S�o Paulo, 31 - Os herdeiros da fam�lia Steinbruch, dona da Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), devem dar in�cio a uma longa disputa societ�ria que poder� mudar o desenho acion�rio de uma das maiores sider�rgicas do Pa�s. A briga se d� na Vicunha, que controla a CSN e outros neg�cios da fam�lia. Os irm�os Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch - representados pela holding Rio Purus - entraram em rota de colis�o com os primos Clarice e L�o Steinbruch, da CFL Participa��es, segundo apurou o
Estado
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Benjamin Steinbruch, com o apoio dos irm�os, quer destituir os primos do bloco de controle da Vicunha Steel S/A, controladora indireta da CSN, e n�o estaria mais disposto a reconhecer o acordo de acionistas do grupo, que est� em vigor desde 1994.
A sider�rgica dos Steinbruch tem como principal acionista a Vicunha A�os, que det�m 50,3% do capital votante da CSN. Por sua vez, a Vicunha A�os � 100% controlada pela Vicunha Steel, que tem dois s�cios: a Rio Purus, com 60%, e a CFL, com os 40% restantes. Os dois ramos da fam�lia s�o os maiores acionistas da sider�rgica e da Vicunha T�xtil. S�o donos tamb�m de diversos im�veis e do Banco Fibra. Os conflitos entre as duas alas da fam�lia, agora escancarados, v�m de longa data.
Foi na assembleia geral extraordin�ria do dia 9 de janeiro que os Steinbruch se desentenderam de vez. "Benjamin disse n�o reconhecer mais o acordo de acionistas do grupo e n�o aceitou as indica��es para o conselho feitas por Clarice", disse Ricardo Tepedino, da Tepedino Advogados, que representa a CFL. "Tentamos um acordo e estamos estudando quais medidas tomaremos para contestar essa posi��o."
Na assembleia, a CFL registrou em ata, � qual o Estado teve acesso, que Clarice n�o renunciou ao cargo, como diz a Rio Purus, e relatou "ato de trucul�ncia" da s�cia.
Disc�rdia.
O conglomerado, que inclui a CSN e a Vicunha, foi criado nos anos 1960 pelos irm�os Mendel (pai de Benjamin, Ricardo e Elisabeth), que faleceu em 1993, e Eliezer (pai de Clarice e L�o). Os Steinbruch foram s�cios do empres�rio Jacks Rabinovich, que se desfez de sua participa��o em 2005.
Os desentendimentos entre os atuais herdeiros dos Steinbruch ganharam for�a com a morte de Eliezer, em 2008. O acordo de acionistas da fam�lia Steinbruch foi firmado em 1994, ap�s a morte de Mendel. Mesmo com fatias societ�rias diferentes, os herdeiros da fam�lia Steinbruch teriam o mesmo peso nas decis�es dos neg�cios. Mas, segundo fontes, Benjamin costuma centralizar as principais decis�es da companhia.
Nos �ltimos anos, os primos tentaram dar in�cio a um processo de desmembramento das empresas. Os filhos de Eliezer, segundo fontes, estariam dispostos a sair dos neg�cios, mas h� impasse sobre quanto valeria hoje sua participa��o. O valor de mercado da CSN fechou ontem em R$ 14,697 bilh�es. A fatia da CFL na CSN valeria quase R$ 3 bilh�es, fora participa��es diretas da holding no neg�cio.
Procurados, a CSN e a advogada Luciana Ryan, do escrit�rio Mattos Filho, que assessora a Rio Purus, n�o comentaram. O advogado Luiz Corvo, que assessora os Steinbruch, tamb�m n�o se manifestou. O
Estado
procurou o advogado especialista em disputa societ�ria Modesto Carvalhosa, que trabalhou para a Rio Purus, mas ele tamb�m n�o quis dar entrevista. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(M�nica Scaramuzzo)
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Conflito familiar pode alterar desenho societ�rio da CSN
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