S�o Paulo, 02 - Na mais longa e reveladora audi�ncia dos processos da Opera��o Carne Fraca, o fiscal agropecu�rio federal Daniel Gouv�a Teixeira, origem das investiga��es da Pol�cia Federal que abalou o setor de produ��o de carne e processados do Brasil, a partir de mar�o, relatou esquemas de adultera��o de valores nutricionais de produtos, irregularidades e tramas no Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento.
Teixeira foi ouvido pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14� Vara Federal, em Curitiba, no �ltimo dia 26, no processo em que � r�u Fl�vio Evers Cassou, da JBS, do Grupo J&F. Ao todo s�o seis a��es penais da Carne Fraca, deflagrada no dia 17 de mar�o de 2017. A opera��o cercou os maiores frigor�ficos do Pa�s e um esquema de corrup��o e indica��es pol�ticas no Minist�rio da Agricultura, em especial no Servi�o de Inspe��o de Produtos de Origem Animal. Al�m de JBS, est�o na mira pessoas da gigante BRF.
"O senhor tomou conhecimento de atos de corrup��o?", questionou o Minist�rio P�blico Federal. "Sim", respondeu Teixeira, que deu in�cio �s investiga��es da Carne Fraca, ao denunciar sua superior Maria do Roscio Nascimento ao Sindicato dos Fiscais Agropecu�rios (Anffasindical) por ass�dio moral. Ele narrou uma reuni�o com representantes de um frigor�fico sobre "acertos".
Na decis�o que deflagrou a Carne Fraca, o juiz destacou que Teixeira relatou ter sido removido para a Superintend�ncia do Minist�rio da Agricultura no Paran� em outubro de 2012, a seu pedido. Pouco tempo depois aceitou convite feito pela servidora Maria do Roscio Nascimento para assumir a fun��o de chefe substituto do Servi�o de Inspe��o de Produto de Origem Animal (SIPOA) no Estado do Paran�.
Teixeira relatou ocorr�ncia de cobran�a de propinas por agentes do Minist�rio da Agricultura e fraudes como uso de carne apodrecida por frigor�ficos. O fiscal afirma que ao retornar a exercer atribui��es de fiscaliza��o, em trabalho realizado em abatedouro de su�nos de pequeno porte, chegou ao seu conhecimento a ocorr�ncia de diversas irregularidades. Ele citou o aproveitamento de animais mortos para produ��o de g�neros aliment�cios em outra unidade, pagamento de propinas a fiscais federais agropecu�rios e agentes de inspe��o em raz�o da comercializa��o de certificados sanit�rios, dentre outros.
(Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso)