Brasilia, 04 - Articuladores do governo na C�mara se reuniram nesta quinta-feira, 4, em almo�o com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a retomada das negocia��es para aprova��o da reforma da Previd�ncia. A avalia��o � que o ambiente para vota��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) ainda � favor�vel. "Estamos em vi�s de alta, a perspectiva � melhor que no final do ano passado", definiu o l�der do governo no Congresso, Andr� Moura (PSC-SE).
Os governistas seguem contando votos e, segundo fontes, ainda est�o longe de alcan�ar os 308 votos para aprovar, em dois turnos, a proposta. A percep��o dos aliados do governo Michel Temer � de que o ambiente pr�-reforma melhorou e que h� uma consci�ncia difundida na opini�o p�blica de que as mudan�as s�o necess�rias para a sustentabilidade do sistema previdenci�rio.
De acordo com Moura, como a maioria dos parlamentares est� em viagem, a estrat�gia ser� manter contato telef�nico com l�deres partid�rios e com os deputados que passarem por Bras�lia nos pr�ximos dias. Na opini�o do l�der, a press�o da sociedade contra a reforma hoje � "bem menor". "Vamos aproveitar o momento de otimismo para avan�armos", afirmou.
Ainda que o cen�rio seja positivo para o governo, Moura trabalha com a perspectiva de vota��o do texto at� o final de fevereiro. Maia quer iniciar a vota��o a partir do dia 19 do pr�ximo m�s. "N�o cravaria uma data. � a partir do dia 19", declarou.
A��o de governo
O l�der do governo no Congresso disse que a declara��o do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, sobre a concess�o de empr�stimos de bancos p�blicos a governadores mediante o esfor�o deles para convencer suas bancadas a votar favor�vel � PEC n�o teve efeito negativo na base aliada. De acordo com Moura, os aliados n�o s� apoiam a declara��o de Marun como n�o enxergam o gesto como uma "chantagem" do governo federal. "A prioridade dos governadores s�o empr�stimos e a do governo � a reforma. Eles (governadores) podem ajudar o governo", concluiu Moura.
No dia 16 de dezembro, Marun admitiu que o Pal�cio do Planalto estava pressionando os governadores e prefeitos a trabalhar a favor da aprova��o da reforma da Previd�ncia em troca da libera��o de recursos do governo federal e financiamentos da Caixa Econ�mica Federal. "Realmente o governo espera daqueles governadores que t�m recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, como de resto de todos os agentes p�blicos, reciprocidade no que tange � quest�o da (reforma da) Previd�ncia", disse o ministro.
Na ocasi�o, Marun negou que estivesse promovendo "chantagem" com governadores e prefeitos e destacou que os financiamentos da Caixa "s�o a��es de governo". O peemedebista disse que o governo est� pedindo apenas uma "ajuda" em troca dos votos pela reforma. No dia seguinte, sete dos nove governadores do Nordeste enviaram carta aberta ao presidente Michel Temer protestando contra a declara��o do ministro.
(Daiene Cardoso)