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Prepare-se: rob�s v�o 'roubar' o seu emprego. � poss�vel competir com as novas tecnologias?

A automa��o e a tecnologia v�o modificar o mercado de trabalho. A transi��o para a quarta revolu��o industrial fechar� e abrir� postos. Quais habilidades ser�o exigidas?


23/10/2017 10:55 - atualizado 23/10/2017 12:38

A evolução robótica é atual e se faz presente nos países desenvolvidos
A evolu��o rob�tica � atual e se faz presente nos pa�ses desenvolvidos (foto: Ryan Etter/ Vanderbild Magazine)
A inova��o e a tecnologia sempre criam como tamb�m destroem empregos. Se a revolu��o industrial do s�culo 18 alterou por completo a maneira de o homem trabalhar, a quarta onda promete ser ainda mais dr�stica e traum�tica para muitos. Ano passado, durante o F�rum Econ�mico Mundial, foi divulgada a pesquisa “O futuro do trabalho” com dados que mostraram a extin��o (j� em andamento) de 7,1 milh�es de empregos entre 2015 e 2020. Sendo que, ainda que surjam novos postos, o d�ficit ser� de 5,1 milh�es. O levantamento foi feito em 15 pa�ses que concentram 65% da for�a mundial de trabalho, o Brasil inclusive. Computa��o em nuvem, internet das coisas, big data, rob�tica, intelig�ncia artificial, automa��o em larga escala... Diante desse cen�rio, que novas habilidades o profissional ter� que desenvolver para n�o perder o trem da hist�ria?

 

A possibilidade de perda de postos de trabalho em fun��o dos avan�os tecnol�gicos � mais evidente em pa�ses como os EUA, onde 38% dos empregos atuais estar�o em risco, Alemanha (35%), Reino Unido (30%) e Jap�o (21%)

As mudan�as s�o mesmo perturbadoras e influenciar�o os modelos de neg�cios e a constru��o de carreiras. Jo�o Bonomo, professor de empreendedorismo do Ibmec-MG, recomenda analisar duas linhas. A primeira � pensar na capacita��o, adequa��o e forma��o. E a segunda � investir em tudo isso. “O que se v� com a chegada da tecnologia no ambiente de trabalho � a obriga��o de o trabalhador se manter atrativo. Ter a capacita��o m�nima para o seu manejo. No entanto, ela se altera com tamanha intensidade, em curto per�odo e de forma constante, que afasta as pessoas que n�o conseguem se atualizar, seja por dinheiro, tempo ou por achar que n�o precisam.” Mas Jo�o alerta que “as pessoas t�m de entender que, diante da mudan�a tecnol�gica intensa, capacitar � processo, n�o � um produto”.


SENTIDO NA VIDA

Aqueles que, ao perceber as transformações, investem na carreira para dominá-la e manter seu emprego
Aqueles que, ao perceber as transforma��es, investem na carreira para domin�-la e manter seu emprego (foto: Freeimage)

Agora, Jo�o Bonomo enxerga dois caminhos apresentados para a quarta revolu��o industrial: “O primeiro � procurar sa�da sendo um empreendedor. Ou seja, fazer o que gosta, quer e o que faz sentido na vida, transformando-o em neg�cio. A segunda alternativa � decidir pela pivotagem de carreira, quer dizer, mudar, dar uma virada, investir em outra �rea profissional. N�o � jogar fora a experi�ncia adquirida ao longo dos anos, achando que n�o serviu de nada. O que vai mudar � o esquema mental, o conhecimento t�cito, o networking e, eventualmente, fazer uma qualifica��o. E aviso que essa tem sido uma op��o cada vez maior. Virada na carreira”.


E seja qual for a decis�o, o professor alerta que a tecnologia vai estar presente, “por isso todos necessitam se atualizar e se capacitar para manejar as tecnologias correlatas”. Ele ressalta ainda que, para a pivotagem, � preciso planejamento, sen�o ser� um risco. E para empreender, lembra, tem de saber ser um gestor.


