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Estado de Minas

Ind�stria quer mais cr�dito para acelerar investimentos

Setor, que vem perdendo participa��o no PIB, reclama da demora do governo para reduzir juros e pede acesso a fontes de recursos para incrementar produ��o, com tr�s anos de baixa


postado em 04/01/2018 12:00 / atualizado em 04/01/2018 12:21

Indústria de embalagens: a participação das fábricas brasileiras na economia caiu de 18% em 2004 para 9% em 2015, segundo a Fiesp(foto: Euler Junior/EM/D.A Press - 29/6/16)
Ind�stria de embalagens: a participa��o das f�bricas brasileiras na economia caiu de 18% em 2004 para 9% em 2015, segundo a Fiesp (foto: Euler Junior/EM/D.A Press - 29/6/16)

S�o Paulo – Ap�s tr�s anos de resultados negativos, a ind�stria brasileira virou 2017 com crescimento positivo de 0,2%. O resultado � pequeno e ainda insuficiente para melhorar a participa��o do setor industrial no Produto Interno Bruto (PIB). O indicador chegou a 21%, mas j� foi de 26% em 2012. Apesar do resultado modesto, a ind�stria de transforma��o vem apresentando n�meros mais s�lidos e deve fechar o ano com alta de 1,2%.

H� situa��es mais preocupantes. Segundo a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), o setor de manufatura, a parte mais nobre do segmento produtivo, vem perdendo participa��o no PIB ao longo dos �ltimos anos. Sua participa��o desceu de 18% em 2004 para 9% em 2015. Em 2018, deve chegar a 11,1%, o percentual mais baixo em 65 anos.

Embora os n�meros sejam modestos, 2018 deve apresentar um cen�rio de recupera��o mais consistente, esperam entidades e empres�rios, com menor endividamento das fam�lias, aumento do cr�dito e, consequentemente, maior consumo e produ��o. Segundo an�lise da Fiesp, a economia deve ganhar for�a tamb�m com as condi��es mais favor�veis do mercado externo, a melhora do emprego (2017 fechou com mais de 12 milh�es de desempregados) e da massa salarial.

As previs�es positivas, de acordo com a Fiesp, t�m respaldo nos resultados da economia, que apresentou tr�s trimestres seguidos de crescimento do PIB. “� um sinal evidente de recupera��o, sustentada pelo consumo”, diz Jos� Ricardo Roriz, diretor do departamento de Competitividade da Fiesp.

Roriz lembra ainda que a prioridade da ind�stria em 2018 � dinamizar o acesso ao cr�dito, porque as empresas enfrentam barreiras nessa �rea. Ele tamb�m reivindica taxas de juros mais competitivas e que incentivem o investimento em gera��o de emprego. “Hoje � melhor deixar o dinheiro no banco rendendo do que investir”, afirma Roriz.

Para a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), a atividade econ�mica deve se intensificar ao longo de 2018, com menos oscila��es e numa trajet�ria mais clara de crescimento. “Nesse cen�rio, estimamos um crescimento de 2,6% do PIB para o ano que vem, com participa��o n�o s� do consumo, mas tamb�m do investimento”, disse a entidade, salientando que, “do lado da oferta, o crescimento ser� mais uniforme do que o observado em 2017, com a contribui��o positiva da ind�stria, agropecu�ria e servi�os”.

O presidente-executivo da Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq), Jos� Velloso, tamb�m concorda com a melhora da economia brasileira em 2017, e a continuidade dos n�meros positivos em 2018, mas espera que o governo resolva alguns problemas que amarram o crescimento do pa�s. “O Brasil controlou a infla��o, reduziu os juros, est� controlando os gastos e buscando um super�vit fiscal” diz ele.

At� a�, tudo bem. No entanto, Velloso considera que houve um exagero na pol�tica de juros altos, que acabou aumentando o desemprego. “Poder�amos ter poupado pelo menos 1,5 milh�o de empregos se a dose do rem�dio (juros) n�o fosse excessiva”, avalia o presidente-executivo da Abimaq, lembrando que a redu��o dos juros n�o acompanhou a queda da infla��o, o que deixou as empresas em dificuldade at� outubro, quando as taxas come�aram a cair.

Embora ainda existam muitos problemas para serem resolvidos, em especial a volta dos investimentos e do cr�dito de longo prazo, Velloso estima que o PIB brasileiro dever� crescer em torno de 5% em 2018, percentual bem acima dos 3% previstos pelo governo. Para o presidente-executivo da Abimaq, investimento deve ser a palavra de ordem da equipe econ�mica do atual governo e do pr�ximo que vir�, al�m das reformas da Previd�ncia e Tribut�ria.

