Bras�lia, 11 - Mesmo com o processo de queda da infla��o, a defasagem da tabela de incid�ncia do Imposto de Renda da Pessoa F�sica (IRPF) atingiu 88,4% desde 1996, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Todo in�cio de ano o sindicato retoma a press�o para que o governo envie ao Congresso Nacional proposta de corre��o da tabela pela infla��o passada. Em 2016 e 2017, a tabela n�o foi corrigida.
Com a corre��o da tabela, a faixa de isen��o do IRPF aumenta e os demais contribuintes pagam menos imposto. Em dezembro do ano passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acenou com a possibilidade de corre��o da tabela e dos benef�cios do programa Bolsa Fam�lia.
Com a corre��o da tabela, o governo perde receita. J� com o reajuste do Bolsa Fam�lia o governo aumenta despesa, o que � mais dif�cil de ser administrado por conta do teto de gasto, instrumento que limita o crescimento das despesas. A perda de receita pode ser administrada com o aumento da arrecada��o.
O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta 2,95%. De 1996 at� hoje, a tabela foi corrigida em 109,63% enquanto a infla��o acumulada no per�odo foi de 294,93%, diz estudo do Sindifisco, divulgado nesta quinta-feira, 11.
"O governo achata a renda do trabalhador. Obriga-o a pagar mais imposto, dinheiro que poderia ser mais bem aplicado - na poupan�a, no aprimoramento da forma��o educacional, no consumo etc.", criticou Cl�udio Damasceno, presidente do Sindifisco Nacional.
Se a faixa de isen��o atual vale para quem ganha at� R$ 1.903,98, corrigida, subiria para R$ 3.556,56. Segundo Damasceno, representa dizer que essa diferen�a de R$ 1.652,58 pune as camadas de mais baixa renda.
Segundo o Sindifisco, a falta de corre��o n�o afeta somente o trabalhador de menor sal�rio, mas todas as demais faixas salariais. "O preju�zo do contribuinte n�o ficou maior porque o IPCA de 2017 foi um dos mais baixos em quase 20 anos", alertou Damasceno.
(Adriana Fernandes)