J� o segundo caminho apontado por Jo�o Bonomo � o que ele chama de movimento de paralelismo com rela��o � tecnologia. “S�o aqueles que, ao perceber as transforma��es, investem na carreira para domin�-la e manter seu emprego. S�o os profissionais que querem continuar e v�o se tornar as pessoas emblem�ticas na carreira.” O professor lembra que a tecnologia � end�mica, o conhecimento mudou e a dobradinha conhecimento versus tecnologia acaba, sim, com empregos formais, mas seguramente gera outros. “Novos postos surgem, quebram-se alguns para nascerem outros. E para o empreendedorismo, a tecnologia abriu um novo mundo de possibilidades, perspectiva e criatividade. O fundamental, seja que caminho tomar, � olhar para a tecnologia e saber usar, n�o se colocar antitecnologia, porque ela est� mudando as regras, as formas e o mundo do trabalho, das suas fun��es.”

 

 
Chatbot e intelig�ncia artificial

 

Com um dos programas de trainee mais desejados do pa�s, em 2017 a Cremer (empresa brasileira de produtos voltados para as �reas de primeiros socorros, cirurgia, tratamento, higiene e bem-estar) inova na sele��o e utiliza chatbot e intelig�ncia artificial para recrutar jovens talentos. Na fase de inscri��o, quando clicar no link https://cremer.matchbox.rocks/vicky/1, o candidato tem contato com a Vicky, assistente virtual que estabelece com ele uma r�pida conversa para saber suas informa��es pessoais, como endere�o e forma��o profissional. Na segunda etapa, o candidato participa de um jogo virtual. � nessa fase que a intelig�ncia artificial ajuda a Cremer a identificar as habilidades e comportamentos do jovem em solucionar enigmas e lidar com desafios. Al�m de agendar um hor�rio, pode interagir com outros candidatos, que jogam com ele ao mesmo tempo, assim como fazer consultas na internet. Ao final, recebe feedback personalizado sobre sua performance no game. A �ltima fase on-line � uma nova conversa com a Vicky, desta vez em ingl�s. “Enquanto a Vicky d� mais agilidade � inscri��o, a intelig�ncia artificial avalia a capacidade do candidato em tomar decis�es, como se comunica com outras pessoas. � uma ferramenta que nos ajuda a detectar tra�os de personalidade e habilidades de racioc�nio”, afirma Rodrigo Ladeira, diretor de RH da empresa. Ele explica que a tecnologia n�o faz, sozinha, a sele��o, � uma aliada. O fator humano complementa a avalia��o nas etapas seguintes: din�mica de grupo, painel com lideran�a executiva e entrevista presencial. Mais informa��es: www.traineecremer.com.br.

 

 
Profissional antenado

Maestro robô rege orquestra sinfônica na Itália
Maestro rob� rege orquestra sinf�nica na It�lia (foto: MIGUEL MEDINA/AFP )

H� profissionais fascinados com a tecnologia, que est�o conectados, antenados, entendem e buscam saber cada vez mais. Quem faz parte desse grupo segue tranquilo no fluxo da quarta revolu��o industrial. Mas h� uma outra turma que enxerga esses avan�os com desconfian�a, receio, e n�o sabe muito o que esperar. Um novo mundo se apresenta e n�o tem como fugir, gostando ou n�o.


Um estudo da PwC (Workforce of the Future – The competing forces shaping 2030) analisa o impacto da tecnologia no mercado de trabalho at� 2030 e revela dados importantes depois de ouvir 10 mil pessoas e empresas em cerca de 140 pa�ses. Avan�os na automa��o, aliados � intelig�ncia artificial e a outras inova��es, v�m substituindo o ser humano e provocando efeitos relevantes no dia a dia das organiza��es, assim como os desafios e as oportunidades para as pessoas.
Para 73% dos respondentes, a tecnologia n�o vai substituir a cria��o humana. No entanto, 37% deles afirmam estar preocupados com a possibilidade de a automa��o colocar em risco os empregos. Al�m disso, 60% acreditam que poucas pessoas ter�o ocupa��es est�veis no futuro. Atividades baseadas na rotina e na repeti��o provavelmente passar�o a ser feitas cada vez mais por rob�s e outros elementos da automa��o. A possibilidade de perda de postos de trabalho em fun��o dos avan�os tecnol�gicos � mais evidente em pa�ses como os EUA, onde 38% dos empregos atuais estar�o em risco, Alemanha (35%), Reino Unido (30%) e Jap�o (21%). Outros fatores tamb�m dever�o influir no ambiente global de trabalho, entre eles o envelhecimento da popula��o, o aumento da urbaniza��o, o desenvolvimento de pa�ses emergentes e as mudan�as clim�ticas.

