reverta at� o in�cio do pr�ximo per�odo �mido, em novembro”, afirmou Rufino, � �poca.

O relat�rio de ontem do Programa Mensal de Opera��o do ONS destaca que o custo marginal de opera��o do sistema vai subir dos atuais R$ 599,90 por megawatt-hora para R$ 672,73 na semana que vem. O cen�rio para o consumidor de energia s� n�o se agravou mais, como recorda o consultor Eduardo Nery, tendo em vista que a crise da economia imp�s um freio ao consumo de energia no Brasil.


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