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Estado de Minas

Avianca quer tarifa 'diet' e imposto justo

Companhia a�rea que mais ganhou mercado em seis anos trabalha para se tornar mais competitiva


postado em 21/02/2018 12:00 / atualizado em 21/02/2018 12:14

(foto: Pascal Pigeyre/Master Films/Divulgação)
(foto: Pascal Pigeyre/Master Films/Divulga��o)

 

S�o Paulo – A Avianca estuda incluir mais fileiras de assentos na parte traseira do avi�o, oferecendo uma nova classe tarif�ria mais competitiva e sem direito a comida. A empresa de German e Jos� Efromovich tamb�m faz planos de se juntar � sua irm� colombiana em at� dois anos. A nova tarifa representa uma mudan�a de estrat�gia da Avianca, que sempre se orgulhou de oferecer mais espa�o entre as poltronas em todo o avi�o, uma op��o para o viajante menos sens�vel a pre�o e que prefere pagar por conforto.

A Avianca � a companhia a�rea que mais ganhou mercado nos �ltimos seis anos.  S� em 2017, cresceu 16,4%, cinco vezes a m�dia do setor. Em 2016 – o pior ano para a avia��o dom�stica na �ltima d�cada, quando 8 milh�es de passageiros deixaram de voar –, a empresa avan�ou 14,5% (os n�meros se referem ao RASK, uma m�trica do setor que mede os passageiros transportados por quil�metro pago.) Nos �ltimos seis anos, a empresa saiu de uma participa��o de mercado de 3,9% para 12,9% atr�s da Gol (36,2%), Latam (32,6) e Azul (17,8%).

A crise acabou sendo um elemento de sorte para a Avianca. Quando a recess�o bateu, a companhia estava recebendo as entregas de uma grande encomenda de Airbus A320 e aposentando os velhos Fokkers. Enquanto a concorr�ncia enxugava a oferta, a Avianca conseguiu ganhar mercado e ainda exibir a maior taxa de aproveitamento dos avi�es (rela��o entre oferta e demanda de assentos) da ind�stria (87,1%).

Em conversa com os Di�rios Associados, o presidente da Avianca, Frederico Pedreira, diz que ainda h� espa�o para companhias que oferecem um servi�o unificado e de qualidade para todos os passageiros, mas talvez n�o por muito tempo. “Temos que pensar no m�dio e longo prazo e ser capazes de oferecer solu��es customizadas para o passageiro. Estamos discutindo, ainda de forma muito preliminar, a cria��o de uma nova classe, nas �ltimas 5 a 7 fileiras do avi�o, com menos espa�o e sem comida a bordo. S�o ideias loucas, mas estamos pensando.” Executivo portugu�s, Pedreira veio para o Brasil em 2010 para conduzir o plano de neg�cios da fus�o da Avianca Brasil com a irm� colombiana, que � listada na Bolsa de Bogot�. A competi��o com a Latam no continente deve fazer finalmente com que o plano saia do papel, em “no m�ximo dois anos”.

 

A fus�o com a Avianca vai sair?
Eu vim para o Brasil em 2010, para juntar as duas. N�o gosto de fazer progn�sticos porque j� errei muitas vezes. Mas o acionista quer. O “quando” vai depender de algumas vari�veis, o momento de mercado no Brasil e na Col�mbia. Diria que � uma quest�o de dois anos, no m�ximo. A ind�stria passa por consolida��o, vimos um novo player aparecer no continente (refer�ncia � Latam). Temos a vis�o de ter uma Avianca �nica mais forte nas Am�ricas, com custos menores e uma malha otimizada, para poder brigar com o outro grande player.

As Ultra Low Cost est�o chegando na regi�o e for�ando as concorrentes a uma rea��o. A Latam tem desmembrado as tarifas, cobrando extras. Mas o modelo de neg�cios da Avianca � focado em servi�o premium. Vai seguir qual modelo?

H� espa�o para todos os modelos e vimos isso l� fora. Hoje e no m�dio prazo, h� espa�o para a nossa proposta de valor. Mas temos que pensar no m�dio e longo prazo e ser capazes de oferecer solu��es customizadas para o passageiro. O que nos faz diferentes � o servi�o, mas acreditamos que podemos dar continuidade a essa proposta com tarifas mais competitivas. A flexibiliza��o das bagagens nos permitiu fazer isso. Outra alternativa que estamos discutindo, ainda de forma muito preliminar, � criar uma nova classe, nas fileiras de tr�s. Manter�amos o padr�o de servi�o, mas criar�amos cinco a sete fileiras na parte de tr�s, com menos espa�o e sem comida a bordo. S�o ideias loucas, ainda estamos pensando.

O que � preciso para a avia��o brasileira ser mais competitiva?