 

 

Avan�os na automa��o, aliados � intelig�ncia artificial e a outras inova��es, v�m substituindo o ser humano e provocando efeitos relevantes no dia a dia das organiza��es, assim como os desafios e as oportunidades para as pessoas

Diante desse novo mundo, S�rgio Alexandre, s�cio da PwC Brasil, concorda que inova��es e novas tecnologias sempre existiram e acabaram sendo integradas, ajustadas ao mundo do trabalho, mas agora o que mudou para ele foi a universaliza��o do acesso, h� mais condi��es de utilizar a nova tecnologia, seja via intelig�ncia artificial, realidade aumentada, drone... “Enfim, est� mais barata, simples, f�cil de usar e pr�xima. � a ind�stria do agroneg�cio, que � de vanguarda e de ponta, que usa a m�quina sem operador, o drone, a aplica��o de agrot�xico da forma correta de acordo com o metro quadrado, ou seja, avan�os e inova��es j� presentes no dia a dia.”


Quanto � pesquisa, S�rgio Alexandre destaca que quanto mais se l�, mais conclus�es e interpreta��es surgem. “O que me parece � que algumas profiss�es, como a medicina, ser�o cada vez mais anal�ticas, com mais vis�o de compartilhamento de informa��o, diante de certo n�vel de automa��o.” Pensando nos profissionais do futuro, ele acredita que quem ainda n�o entrou no mercado de trabalho necessita “ter em mente uma forma��o anal�tica e colaborativa, palavras-chave para n�o ficar atrasado ou fora do processo. Hoje, � preciso estar inserido no mundo tecnol�gico, estar aberto �s mudan�as e se preparar para suportar tudo (todas as mudan�as) de forma est�vel”. Ele refor�a ser imposs�vel fugir do processo de avan�o da tecnologia sobre todas as �reas da vida, ainda que no Brasil haja polos mais atrasados que outros.


Al�m dos profissionais, a tecnologia tamb�m muda o conceito de l�der. Para S�rgio Alexandre, “ele precisa enxergar o tamanho da transforma��o e saber que a tecnologia � requerida e utilizada para capacitar pessoas. Para as empresas, tais avan�os devem ser a cultura e o prop�sito. No entanto, ningu�m deve esquecer que n�o � poss�vel dar o primeiro passo eliminando as pessoas e, sim, incluindo-as. O correto � a ideia de que, se antes se alugava fita de v�deo para ver filmes, hoje � por meio de uma empresa provedora global de filmes e s�ries de TV via streaming, uma organiza��o que gerou outras vagas de emprego. Ou seja, os empregos est�o migrando”.

 


S�rgio Alexandre destaca que o fundamental do estudo da PwC � o aflorar de duas palavras essenciais no universo da tecnologia: “Colabora��o e perspectiva. S�o dois conceitos que mudam a forma de fazer. A primeira � necess�ria para que os agentes se envolvam e tenham parceria para o passo seguinte. E a perspectiva � fundamental, porque � experi�ncia do usu�rio final. �s vezes, muda o processo, o servi�o, mas tem de estar em linha”.


Se o foco � o profissional, S�rgio Alexandre alerta que o essencial � ter prop�sito. Alinhar o pessoal com o profissional. “Se antes a cobran�a era por criatividade, lideran�a, capacidade de solucionar problemas, adapta��o ao contexto e, claro, intelig�ncia emocional (fundamental sempre), com a for�a da tecnologia h� uma invers�o e as habilidades s�o outras nesse cen�rio: colabora��o, perspectiva e prop�sito, que demonstram o qu�o importante � o ser humano para transformar a realidade”.

 

 
Al�m do horizonte

(foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP )

Levando em conta as tend�ncias e os impactos do desenvolvimento tecnol�gico, o estudo da PwC analisa quatro cen�rios de trabalho que podem coexistir, com oportunidades e desafios para indiv�duos e empresas:

>> Ambiente “vermelho”: as empresas se voltam cada vez mais para nichos de mercado. As startups t�m possibilidade de ganhar escala e conquistar influ�ncia em termos globais. As organiza��es, com cada vez menos empregados, eliminam n�veis hier�rquicos e criam uma s�rie de pol�ticas para incentivar a inova��o. Os gestores de recursos humanos utilizam plataformas digitais e profissionais especializados em localizar e atrair talentos para construir uma for�a de trabalho competitiva.