Velloso reconhece as dificuldades dos estados, que est�o sem capacidade de investimento em fun��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) dos gastos, e da queda da arrecada��o, que ainda vai demorar a normalizar. Ele tamb�m cita os ajustes da Uni�o, que fez v�rios cortes nos investimentos para 2018. Com isso, alerta para a urg�ncia do investimento privado, mas com um custo de capital que seja compat�vel com o retorno das empresas.

Pol�tica industrial Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associa��o Brasileira da Ind�stria Qu�mica (Abiquim), considera que, do ponto de vista macroecon�mico, a reforma tribut�ria � mais importante para a ind�stria do que a da Previd�ncia. Al�m das reformas, que devem encaminhar as solu��es para o pa�s continuar a crescer de forma sustent�vel, o governo precisa definir uma pol�tica industrial forte para que as empresas voltem a criar empregos de qualidade no Brasil. “Para que isso aconte�a, � preciso uma ind�stria forte e uma pol�tica industrial que leve em conta os setores em que o Brasil tem vantagens competitivas, como � o caso da ind�stria qu�mica”, sugere o presidente da Abiquim.

Assim como seu colega da Fiesp, ele defende uma simplifica��o no sistema tribut�rio que reduza, pelo menos, o custo para cumprir as obriga��es impostas pelo Fisco. Figueiredo tamb�m defende a diminui��o dos custos do g�s, que chega a ser 30% mais caro que o insumo concorrente, a energia el�trica brasileira, “a mais cara do mundo”. Enquanto o governo n�o se mexer, o setor continuar� sofrendo.

Entrevista/Fl�vio Castelo Branco - gerente-executivo da CNI

(foto: Valter Campanato/ABr)
(foto: Valter Campanato/ABr)
� preciso reduzir o custo do capital


Fl�vio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Pol�tica Econ�mica da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) defende a diminui��o da burocracia, inclusive para estimular respostas mais positivas das empresas  no que se refere ao investimento

O que a ind�stria espera de 2018?
O que esperamos � a continuidade da recupera��o que come�ou em 2017; um crescimento com mais intensidade, com respostas mais homog�neas n�o s� da ind�stria, mas tamb�m de outros setores. Mas, principalmente, uma resposta mais positiva do investimento.

Nesse aspecto, tudo indica que vai ser complicado, j� que o governo est� com dificuldades para voltar a investir...
Falo de investimento privado. Com certeza, o investimento p�blico ser� bastante limitado pelas condi��es fiscais dos principais agentes p�blicos. Ainda que com alta ociosidade na ind�stria, � sempre necess�rio que as empresas se atualizem para atender mercados cada vez mais competitivos.


Mas o cen�rio melhorou...
Sim, o custo de capital caiu, porque taxas de juros menores viabilizam isso. Trata-se de um fator positivo. Em um ambiente de mais previsibilidade, as empresas come�am a tomar decis�es um pouco mais ousadas.

As elei��es podem atrapalhar o processo de crescimento e de retomada do investimento?
Sim, as elei��es podem tornar o cen�rio mais nebuloso. Ainda n�o est� muito claro quais ser�o os participantes do quadro eleitoral. Nesse ponto, temos um ambiente bem fragmentado, ao contr�rio do que ocorreu em outras elei��es. A verdade � que as pessoas querem estabilidade e est�o cansadas de crise.
Qual deve ser o papel dos empres�rios nas elei��es?
Os empres�rios s�o parte de uma sociedade que est� cansada de problemas e querem um candidato que viabilize a retomada do crescimento. Acho que o empres�rio estar� comprometido com uma candidatura de centro, que apoie as reformas.

Quais s�o as principais demandas dos empres�rios da ind�stria?
Al�m das grandes reformas, defendemos uma agenda centrada na competitividade. Essa agenda passa pela redu��o de burocracia e da melhoria do ambiente de neg�cios. � preciso formatar uma pol�tica industrial que estimule o investimento privado e n�o repetir experi�ncias negativas do passado. H� necessidade de um custo de capital mais baixo, com a dinamiza��o dos financiamentos, porque o setor p�blico n�o tem condi��es de investir.

Bola de cristal

As expectativas da ind�stria para 2018

2,6%
PIB  

3%
PIB da Ind�stria

11,8%
Desemprego

4,4%
Infla��o

6,75%
Taxa de juros

2,12%
Super�vit prim�rio

3,2%
Investimentos

Fonte: CNI/Fiesp

 


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