Para sermos mais competitivos em termos de tarifa, � preciso desregulamentar muita coisa, al�m de investimentos em aeroportos. Os aeroportos melhoraram muito, mas estamos falando de 15 aeroportos, em um pa�s com dimens�es continentais. A necessidade e o desafio de infraestrutura � enorme. Deixamos de voar para Passo Fundo ano passado por problemas no aeroporto.

O que o deixa sem dormir em 2018?

O que vai acontecer na economia do Brasil este ano. N�o estamos vendo um ano maravilhoso de recupera��o. Achamos que vai ser mais um ano de transi��o. Esperamos que seja melhor do que o ano passado, mas estamos preocupados com uma s�rie de fatores que ainda hoje impactam a nossa competitividade frente �s concorrentes internacionais, como a cobran�a do ICMS do combust�vel em voos dom�sticos. Tem muita rota que fica invi�vel com o n�vel de ICMS que temos hoje.

Mas com a negativa do Senado no ano passado, essa batalha n�o est� perdida?
Nunca. Seguimos apostando nisso, pois acreditamos que a redu��o do ICMS vai contribuir para o crescimento da avia��o e do Brasil. Se voc� comparar uma mesma aeronave, saindo de S�o Paulo, voc� paga 25% de ICMS se voar para Salvador. Se voar para Buenos Aires, vai pagar zero. Isso contribui para frear o desenvolvimento das companhias. Somos o �nico pa�s do mundo com essa distor��o.

Mas tirando S�o Paulo, que n�o abre m�o dos 25%, as empresas t�m muitos acordos nos estados que reduzem bastante esse ICMS.
Temos muitos voos que fazemos s� porque temos acordos que nos permitem pagar 12% ou menos de ICMS no dom�stico, desde que fa�amos voos internacionais ou novos voos dentro dos estados. Voos como Salvador-Bogot� e Fortaleza-Bogot�, come�amos s� para poder abastecer com ICMS reduzido. Ach�vamos que ia ser dif�cil encher os voos. Mas j� estamos com 80% de ocupa��o. Tem demanda! Muita gente de Fortaleza indo para o Caribe e colombianos indo de f�rias para Fortaleza. Estamos analisando introduzir Bras�lia-Bogot�. Mas os voos s� existem porque conseguimos um acordo que nos permitiu fazer o investimento. Queremos no dom�stico a mesma condi��o que temos no internacional.

Qual a motiva��o para lan�ar voos para Nova York e Miami?

Era um sonho desde 2012. Pensamos em lan�ar em 2015, mas foi um ano complicado com a desvaloriza��o do real. Por um lado, acreditamos que temos um bom produto para competir nas rotas internacionais. Havia uma demanda muito grande de nossos parceiros da Star Alliance, em particular em poder oferecer uma conex�o com Santiago do Chile. E a demanda para Miami – seja por lazer, seja para atender a comunidade brasileira que vive l� – � muito grande. Al�m disso, a marca Avianca (Col�mbia) � muito forte j� h� muito tempo nos Estados Unidos. � a maior empresa internacional no Aeroporto de Miami, com voos para Lima, Bogot�, Medell�n, Cartagena, San Jose, San Salvador.

O senhor n�o teme a concorr�ncia com a aprova��o dos c�us abertos (acordo que acaba com as restri��es para abertura de novos voos entre Brasil e Estados Unidos)?

Somos a favor, mas para isso precisamos ter as mesmas regras, estar mais alinhados com regras internacionais. As americanas s�o muito grandes em rela��o �s brasileiras, com capacidade de investimento muito maior. A regula��o sem alinhamento internacional � o que mais impacta na nossa competitividade. Houve um passo importante com a libera��o da cobran�a de bagagens ano passado. Mas ainda tem a quest�o da “for�a maior”.

Como assim?
Quando tem um voo cancelado por mau tempo ou problema de aeroporto, a companhia � penalizada. Queremos ser responsabilizados pelas nossas conting�ncias, mas hoje isso � algo que n�o controlamos. S� no Brasil � assim. Exemplo claro que acontece nas f�rias de ver�o: temos voos para Florian�polis que a pessoa pagou R$ 250 o trecho. Se o mau tempo fechar o aeroporto por um par de horas, temos que dar alojamento, comida e transporte. Custa mais do que a passagem. Isso � custo, que vai para a passagem a�rea. N�o � fugir da responsabilidade, mas acreditamos que podemos ser mais eficientes, mais competitivos e ter mais passageiros voando.

O que leva a crer que esses assuntos que se arrastam v�o ter algum sucesso este ano?

� uma luta cont�nua. V�nhamos falando da medida da bagagem h� muitos anos e conseguimos avan�ar.
 


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