>> Cen�rio “azul”: grandes corpora��es realizam fus�es para ganhar mercado e se proteger de novos players. A performance dos profissionais � monitorada constantemente por meio de equipamentos inovadores, para assegurar a produtividade. A press�o por resultados � grande, e os trabalhadores mais talentosos s�o bem recompensados. Os profissionais se dividem entre aqueles com uma carreira corporativa e aqueles que n�o t�m acesso ao mesmo n�vel de benef�cios e pr�mios.

>> Ambiente “verde”: as mudan�as clim�ticas e a preocupa��o com o meio ambiente fazem com que conceitos como sustentabilidade e responsabilidade social sejam imperativos de neg�cios. As empresas constroem sua estrat�gia com base em seus valores e prop�sitos, al�m de investir em diversidade e jornadas de trabalho flex�veis. Os profissionais s�o orientados a controlar custos e n�o desperdi�ar recursos. Um dos maiores desafios � construir e manter rela��es de confian�a com os empregados e todos os stakeholders.

>> Cen�rio “amarelo”: profissionais e empresas buscam relev�ncia e significados crescentes em suas atividades em decorr�ncia de uma necessidade maior de distribui��o de recursos. Plataformas digitais, como o crowdfunding, s�o cada vez mais utilizadas na cria��o de novos neg�cios. Com isso, empresas de menor porte competem com grandes grupos. 

 

Impactos da intelig�ncia artificial

 

A inteligência artificial (IA) é a capacidade que os computadores ganham de fazer todas as etapas do processo da mente
A intelig�ncia artificial (IA) � a capacidade que os computadores ganham de fazer todas as etapas do processo da mente (foto: News AI )

De tecnologia e do futuro, Carlos Pl�cido Teixeira, jornalista, futurista e diretor da Radar do Futuro, entende bem. Ao pensar sobre o impacto da intelig�ncia artificial no mundo do trabalho, ele avisa que, antes de mais nada, � preciso saber do que se trata. “Simplificando, a intelig�ncia artificial (IA) � a capacidade que os computadores ganham de fazer todas as etapas do processo da mente. O poder de aprender e gerar conhecimento, ou seja, capacidade cognitiva. Na frase 'estou indo para o rio', o computador ser� capaz de entender se voc� est� falando do Rio de Janeiro ou se vai pescar.” A IA afeta todas as atividades humanas, inclusive, � claro, as profiss�es de forma geral, e o sistema produtivo de forma geral. A tecnologia possibilita a cria��o de listas infind�veis de produtos e servi�os inovadores, capazes de eliminar profiss�es inteiras, substituir fun��es e alterar processos de trabalho. Rob�s, carros aut�nomos, geladeiras que controlam estoques e assistentes virtuais, como a Siri, da Apple, s� s�o poss�veis, agora, porque a intelig�ncia artificial est� evoluindo em uma escala muito r�pida.”
Carlos Pl�cido Teixeira afirma que a intelig�ncia artificial auxilia o desenvolvimento de fun��es e cria novas atividades, que geram mercados de trabalho. “S�o afetadas, positiva ou negativamente, as atividades que envolvem acesso a dados, conhecimentos complexos, tomada de decis�es ou que envolvem rotinas. Cientistas de dados, analistas de dados, engenheiros de produtos inteligentes e integradores de sistemas s�o algumas das profiss�es criadas pela nova tecnologia.”
J� em sentido contr�rio, Carlos Pl�cido Teixeira diz que tendem � elimina��o profiss�es como contabilidade, economia e analistas financeiros. “Fun��es, como parte das profiss�es, tendem a ser mais afetadas. Por exemplo, advogados tendem a ser dispensados de pesquisas de jurisprud�ncia. Ou mesmo de montagem de relat�rios.”

 

Ele lembra ainda que a tecnologia tamb�m cria ferramentas essenciais, que alteram os processos de produ��o em v�rias �reas.  


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