S�o Paulo, 04 - O pre�o de venda dos im�veis residenciais prontos caiu 17%, j� descontada a infla��o, durante os anos de crise - entre 2014 e 2017 -, segundo o �ndice FipeZap, feito com base no mercado de 20 cidades. Descontado o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o ano passado em 2,78%, a queda no valor dos im�veis foi de 3,23% de janeiro a dezembro.
Segundo analistas do mercado imobili�rio, a queda nos pre�os foi acentuada por dois motivos principais: a forte piora do mercado de trabalho a partir de 2015, quando o aumento do desemprego fez com que o consumidor adiasse a compra do im�vel ou n�o conseguisse mais arcar com seu financiamento, e a piora significativa na concess�o de cr�dito.
Depois de um bom tempo com os pre�os subindo, � natural ter uma desacelera��o, explica o economista da Fipe, Bruno Oliva. �Apesar de algumas boas not�cias nos �ltimos meses, tanto da economia quanto do mercado imobili�rio em especial, os indicadores ainda s�o muito t�midos, a demanda permaneceu baixa em 2017 e o consumidor, cauteloso.�
Em dezembro de 2014, mais de 33 mil im�veis foram financiados para compra, segundo a Associa��o Brasileira das Entidades de Cr�dito Imobili�rio e Poupan�a (Abecip). Em novembro de 2017, o dado mais recente, foram pouco mais de 8 mil.
O economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do setor), Celso Petrucci, lembra que a rea��o do mercado imobili�rio em 2017 foi sentida s� a partir de julho. �As baixas expectativas do consumidor fizeram com que o come�o do ano passado fosse muito parecido com 2015 e 2016, quando o setor desabou.�
Em termos reais, o valor m�dio por metro quadrado dos im�veis prontos, de R$ 7.632, � o mesmo que em 2011, aponta o FipeZap. Dos mercados pesquisados, o do Rio de Janeiro � o que tem o metro quadrado mais caro, R$ 9.811. Em seguida, aparecem S�o Paulo (R$ 8.745) e o Distrito Federal (R$ 8.238).
Ao mesmo tempo, o Rio foi a cidade em que os pre�os de venda mais ca�ram no ano passado, variando -4,45%, sem considerar a infla��o do per�odo.
Para o vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider, ap�s uma forte valoriza��o, o mercado da cidade passa por um processo de acomoda��o. �At� o come�o do ano passado, muitos propriet�rios ainda estavam resistentes em reduzir o valor de venda na expectativa de conseguir manter a valoriza��o que tiveram at� 2011. Essa resist�ncia parece ter acabado.�
A radialista e professora da rede p�blica Nayara Alves da Silva, de 49 anos, acompanhou na pr�tica essa varia��o dos pre�os dos im�veis no Rio. Ap�s vender um apartamento em Botafogo, na zona sul da cidade, que tinha se valorizado mais de 300% em seis anos, ela comprou um im�vel menor em janeiro de 2017.
�De uma hora para a outra, n�o conseguia comprar mais nada no meu antigo bairro. Consegui encontrar um im�vel no centro, por R$ 427 mil, depois de pesquisar bastante e pechinchar. O pre�o era alto, mas estava caindo. Se tivesse comprado o mesmo apartamento um ano antes, pagaria R$ 500 mil. Hoje, ele seria ainda mais barato do que na �poca em que comprei.�
Para este ano, o economista da Fipe avalia que a tend�ncia � que a desacelera��o dos pre�os dos im�veis se mantenha. �Ainda que haja a melhora esperada para a economia e um aquecimento do mercado, esse movimento dificilmente vai ser forte o bastante para causar um grande impacto nos pre�os dos im�veis em 2018�, diz Oliva.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Douglas Gavras)