S�o Paulo, 02 - O movimento trazido pelas inova��es digitais - como internet das coisas, intelig�ncia artificial e outras -, que permitiram um grande salto na produtividade com a cria��o da ind�stria 4.0, est� se repetindo no campo.
A agricultura 4.0 tem conseguido ganhos no agroneg�cio, da pr�-produ��o at� fora da porteira das fazendas. �As tecnologias digitais t�m levado a agricultura de precis�o a um novo patamar�, diz Silvia Massruh�, chefe-geral da Embrapa Inform�tica Agropecu�ria.
�Cerca de 45% das empresas da �rea j� usam alguma das novas t�cnicas, mas h� grandes desafios � frente, seja por conta do custo alto dessas tecnologias, pela falta de conex�o com a internet nas propriedades agr�colas ou pela baixa qualifica��o de m�o de obra.�
Assim, sat�lites e drones colhem informa��es das condi��es da agricultura, do solo e das condi��es meteorol�gicas e repassam em tempo real para produtores e pesquisadores.
Sensores instalados nas planta��es come�am a guiar tratores e colheitadeiras automatizados, reduzindo custos e melhorando a efici�ncia das safras. E diversos tipos de aplicativos t�m ajudado agricultores e pecuaristas a terem na palma da m�o op��es para entenderem melhor suas propriedades, suas culturas e cria��es. Bem como auxiliar pesquisadores, al�m de formuladores de pol�ticas p�blicas e bancos a mensurar prov�veis riscos para fornecer subs�dios e empr�stimos.
Dados.
Os exemplos pr�ticos v�m de v�rias �reas. H� aplicativos que avisam ao produtor de leite quando est� na �poca de colocar uma vaca para ser emprenhada ou quando um bezerro deve ser desmamado. Outro, agrega informa��es de 1.600 esta��es meteorol�gicas do Pa�s e depois de processar os dados produz modelos e estudos para v�rias culturas, indicando a melhor �poca de plantio para cada lugar. As previs�es s�o atualizadas diariamente, bem como os �ndices de seca, as probabilidades de geada e outros fen�menos clim�ticos e a quantidade de �gua no solo. Um software permite ainda reconhecer, por meio de fotos, pragas que podem estar assolando as colheitas e indicar tratamentos.
Em outra frente de trabalho, foi adaptado um modelo de simula��o de plantio de arroz, o Oryza 2000, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Arroz, das Filipinas, com os dados nacionais. Al�m das condi��es de solo e dos tipos de sementes usados no Brasil, foram colocados no sistema dados clim�ticos dos �ltimos 30 anos, de 51 esta��es meteorol�gicas ligadas �s principais regi�es produtoras do Pa�s. �A decis�o que o agricultor tomava at� algum tempo atr�s com base em sua experi�ncia e na tentativa e erro pode ser feita agora com rigor cient�fico e anal�tico�, afirma Alexandre Bryan Heinemann, pesquisador da Embrapa Arroz e Feij�o. Como os modelos desse projeto s�o mais sofisticados, essa ferramenta � usada sobretudo por pesquisadores e para auxiliar na tomada de decis�es de pol�ticas p�blicas para o setor.
Atua��o.
H� tantas possibilidades e demandas - seja do Minist�rio da Agricultura, de diferentes �rg�o p�blicos, de pesquisadores, de produtores e associa��es e empresas de tecnologia - que a Embrapa tem ganhado novas formas de atua��o. Se antes, dedicava-se sobretudo � pesquisa e desenvolvimento, hoje, tamb�m tem funcionado como uma facilitadora: faz a ponte entre empresas, startups de tecnologia e investidores.
�Unimos v�rias pontas e trabalhamos sobretudo com inova��o aberta, onde cons�rcios de pesquisa desenvolvem projetos de interesse comum at� determinado ponto e os parceiros usam partes em seu modelo de neg�cios, reduzindo custos e melhorando a efici�ncia�, afirma Silvia.
� uma corrida contra o tempo, que todos os pa�ses fortes no agroneg�cio disputam. S� que, enquanto EUA e Europa t�m ecossistemas mais bem articulados, aqui a pesquisa ainda sofre por falta de estrutura. O Oryza 2000, por exemplo, foi considerado projeto de big data na Embrapa Arroz e Feij�o. �T�nhamos de rodar 24 modelos para cada dia do ano. Eram milh�es de simula��es que nossos servidores n�o eram capazes de fazer�, afirma Heinemann. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo
.
(Cristiane Barbieri, especial para AE)